Tamanho da letra:
|

Em entrevista, Fagner fala sobre seu ressurgimento junto com o do Vasco


Domingo, 11/12/2011 - 11:35

Duas trajetórias semelhantes. Em 2008, quando o Vasco pass ava pe lo pior momento de sua história ao ser rebaixado para a Série B, Fagner vivia seu inferno astral na Holanda. Ele não se adaptou ao PSV, pediu para voltar ao Brasil e, junto com o Gigante da Colina, conseguiu se reerguer. Hoje, o melhor lateral-direito do País é campeão da Copa do Brasil pelo clube no qual apostou suas fichas para voltar a sorrir. Em entrevista ao MARCA BRASIL, Fagner, de 22 anos, fala sobre futebol, claro, mas deixa a vergonha de lado para contar um pouquinho sobre a sua vida fora de campo.

MELHOR LATERAL

Na hora em que eu estava lá (na premiação de Craque do Brasileirão), o nervosismo era grande. A ansiedade para saber o resultado era muito grande. Depois que anunciaram meu nome, me deu um alívio, por tudo que a gente passou no ano. Foi a sensação de dever cumprido, pelo ano ter terminado bem.

O ANO DO FAGNER

Não tive lesões, consegui ter uma boa sequência e ter boas atuações. Em 2010, após a Copa do Mundo, foi um ano bom, porque fiz 28 jogos. Em 2011, a sequência foi maior, com 35. Espero que 2012 seja melhor do que os últimos dois anos.

O ANO DO VASCO

Tivemos um aprendizado em todos os sentidos. Começamos em crise, pelo fato de não ter iniciado bem o Carioca, mas, com a chegada do Ricardo (Gomes), nós demos a volta por cima. Ele tirou dos jogadores o que cada um tinha de me lhor e cons egui - mos ser campeões da Copa do Brasil. O mais importante foi que ele colocou na cabeça de todo mundo que a gente tinha condições de brigar pelo título do Brasileiro, e foi o que aconteceu, quando todos abraçaram a ideia dele.

CORINTHIANS CAMPEÃO

Eu torço para os amigos que eu deixei lá. O Corinthians é um clube ao qual eu vou agradecer sempre, porque foi aquele que me abriu as portas no futebol. O justo seria o título sair para o Vasco ou para o Corinthians, porque foram os dois que lutaram rodada a rodada pela liderança. Para um ou para outro, o título estaria em boas mãos. Claro que a gente queria que viesse para nós, mas temos que reconhecer que eles fizeram um grande trabalho.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Tenho que trabalhar bastante. Continuar do jeito que eu estou, com humildade e pezinho no chão. É importante ser cogitado pelas pessoas, mas, ao mesmo tempo, não posso parar no tempo e achar que está bom, que o que eu fiz é suficiente. A minha cabeça é sempre querer evoluir. Um dia eu vou chegar lá. Minha cabeça hoje é o Vasco, mas com uma pontinha de esperança para ser convocado. Se vier para a Olimpíada ótimo, se vier para a Copa de 2014, melhor ainda. A cabeça está sempre trabalhando para, no dia em que vier essa oportunidade, eu agarrar de todas as formas, para que não fuja mais.

COPA DO MUNDO

Eu faço aniversário no dia 11 de junho. Seria um presente e tanto se eu conseguisse estar numa Copa do Mundo. Não ia querer mais presente nenhum. Completar aniversário antes de uma Copa do Mundo e poder participar, isso não tem preço. É rezar e continuar trabalhando para, se Deus quiser, chegar lá em 2014.

RESSURGIMENTO

Fui para fora muito cedo e fiquei esquecido. Nessa época, o Vasco passava dificuldades e acabou caindo para a Série B. Foram fases difíceis bem semelhantes. Em 2009, eu fui para o Vasco apostando nesse projeto de se reerguer. As coisas casaram bem. Foi muito importante para a minha carreira, assim como foi para o clube. Graças a Deus, eu e o Vasco conseguimos nos reerguer juntos, e eu espero que continue assim.

VAIDADE

Eu sou vaidoso, não sou largado, não. Quando posso, eu me cuido e estou sempre fazendo algo para isso. Passo creme no cabelo, no corpo. Hoje eu não tenho mais tempo, mas já fiz as unhas, depilação nas pernas e no peito.

METROSSEXUAL

Não digo que sou metro, só centímetro (risos). Um pouquinho só. Não sou aquele cara supervaidoso, que fala: “Não encosta no meu cabelo, não mexe no meu creme”. Sou mais light. Gosto de me cuidar, mas sem obrigação. O pessoal no meio do futebol se cuida mesmo. Não vejo muito essa gozação.

HORAS VAGAS

Gosto de ficar com o meu filho (Henrique, de 1 ano e oito meses) e a minha esposa (Bárbara, de 22 anos). Vou à praia, passeio com os cachorros... Tenho três shih-tzu e uma lhasa apso. A família é grande.

LADO PAI

Quando eu sei que o treino é mais tranquilo, eu faço a maior questão de levá-lo ao clube. Sei que ele gosta de brincar com bola e, às vezes, a maior alegria dele é estar comigo. Porque é ruim quando eu viajo e fico longe. Ser pai é maravilhoso. Os momentos a dois, de pai e filho, são coisas que ninguém tira e não há dinheiro no mundo que pague. Com um ano e oito meses, ele ainda é muito novo para pensar em ser jogador. Mas, se ele tiver condições técnicas e quiser, vou procurar orientar e apoiar. O pessoal brinca dizendo que não tem como ele não ser jogador, porque ele chuta bem. Mas vai depender da vontade dele. Eu vou dar o empurrão. Se ele quiser, beleza. Se não, eu vou apoiar.

MÚSICA

Sempre que eu estou sozinho, eu ouço música eletrônica, black. Quando estou com a minha esposa, eu ouço algo mais light. Quando estou com o meu filho, eu ouço ‘Patati Patata’. Depende da companhia. Eu vou me moldando.

LEITURA

Até gosto, mas não tenho paciência. Eu sou muito lerdo. Quando eu começo a ler, já me dá sono e eu já desisto.

TATUAGEM

Não dá mais para contar o número de tatuagens que eu tenho. As mais representativas são os nomes da minha mulher e do meu filho. São as pessoas que fazem parte da minha vida e estão 24 horas ao meu lado. É ela que me apoia, e, quando precisa, puxa a minha orelha, porque quer o meu bem.

Fonte: Marca Brasil