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O futebol carioca terminou o Campeonato Brasileiro de 2011 com um saldo altamente positivo. Afinal, dos quatro clubes que entraram na disputa, três garantiram vaga na Libertadores do ano que vem. A exceção ficou por conta do Botafogo que mesmo tendo figurado nas primeiras posições ao longo de toda a competição, acabou caindo de produção na reta final. Em contrapartida, Vasco, Fluminense e Flamengo protagonizam, agora, um fato inédito na história esportiva do Rio de Janeiro: três clubes participando da mesma edição do torneio mais importante do continente, algo que apenas a cidade São Paulo havia conseguido no Brasil, no ano de 2006.

Naquela ocasião, a capital paulista foi representada por São Paulo, então atual campeão da competição, Corinthians, campeão brasileiro de 2005, e Palmeiras que terminara no G-4. Já em 2012, será a vez dos cariocas terem três represenatntes na Libertadores. O Vasco, por ter sido campeão da Copa do Brasil no primeiro semestre, o Fluminense que terminou o Brasileiro em terceiro lugar, e o Flamengo que ficou em quarto e se credenciou para a Pré-Libertadores na qual terá o Real Potosí, da Bolívia, como adversário a uma altitude de 4 mil metros.

Já cruzmaltinos e tricolores estão garantidos diretamente na fase de grupos. Nem todos os adversários já foram definidos, mas pelo os que já se tem conhecimento, dá para imaginar que a dupla carioca terá dificuldades logo de cara. No caso do Vasco, o principal rival no grupo 5 será o Nacional do Uruguai, que já levantou o título do torneio três vezes. Os outros concorrentes serão o campeão nacional do Peru e o vencedor da Pré disputada entre equatorianos e paraguaios.

Por sua vez, o Fluminense terá pela frente um velho conhecido. Na chave 4, o time de Abel Baga vai encarar o Boca Jrs, rival nas semifinais da Libertadores de 2008. Na ocasião, os cariocas levaram a melhor com um empate por 2 a 2 na Argentina e uma vitória por 3 a 1 no Maracanã. Completarão a chave o venezuelano Zamora e o vencedor entre Sport Huancayo-PER e Arsenal-ARG.

Um dos principais responsáveis pelo retorno do Vasco à principal vitrine do futebol brasileiro, o diretor-executivo Rodrigo Caetano enalteceu o fato de a Cidade Maravilhosa ser representada por três times na Libertadores da próxima temporada. Entretanto, na opinião do dirigente, o pensamento não deve ser se contentar apenas com a participação no ano que vem, mas, sim, tornar essa presença um hábito.

"Independente do resultado final, mais uma vez o futebol carioca mostrou o seu trabalho e terá três times na Libertadores, algo inédito. É claro que as dificuldades de estrutura ainda são muitas aqui no Rio, mas vejo que cada clube vem fazendo a sua parte. Agora, com calma, é hora de se planejar e fazer um bom papel também na Libertadores. No caso do Vasco, o projeto não é apenas jogar a de 2012, queremos ver o time disputando a competição em 2013, 2014... Voltamos a figurar entre as principais equipes do continente e o desafio agora é manter isso para os próximos anos", frisou.

Pensamento semelhante tem o técnico rubro-negro Vanderlei Luxemburgo. Com a vaga garantida somente na última rodada do Brasileirão, o Flamengo retorna ao torneio continental depois de apenas um ano de ausência, o que, para o treinador, não pode ser repetir.

"O Flamengo precisa estar sempre nas principais competições. Esse era o nosso projeto desde o início. Se disputarmos a Libertadores seguidamente, uma hora o clube bate campeão. A grandeza do Flamengo permite isso. Vamos nos preparar para fazer uma grande competição em 2012. O nosso objetivo foi alcançado no Brasileiro", afirmou.

Já Sandro Lima, vice-presidente de futebol do Fluminense, acredita que esta guinada no futebol carioca se deve muito aos profissionais que hoje trabalham nos clubes do Rio. Para o dirigente, o esforço das diretorias tem compensado alguns pontos negativos como, por exemplo, a falta de estrutura.

"Esse feito mostra que o futebol do Rio de Janeiro, hoje, está forte. Fluminense, Vasco e Flamengo conquistaram essas vagas, o Botafogo também foi muito bem, mas infelizmente acabou ficando de fora. Mas o campeonato acabou sendo bom. Está havendo uma compensação da falta de estrutura pelo corpo técnico que é forte no futebol carioca. As pessoas que trabalham aqui estão dando o melhor e as coisas estão acontecendo", ressaltou.

Fonte: UOL