Nos primeiros dez minutos, a equipe de Cristóvão Borges manteve o nível das atuações anteriores e encurralou o Verdão. Depois, porém, se perdeu e chegou a lembrar o Palmeiras de seus piores dias da temporada. O empate leva o Vasco aos 62 pontos, ainda na vice-liderança, mas vendo o Corinthians com 64 – o atual líder venceu o Ceará por 1 a 0, em Fortaleza.
Jogando sua vida para evitar o risco de rebaixamento, o Palmeiras chega aos 43, ultrapassa Bahia e Atlético-GO, e mantém uma distância de seis pontos para a zona da degola, a três rodadas do fim do Brasileirão. Dentro de suas limitações, o Verdão atuou bem pelo segundo jogo seguido. No entanto, já são dez jogos sem vitórias.
Na próxima rodada, o Palmeiras enfrenta o Bahia, em Pituaçu, no domingo, às 19h (de Brasília). Já no sábado, o Vasco recebe o Avaí também às 19h, em São Januário.
Não deu tempo nem de os palmeirenses se ajeitarem nas geladas arquibancadas do Pacaembu. O Vasco mostrou que queria logo resolver o jogo e encurralou o time da casa em seu campo de defesa, adiantando a marcação e apostando na fase iluminada daquele que é, hoje, o melhor jogador da equipe. Logo aos três minutos, foi o zagueiro Dedé quem subiu sozinho na pequena área, contou com uma saída errada de Deola e aproveitou sem problemas o escanteio cobrado por Felipe: 1 a 0 rápido, eficiente e preciso. 1 a 0 no melhor estilo Dedé. Quarto gol nos últimos três jogos.
Com a vida resolvida lá na frente, Dedé voltou à sua função inicial e não perdeu uma bola aérea sequer, justamente na principal arma do Palmeiras. Marcos Assunção, sempre de falta, exigiu duas belas defesas de Fernando Prass. Com a bola no chão tem faltado inspiração, mas ao menos se manteve a disposição do empate por 2 a 2 com o Grêmio – foi o suficiente para uma pequena pressão sobre o rival.
O problema é que o domínio aéreo de Dedé forçou o Verdão a jogar com tabelas e jogadas rápidas de seus atacantes. Isso, o time de Luiz Felipe Scolari não tem. Para variar, o Palmeiras martelou demais e não conseguiu nada. E para variar novamente, o Vasco apostou na rapidez de seus jogadores ofensivos e quase marcou o segundo. Diego Souza, pelo lado esquerdo, puxou pelo menos duas situações de perigo à defesa alviverde. Deola precisou intervir.
Nas arquibancadas, a torcida vascaína se inflamou a cada toque na bola de Dedé. A torcida palmeirense, em maior número, limitou-se a reclamar de cada erro bobo de passe no meio-campo, ainda assim sem muito entusiasmo. O público presente no Pacaembu representou bem o atual estado de espírito de cada equipe.
Meio desligado, o Vasco deu campo para o rival no início da segunda etapa. E o Palmeiras avançava, aos trancos e barrancos, e levava mais perigo a Fernando Prass. Felipão percebeu o bom momento e resolveu inovar nas alterações, algo que não fazia há algum tempo: lançou os esquecidos Pedro Carmona e Dinei, e eles deram nova dinâmica ao ataque palmeirense.
Logo no primeiro lance com os dois em campo, saiu o empate que já era justo. Aos 18, após cobrança de escanteio de Assunção e confusão na área, Dinei atrapalhou Prass e a bola sobrou limpa para Luan, ilha de lucidez no ataque alviverde. De frente para o gol, o atacante teve tranquilidade para dar um leve toque para o fundo das redes: 1 a 1 justo, prova de que o Verdão estava longe de querer entregar alguma coisa.
Aí a equipe da casa finalmente cresceu e provou que ainda tem valor. A torcida vascaína, já mais apreensiva, clamava pela entrada de Élton – o time passou quase 70 minutos sem centroavante de referência na área. Cristóvão Borges atendeu e o Vasco tentou se reorganizar, até o placar eletrônico entrar em ação: em Fortaleza, Ceará 0 x 1 Corinthians. Pressão extra para os cariocas, que gritaram das arquibancadas: “Entrega, entrega”. O Palmeiras se entregou, mas no sentido positivo, correndo ainda mais e buscando o gol da virada.
Os papeis se inverteram. O Palmeiras mostrou a organização que foi marca do Vasco no campeonato inteiro, enquanto o time cruz-maltino, ao contrário, apresentou um desespero típico do Verdão em seus dias mais difíceis da temporada. Felipe perdeu chance incrível dentro da área, Dedé levou mais perigo na bola aérea e Bernardo, que entrou na vaga de Éder Luis, pouco fez. O empate prevaleceu, com mais um passo alviverde rumo à salvação e uma ajuda involuntária ao rival histórico.
PALMEIRAS 1 X 1 VASCO
Data/hora: 16/11/2011 - 21h50
Local: Pacaembu, em São Paulo (SP)
Árbitro: Leandro Vuaden (RS)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (RS) e Kléber Lúcio Gil (SC)
Renda e público: R$ 122.555,00 / 8.570 presentes / 8.153 pagantes
Cartões amarelos: Thiago Heleno, Pedro Carmona (PAL); Renato Silva, Dedé (VAS)
Gols: Dedé 4'/1ºT (0-1), Luan 18'/2ºT (1-1)
PALMEIRAS: Deola; Cicinho, Leandro Amaro, Thiago Heleno e Gerley; Márcio Araújo, Marcos Assunção, João Vítor (Chico - 37'/2ºT)e Patrik (Pedro Carmona - 14'/2ºT); Luan e Ricardo Bueno (Dinei - 14'/2ºT). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
VASCO: Fernando Prass; Fagner, Renato Silva, Dedé e Jumar; Nilton, Felipe Bastos, Allan (Diego Rosa - 28'/2ºT) e Felipe; Eder Luis (Bernardo - 19'/2ºT) e Diego Souza (Elton - 26'/2ºT). Técnico: Cristovão Borges
Col. | Jogador | Média | Col. no ano | Média no ano |
1º | Dedé | 8.8891 | 1º | 7.8522 |
2º | Felipe | 7.6073 | 5º | 6.9487 |
3º | Jumar | 7.2273 | 6º | 6.5977 |
4º | Fernando Prass | 7.1718 | 4º | 7.2223 |
5º | Fagner | 6.4564 | 7º | 6.5419 |
6º | Nilton | 5.9427 | 18º | 5.9413 |
7º | Allan | 5.8936 | 15º | 6.1441 |
8º | Renato Silva | 5.8482 | 14º | 6.1541 |
9º | Fellipe Bastos | 4.6909 | 17º | 5.9944 |
10º | Elton | 4.6273 | 12º | 6.2851 |
11º | Diego Souza | 4.5627 | 9º | 6.4936 |
12º | Eder Luis | 4.3082 | 10º | 6.4490 |
13º | Bernardo | 4.0455 | 8º | 6.5379 |
14º | Diego Rosa | 2.9554 | 24º | 5.0039 |