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NETVASCO - 23/10/2007 - 02:09 - Renato Gaúcho, Antônio Lopes e Lazaroni opinam sobre Romário treinador

Em 1996, Renato Gaúcho não podia jogar, pois se recuperava de uma cirurgia no joelho. Aceitou o desafio de comandar o time do Fluminense nos jogos finais do Campeonato Brasileiro. Conseguiu duas vitórias e duas derrotas, mas não se livrou do rebaixamento. Romário segue o mesmo caminho e recebe conselhos de seu ex-treinador.

- A posição dele é um pouco diferente da minha. Ser técnico e querer jogar fica difícil, ele vai se garantir. Você jogando não pode passar instrução assim - disse Renato. - O primeiro conselho é para me ligar. Assim, dou umas dicas pra ele. Desejo toda sorte do mundo, mas ele vai ver o que é bom. Antes, dava cabelos brancos aos outros, agora vai ganhar.

Técnico que lançou Romário no Vasco, Antônio Lopes confia no ex-pupilo. Ele não vê problemas no fato de o Baixinho ainda continuar em atividade e assumir a função de técnico mesmo que apenas por um jogo.

- Ele é um rapaz inteligente, sempre mostrou boa percepção do futebol, analisou bem as situações táticas. Agora, vai depender do tempo. Uma coisa é ser jogador e outra ser treinador - comentou Lopes, que lembrou a situação de Zinho, técnico e jogador do Miami FC, onde jogou com Romário.

Para Júnior, que saiu de jogador diretamente para o cargo de técnico no Flamengo em 1993, Romário precisa se cercar de pessoas de sua confiança para poder fazer um bom trabalho.

- É uma situação complexa. Você passa a conhecer os companheiros fora do campo. Mas tem jogo de cintura, conhece futebol. Com ele em campo, pode ser que as instruções cheguem mais rapidamente. Romário já deu muitas provas de que não se pode afirmar nada sobre o que ele vai fazer - disse Júnior.

Em Portugal, Sebastião Lazaroni, que também trabalhou com Romário no Vasco e na Seleção Brasileira comentou a nova aventura de seu velho conhecido. E chegou a uma conclusão:

- Só poderia acontecer isso no Vasco com Eurico Miranda (presidente do clube) e Romário.

Querido por uns, odiado por outros, o presidente interino do Vasco, Eurico Miranda, tem como virtude conhecida o fato de dar tempo a seus treinadores para que trabalhem com tranqüilidade. Porém, agiu ontem de forma diferente. Entrevistado por um repórter da Rádio Tupi, via telefone, ele anunciou a demissão de Celso Roth antes mesmo que o treinador fosse comunicado da decisão.

- Comigo está tudo bem, quem não está bem é o Celso Roth, que está fora - bradou Eurico, por volta das 15h.

A notícia se espalhou feito epidemia. Após reunir-se com o técnico, Eurico juntou os jogadores para anunciar o nome do próximo comandante e, enfim, numa coletiva, afagou aquele que houvera 'mordido' pouco antes.

- Decidi, efetivamente, hoje pela saída do Celso Roth. Todos sabem que não gosto de afastar treinador, mas temos uma dura realidade no momento. Foi preciso fazer alguma coisa.

O dirigente chegou a dar sua opinião pessoal sobre a não-escalação de Romário contra o Flamengo.

- Se eu fosse o técnico, eu o colocaria para jogar aquela partida - disse Eurico.

Celso Roth caiu após seis meses e seis dias à frente do clube. O ex-treinador cruzmaltino foi apresentado em São Januário no dia 16 de abril, estreou na vitória por 1 a 0 sobre o América-RN no dia 13 de maio, mas, após um total de 37 jogos - 15 vitórias, sete empates e 15 derrotas - não resistiu às pressões. Nas últimas 11 partidas do Brasileiro, o time somou apenas cinco pontos - foram dois empates e a vitória sobre o Botafogo, além de oito derrotas.

Se o próprio presidente admitiu que a derrota para o Flamengo pesou para a demissão de Roth, o embate travado pelo ex-técnico com Romário também foi decisivo. Afinal, o Baixinho foi relacionado para a partida, chegou a se aquecer mas não entrou em campo. No dia seguinte, arrebentou no treino, em São Januário. Porém, no sábado, véspera da partida contra o Atlético-MG, nem sequer apareceu no clube para treinar. No dia seguinte, sem ele, o Vasco voltou a perder. Agora, resta à equipe tentar chegar o mais longe possível na Sul-Americana e escapar do rebaixamento no Brasileiro.

Quem diria... Aquele que ficou célebre pela frase "Treinar para quê?" agora é o novo técnico do Vasco. Pelo menos em caráter de emergência. Ontem à tarde, Celso Roth foi demitido pela diretoria cruzmaltina. Maior credor do clube, Romário, cada vez mais poderoso em São Januário, é agora o comandante interino da equipe para o jogo de amanhã, contra o América do México, pela Sul-Americana. Segundo outro interino, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, na quinta-feira será anunciado o nome do técnico que dirigirá o time até o final da temporada.

- Estou bem longe de ser treinador - admitiu Romário. - O presidente me ligou, cheguei mais cedo ao clube e ele me perguntou o que eu achava da idéia de assumir nessa única partida. Sempre quis ajudar o Vasco e não seria diferente no atual momento.

A reunião de Eurico Miranda com os jogadores no vestiário atrasou o treino de ontem em uma hora e vinte minutos. Mais tarde, o dirigente explicou os motivos de os porquês de sua inusitada decisão.

- Lido com diversos técnicos e posso dizer que o trabalho do Celso Roth foi muito bom. Mas vínhamos de uma campanha muito boa que desembocou num rendimento de menos de 20% dos últimos 30 pontos disputados. Assim, por volta de meio-dia optei pela mudança. Precisava de uma mexida no comando e o Romário assumiu a responsabilidade de liderar a equipe neste jogo.

Eurico deixou claro que ter perdido para o Flamengo na última quinta-feira foi preponderante para o desenrolar dos fatos.

- É evidente que uma derrota contra o Flamengo pesa em relação ao treinador - explicou. - Ele não seria demitido se tivesse vencido o clássico. Até porque ganharíamos três pontos e o aproveitamento do clube no Campeonato Brasileiro estaria um pouco melhor. Mas, em vez de subirmos, estamos descendo. Providências precisaram ser tomadas.

Ainda ontem, o novo técnico realizou seu primeiro treinamento junto ao grupo. Romário se alongou, aqueceu e entrou em campo para disputar um rachão. O treinador marcou alguns gols e deu bons passes para seus companheiros - ou comandados. Mais tarde, ao deixar o vestiário, mostrou a mesma irreverência que marcou seus passos no futebol.

- Espero que tenha sucesso nesta quarta-feira, mas ainda não defini o time. E quem vai decidir se começo ou não jogando é o treinador - brincou.

Outra pérola do camisa 11, que será representado amanhã no banco pelo preparador físico do clube, Mauro Britto, foi quanto ao momento em que o elenco soube da novidade:

- Ainda bem que ninguém foi contrário à idéia. Caso contrário, iria barrar todo mundo que discordasse.

Lembrando uma das falas do traficante Baiano, personagem do filme Tropa de elite, Romário demonstrou não estar a fim de dar preleção antes da partida, na qual o Vasco precisa superar o adversário por uma diferença de três gols, para seguir na competição.

- Vai haver um papo reto com a rapaziada - mandou Romário, que apenas sorriu quando perguntado se concentraria com o grupo.

Um dos muitos jogadores que deixaram o treino com um astral mais leve, o volante Perdigão deu seu parecer sobre a insólita iniciativa do comando do Vasco.

- A situação é diferente, mas achei bacana - divertia-se o cabeça-de-área.

Segundo Eurico Miranda, não há hipótese de Romário seguir no comando por mais tempo. O próprio jogador é avesso à idéia.

- Tenho 99% de certeza de que não vou tomar gosto pelo posto - confessou Romário. - Não fui apresentado ao grupo como técnico, mas como o cara que ia ajudar a galera. O momento do Vasco não é de conversa, e sim de entrar com atitude, readquirir a confiança perdida. Pelo clube que é, com a torcida a apoiar e os jogadores que estão no elenco, não vejo dificuldade em marcar os três gols e seguir na Sul-Americana.

Fonte: Jornal do Brasil


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