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Chad Mendes, do UFC: 'Gosto do Vasco, sou torcedor do Vasco'


Quarta-feira, 14/12/2011 - 16:59

Na pilha de provocar o campeão José Aldo, flamenguista de carteirinha, o americano Chad Mendes, adversário dele na segunda edição do UFC Rio, em 14 de janeiro, se diz vascaíno. O peso pena até tem no passado bem recente uma foto com a camisa do Vasco, divulgada no Twitter por seu treinador, o brasileiro Fábio Prado, o Pateta, este sim apaixonado pelo time da Cruz de Malta.

- Gosto do Vasco, sou torcedor do Vasco - pregou Mendes durante a coletiva de divulgação do UFC 142, o do início do ano que vem no Rio.

Depois o repórter quis saber: entraria no octógono da Arena HSBC, na Barra da Tijuca, com uma bandeira do Vasco?

- Claro que sim, por que não? O Fábio adoraria, e eu também - respondeu, sorrindo e sem hesitar, o lutador de 26 anos, invicto no MMA e com um histórico de 11 lutas no esporte e duas no UFC. - Sei da paixão do Aldo pelo Flamengo e da rivalidade entre os dois clubes. Mas gosto do Vasco, torço pelo Vasco - repetiu.

A rivalidade do futebol tem marcado presença no MMA. Ainda timidamente e restrita a uma ação aqui e outra ali, isoladas. O vascaíno Rodrigo Minotauro já lutou com patrocínio do gaúcho Internacional, Anderson Silva tem o apoio do Corinthians, seu clube do coração, e José Aldo já subiu no ringue com uma bandeira de uma torcida organizada do Flamengo. Mas, e se essa onda crescer?

- É preciso ter cuidado. É legal a paixão do futebol vir também para o MMA, mas é importante saber que o UFC é mundial, não se restringe a uma rivalidade entre clubes - alerta Vítor Belfort, outra atração do 2º UFC Rio e um porta-voz informal da organização no idioma português.

Aldo também se preocupa em não atiçar a rivalidade. Nem ele nem ninguém acredita que o fato de se declarar vascaíno pode fazer com que Chad Mendes tenha a adesão de torcedores do Vasco, contra um brasileiro. Mas o campeão dos penas, que está negociando contrato de patrocínio com o Flamengo, ressalta que é preciso separar as coisas:

- Tem o lado de associarem muito minha imagem ao Flamengo, mas eu não tenho nada ainda com o Flamengo. A gente deve fechar, estou conversando com a Patrícia (Amorim, presidente do clube), se Deus quiser no ano que vem, falta pouco. Eu tenho que saber diferenciar meu hobby, minha paixão, do meu trabalho. A bandeira que levanto é a do meu patrocinador - deixa claro o carioca 'por adoção', de 25 anos, nascido em Manaus e radicado no Rio. - Os vascaínos também gostam do José Aldo, assim como os botafoguenses e os tricolores. Ali dentro eu não sou um flamenguista, eu sou um brasileiro que conta com o apoio de todos os torcedores - reforça.

Na primeira versão do UFC Rio, Anderson Silva andou ouvindo vaias durante o treino aberto na Praia de Copacabana. Estava com uniforme do Corinthians e isso gerou protestos dos torcedores cariocas. Nada que tenha feito alguém presente à arena da Barra torcer pelo japonês Yushin Okami quando ele e o campeão entraram no octógono para decidir quem ficaria com o cinturão dos médios. Mas, num esporte de luta, em que há troca de socos e outros tantos e variados golpes, nunca é demais reforçar que nada daquilo tem a ver com briga. São confrontos entre atletas preparados, treinados e submetidos a regras rígidas, que proíbem mais de 30 procedimentos considerados ilegais no combate. Torcedor de futebol tem que curtir quando um lutador veste a camisa de seu time, claro, mas sem esquecer que o maior ensinamento das artes marciais é o respeito ao adversário. E não cabe ficar estimulando rivalidade clubística.

- Espero que a gente possa ensinar ao torcedor de futebol os valores do UFC, de competição, sim, mas, acima de tudo de respeito. Na torcida pelo futebol às vezes tem exagero, tem morte. Os valores do UFC são outros. Espero que a gente consiga passar essa mensagem, de que no UFC um vascaíno pode torcer numa boa por um flamenguista, e vice-versa - resume Vítor Belfort.

Fonte: Extra online