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Dedé resgata tradição de grandes zagueiros vascaínos


Quarta-feira, 16/11/2011 - 19:03

São Januário sempre foi um reduto de excepcionais jogadores de todas as posições. Dos goleiros Barbosa, Andrada e Carlos Germano aos centroavantes do porte de Ademir Menezes, Roberto Dinamite, Romário e Edmundo. Os zagueiros, por sua vez, não deixam a desejar fazendo sua fama no clube por causa de sua técnica ou da raça demonstrada em campo. Porém, por quase uma década essa dinastia não foi assegurada. Foi dentro deste contexto que surgiu Dedé, que veio a se tornar o Mito, entrando para a lista de grandes jogadores de sua posição.

Dedé fez mais uma grande partida neste domingo (13) na vitória no clássico contra o Botafogo por 2 a 0. No seu gol, foi zagueiro ao roubar a bola, habilidoso ao dar um drible de futebol de salão no adversário, meia ao armar a jogada e centroavante ao ir para a área concluir o lance. Com esse espírito, versatilidade, suas atuações seguras na defesa e marcando gols no ataque – são 11 na temporada -, não é de se espantar que o camisa 26 é Mito para a torcida.

O atleta, contudo, sempre ressalta a dificuldade e a batalha para ter conquistado o seu lugar em São Januário. O jogador chegou em 2009 para a disputa da Série B, mas pouco participou dos jogos. Em 2010, após ter rejeitado uma proposta do exterior, Dedé começou sua escalada rumo ao rol dos principais zagueiros da história do clube.

Com uma temporada brilhante, conquistou o coração e a confiança dos vascaínos e foi eleito o melhor jogador da sua posição no Campeonato Brasileiro de 2010. Este ano, venceu sua primeira competição com a Cruz de Malta no peito. Foi o título inédito da Copa do Brasil. Graças às atuações seguras, virou nome constante na lista de convocados para a Seleção Brasileira de Mano Menezes. Já é, ao lado de Odvan e Jorge Luís, o maior zagueiro-artilheiro do Vascão desde a década de 50 com 13 gols. Assim, Dedé continua firme, junto com os seus companheiros, para alcançar a Tríplice Coroa na temporada e marcar de vez o seu nome na Colina Sagrada.

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Dinastia dos zagueiros vascaínos:

Brilhante e Itália formaram a primeira grande dupla de zaga vascaína. Os dois foram titulares da Seleção Brasileira na disputa da Copa do Mudo de 1930. Nesta década, ainda passou pelo clube Domingos da Guia, considerado o melhor zagueiro da história do futebol brasileiro.

No Expresso da Vitória, um dos maiores times da história do Vasco, Augusto e Rafagnelli compunham junto com o goleiro Barbosa o temido “trio final” que dava ao ataque a tranquilidade de uma defesa sólida na contraguarda junto com a ajuda do implacável Ely. Este ainda dividia a liderança da equipe com o capitão Augusto.

Outra dupla famosa foi Orlando Peçanha e Bellini. Juntos conquistaram diversos títulos em São Januário, como o Super-super Campeonato Carioca de 1958. Juntos trouxeram a primeira Copa do Mundo para o Brasil naquele ano. Os dois se complementavam dentro de campo com a calma de Orlando Peçanha e a bravura e virilidade de Bellini. Este ainda foi o capitão brasileiro responsável por levantar a Jules Rimet na Suécia.

Com a saída de Bellini, coube ao jovem Brito, recém-promovido aos profissionais, continuar a dinastia dos grandes zagueiros em São Januário na década de 60. Neste período, o Cruz-Maltino não contava com grandes nomes no elenco e o xerife Brito se tornou o grande ídolo da torcida. O capitão, dono de um vigor físico fora do comum, teve Fotana, que não temia nem o Rei Pelé, como seu parceiro, formando uma defesa marcada pela raça e o coração na ponta da chuteira. Esse espírito contagiava os seus companheiros, levando o Vascão à superação dentro de campo com viradas históricas. Ambos estavam na Seleção Brasileira campeã do Mundo em 1970.

Em 1974, o Gigante da Colina conquistou o primeiro Brasileiro do futebol carioca com uma zaga que jogava duro. Miguel, com sua técnica, e o seu companheiro Moisés, com seu estilo de jogo mais forte e apelando muitas vezes para a violência. Ainda na década de 70, o guerreiro Abel Braga atuou com a camisa cruzmaltina.

Após os zagueiros marcados pela raça, vieram dois extremante técnicos: Ricardo Rocha e Mauro Galvão. Ricardo, que ainda teve como companheiro o zagueiro-artilheiro Jorge Luís, além da garra, tinha a técnica como sua principal virtude. O jogador foi fundamental para a conquista do Tricampeonato Carioca de 1994. Neste ano, o xerife vascaíno era titular da Seleção na Copa do Mundo, mas uma contusão na primeira partida o tirou do mundial.

Mauro Galvão, por sua vez, chegou em São Januário em 1997 aos 35 anos. O lendário jogador, esbanjando experiência, classe, espírito de liderança, sentido de colocação, categoria técnica e descortino nos passes caiu na graça da torcida e marcou seu nome no Cruz-Maltino.

Formando a zaga com o “zagueiro-zagueiro” Odvan, outro a escrever seu nome no clube, Mauro Galvão logo em seu primeiro ano conquistou o Campeonato Brasileiro. O melhor, entretanto, ainda estava por vir. Em 1998, ano do centenário do Vasco, foi o capitão da campanha vitoriosa da Libertadores. Por isso, passou ser conhecido pelos torcedores como o “Capitão América”. No Gigante da Colina, ainda venceu dois Cariocas e participou do elenco campeão do Brasileiro e da Mercosul de 2000.

Após muitos anos, a dinastia dos grandes zagueiros do Vasco voltou a ser resgatada com o nascimento de um Mito chamado Dedé.

Fonte: Site oficial do Vasco