Confira entrevista em que Rodrigo Caetano faz balanço positivo de 2011
Terça-feira, 06/12/2011 - 10:51
Apesar do aborrecimento com a perda do Brasileiro, o diretor de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, não esconde o orgulho da campanha do time em 2011. Das quatro competições que disputou, o Vasco ganhou a Copa do Brasil e brigou para ser campeão nas outras três. Reconhecimento que ficou explícito com os gritos de “é campeão” da torcida vascaína ao fim do clássico diante do Flamengo. Feliz, Rodrigo agradece e promete fazer mais em 2012. Nesta entrevista exclusiva, em seu apartamento na Barra da Tijuca, o dirigente elogiou a campanha da equipe, reclamou da arbitragem e falou sobre os projetos para 2012. O tom foi de felicidade com a volta do Vasco à posição de protagonista.
Confira o vídeo com a primeira parte da entrevista com Rodrigo Caetano:
MARCA BRASIL: Você já conseguiu digerir a perda do título brasileiro?
Rodrigo Caetano: Não. A forma como perdemos o campeonato é que marca. Não perdemos na última rodada. Tivemos uma caminhada brilhante, também tivemos erros, mas em nosso entendimento fomos prejudicados, o que nos impossibilitou de chegar à última rodada em condição favorável. Isso nos deixa tristes, porque sabíamos que este ano o Vasco poderia buscar o pentacampeonato.
MB:A arbitragem prejudicou o Vasco em todo o Campeonato Brasileiro?
RC: O Vasco teve uma série de erros em sua caminhada. No futebol, você tem detalhes que fazem a diferença. Tivemos um pênalti claro que todo mundo pôde observar contra o Flamengo. Ele poderia até não ser convertido, mas, com o Vasco com dois gols de frente, a história poderia ser diferente. Não quero que isso se transforme em choro de torcedor, mas que seja registrado como algo que deva ser melhorado.
MB: Não houve uma frustração maior por não ter vencido o maior rival?
RC: Pelo que observamos no estádio, com os atletas, com os gritos de “é campeão”, como campeão moral, o torcedor não teve esse sentimento de frustração, esse sentimento é meu. Por onde passei após o jogo, todas as mensagens e manifestações que recebi foram de agradecimento ao trabalho. Vencer o maior rival seria um ingrediente a mais, mas não mudou em nada a sensação que o torcedor teve durante todo o ano.
Assista à parte final da entrevista com o dirigente vascaíno
MB: Como fica a situação do técnico Ricardo Gomes no ano que vem?
RC: A nossa reunião em relação a isso vai ocorrer nesta semana. É intenção de todos nós que siga essa comissão técnica. Só precisamos definir a formatação. Por tudo que foi construído, não tem sentido interromper. Temos que avaliar de que forma o Ricardo retornaria. Criamos um modelo novo no decorrer do campeonato por uma questão fatídica. Vamos ver de que forma o Cristóvão vai assumir até o Ricardo retornar. E de que forma o Ricardo vai auxiliar neste momento, porque temos que fazer uma série de definições.
MB: Com a reforma do gramado de São Januário, onde os jogadores vão treinar ao fim da pré-temporada?
RC: Estamos estudando algumas alternativas. Temos algumas parcerias com o Ciaga (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha), que nos atende, e vamos ver como isso se encaminha. Existe um projeto no clube, já aprovado pelo presidente, que é a construção de um campo anexo em São Januário. Já existe o projeto, e um parceiro nosso vai disponibilizar boa parte dos recursos. Vamos dar uma remodelada bacana em São Januário.
MB: Quando começa a construção do campo anexo?
RC: É intenção do nosso vice presidente de patrimônio ( Frederico Lopes) que isso se inicie em fevereiro, depois da reforma do gramado.
MB: Como está a renovação do contrato do Juninho?
RC: Creio que ele fica. É interesse dele e do Vasco. Vamos nos reunir esta semana. Só estou esperando o representante dele chegar da Europa para sentarmos e vermos qual é a melhor formatação do contrato.
MB: E a situação da renovação do Bernardo?
RC: Já fizemos um pré-contrato com ele. Fizemos um acordo com o seu representante e esta semana vamos notificar o Cruzeiro pela aquisição. Temos até o fim do mês para fazer o pagamento.
MB: Todo o elenco vascaíno será mantido na próxima temporada ?
RC: Vamos fazer todo o esforço para manter a totalidade do grupo e agregar reforços. Mas aí entra a questão de orçamento. O Vasco não vai abdicar de sua realidade. Sabemos que o torcedor muitas vezes tem a expectativa de que virá um grande nome. Mas eu costumo dizer que o grande nome é aquele que te dá um grande retorno. Não tem como você precisar quando ele chega. Tem que fazer uma pesquisa de mercado muito boa e acreditar em algumas convicções. No nosso elenco de 2011, ficou comprovado que o nosso grande nome foi a unidade do grupo. E não é que não tivéssemos grandes nomes. Poderíamos citar aí oito atletas de destaque, mas nenhum deles se sentia de alguma forma superior aos demais.
MB: Contratar um lateral-esquerdo é prioridade?
RC: Sem dúvida. Tentamos o Julinho, que trouxemos do Avaí, mas ele sentiu o impacto de jogar em um clube grande. O Jumar foi bem, mas na verdade não tivemos uma sequência na lateral. É uma das posições que considero prioritárias, mas vamos fazer a coisa com calma.
MB: Vai chegar um atacante para a Libertadores?
RC: Qualificar é o nosso objetivo, mas uma série de fatores devem ser analisados. Ver a viabilidade financeira, ver se esse nome é possível ou não. Mas, se tivermos condição de trazermos mais um atacante que possa ser acostumado à Libertadores, vale o esforço.
MB: Qual o balanço que você faz de 2011?
RC: O ano de 2011 foi o resultado de um trabalho árduo. Se eu pudesse resumir em uma frase, eu diria que o Vasco voltou a ser protagonista, voltou a reescrever a sua história de grande conquistador de títulos, voltou a ser o Gigante, como é chamado pelos torcedores.
MB: Que mensagem você mandaria para a torcida?
RC: Primeiro de agradecimento. É muito difícil um profissional da minha função ter reconhecimento e respeito. Meu muito obrigado a todo esse carinho que recebi do Vasco até hoje. Isso vai ficar marcado para sempre na minha memória, na minha família. Muito obrigado.