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Netvasco - 28/07 - 03:00 - CPI inicia corpo-a-corpo contra Eurico Miranda

O senador Geraldo Althoff (PFL-SC), relator da CPI do Futebol, pretende entregar pessoalmente ao presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-DF), duas representações contra o deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ).

Será a maior ofensiva da CPI do Futebol até agora para pressionar a Câmara a cassar o mandato de Eurico, presidente do Vasco, já que pela primeira vez um membro da comissão se reunirá formalmente com o presidente da Casa para tratar do assunto.

E a ofensiva acontece logo na primeira semana de trabalho da CPI do Futebol após o recesso parlamentar de julho. Os senadores retomam a atividade na próxima segunda-feira.

Segundo o gabinete de Neves, o encontro está pré-agendado para o próximo dia 2, quinta-feira.

A Folha apurou que as representações dos senadores solicitarão ao presidente da Câmara a cassação do deputado por quebra do decoro parlamentar.

Eurico e a CPI do Futebol vivem às turras desde o ano passado. Na semana passada, mesmo em meio ao recesso parlamentar, Eurico, em entrevista à uma rádio do Rio de Janeiro, atacou Althoff e o senador Álvaro Dias (sem partido-PR), presidente da CPI.

O vascaíno teria utilizado termos de baixo calão para atacar os dois senadores, que comandam uma série de investigações nos negócios de Eurico e do Vasco.

Com o pedido do Senado na mão, o presidente da Câmara poderá encaminhá-lo para a Mesa Diretora da Casa, que analisa o processo e decide se o encaminha para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

A CCJ, se acionada, faz um relatório sobre o caso, que precisa ser aprovado por 26 de seus 51 integrantes. Se aprovado, o pedido vai a plenário, onde são necessários 257 votos favoráveis.

A nova ofensiva dos senadores seria uma forma de encurtar o caminho que pode levar à cassação de Eurico Miranda, já que outros dois pedidos, inclusive um de autoria do deputado Pedro Celso (PT-DF), estão parados na Corregedoria da Câmara.

Além do tiroteio verbal de Eurico, o pedido de cassação terá como base o depósito de um cheque administrativo em favor do Vasco, endossado pelo dirigente, no valor de US$ 110 mil, em uma conta em Miami (EUA), conforme revelou a Folha.

Nos depoimentos em Brasília, nenhum vascaíno soube informar por que o dinheiro não entrou na contabilidade do clube e por que o cheque foi descontado em um banco norte-americano.

Os senadores também encontraram indícios de irregularidade em um depósito de R$ 2 milhões da Vasco da Gama Licenciamentos na conta de Aremithas José de Lima, que é funcionário do Vasco e seria "laranja" do dirigente.

Para a comissão, também existem fortes indícios de que Eurico tenha cometido crime eleitoral, conforme mostrou reportagem do "Jornal Nacional", da TV Globo, segundo a qual o deputado desviaria dinheiro de maneira irregular para suas campanhas.

A Folha não conseguiu ouvir o deputado vascaíno ontem. Em outras oportunidades, Eurico disse que a ação dos senadores contra ele é comandada pela TV Globo, o que a emissora nega.

Segundo o dirigente, Geraldo Althoff, que conseguiu vaga de suplente em 1994, não tem "representatividade eleitoral" para cassá-lo, já que ocupa no Senado a vaga que pertencia a Vilson Kleinubing, morto em 1998.

A CPI funciona até o final do ano, mas o capítulo que trata dos negócios de Eurico e do Vasco já está praticamente concluído. As denúncias serão enviadas ao Ministério Público.

Fonte: Folha de São Paulo



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