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Exatamente um turno após Ricardo Gomes sofrer um grave AVC durante o empate com o Flamengo, por 0 a 0, no dia 28 de agosto, o treinador poderá estar de volta ao Engenhão, neste domingo, para o duelo decisivo do Vasco diante do próprio rubro-negro. Se ainda não poderá comandar novamente o time à beira do campo, Gomes foi liberado pelos médicos para acompanhar o clássico no estádio.

No comando do Vasco desde o afastamento de Ricardo Gomes pelo problema de saúde, Cristóvão Borges sonha em superar o Corinthians na tabela e levar o time ao título brasileiro com a presença do amigo no Engenhão.

"Não falei com o Ricardo sobre isso, mas adoraria que ele estivesse lá. Gostaria muito. A presença dele na concentração antes dos jogos tem sido muito importante o grupo e para ele também. A recuperação do Ricardo tem sido uma dureza com tantas sessões de fisioterapia", disse o atual treinador vascaíno, nesta sexta-feira, após treinamento em São Januário.

Depois que Ricardo Gomes teve o AVC (Acidente Vascular Cerebral), o presidente Roberto Dinamite e o diretor Rorigo Caetano comunicaram a Cristóvão que ele dirigiria a equipe no restante da temporada. Apesar de já conhecer bem o elenco, efetivação pegou de surpresa o ex-auxiliar, que admitiu que passou por momentos difíceis.

"Foi um susto para mim, lógico que o Vasco teria outras alternativas. Estava todo mundo em choque ainda, meu amigo estava correndo risco de morte. Foi um começo muito duro, sofrido, as primeiras semanas foram duríssimas para mim, perdi sono, dormi mal. Meu grande trunfo era a boa relação com os jogadores. A única coisa que eu poderia fazer era dar continuidade ao trabalho, fazer as coisas da maneira que o Ricardo faria", contou Cristóvão.

Apesar da possibilidade de Ricardo Gomes ir ao Engenhão no domingo e das constantes conversas entre os dois, Cristóvão revelou que não fala com o treinador sobre táticas ou assuntos mais específicos do futebol. Segundo ele, o amigo se "recusa" a ajudá-lo no comando do Vasco.

"Ele se recusa (a coversar sobre tática). É que nem criar filho, se você protege muito, quando ele ficar sozinho ele não vai saber se virar. Como técnico, não adianta eu ficar falando com ele, porque durante o jogo ele não vai estar ali para falar. Uma vez, quando ele estava gripado, eu dirigi o time e perguntar algo para ele. Aíele disse: 'vai lá e se vira'. E agora ele disse isso de novo", explicou Cristóvão, que, aos risos, contou mais uma história sobre os bate papos com Ricardo Gomes.

"Eu disse que a vida dele estava muito mole, que ele precisava trabalhar. Aí ele se recusou a falar sobre o time e disse que a vida dele estava muito boa".

Com ou sem Ricardo Gomes comandando o time do gramado, é unanimidade em todo o elenco vascaíno que a equipe ganhou força e buscou superação após o AVC do treinador. O meia Felipe admitiu que o time cresceu após o problema.

"Isso é notório. Infelizmente, o Ricardo passou por uma situação ruim, isso fez o grupo se unir mais ainda. Primeiro ficamos muito chocados, porque nosso treinador, companheiro de trabalho sofreu um AVC, ficamos assstados. Mas tivemos forças para continuar, e nada melhor do que presentear o Ricardo com esse titulo brasileiro", disse Felipe.

Fonte: ESPN.com.br