Netvasco - 09/10 - 01:04 -
Euller supera esquecimento de Felipão
Desde que chegou a São Januário no segundo semestre de 2000, vindo do Palmeiras, a vida do mineiro Euller Elias de Carvalho deu uma boa guinada. Não que estivesse ruim. Campeão em vários clubes nas suas passagens, entre eles América Mineiro, São Paulo e Atlético Mineiro, não tinha, no entanto, reconhecimento nacional nem passagem em Seleção Brasileira. Até que o feliz casamento com Romário no ataque do Vasco fez suas virtudes - como a velocidade que lhe valeu o apelido de Filho do Vento - sobressaírem. Convocado por Candinho, Leão e Luiz Felipe Scolari, com quem sempre teve bom relacionamento nos tempos de Palmeiras, Euller, no entanto, acabou esquecido justamente no Brasil x Chile de hoje.
Apesar de não gostar de perder um Vasco x Flamengo, obviamente Euller preferiria trocar o palco do Maracanã pelo do Couto Pereira. ''Qualquer jogador sonha em ser convocado para a Seleção Brasileira. Já fui chamado muitas vezes. Por isso, encaro com naturalidade. Vou continuar fazendo o meu trabalho'', deu de ombros. A amizade com Felipão talvez lhe dê argumentos mais do que suficientes para relevar o esquecimento do treinador, que preferiu levar Edílson, Marcelinho Paraíba, Élber, Ronaldinho Gaúcho, França e Denílson.
Virtudes - Mas, afinal, por que Euller acabou esquecido? Até Juninho Paulista, que outras vezes não foi lembrado por Felipão, acabou convocado. E as virtudes de Euller, como velocidade, explosão, deslocamentos pelas pontas, bons passes para os atacantes, sempre foram ressaltadas por Felipão. ''O fato é o seguinte. Até agora ele não teve sucesso no ataque. Não houve uma partida em que o Brasil vencesse por 3 a 0 com gols dos atacantes, por exemplo. Por isso ele vem testando muitos jogadores para a posição. Esta semana, inclusive'', procurou justificar, mostrando certa preocupação com um possível resultado ruim na partida de hoje em Curitiba. ''Até porque a Seleção Chilena vive momento difícil nas Eliminatórias. Temos de tirar proveito disso e conseguir a vitória''.
E se a Seleção Brasileira vive momento conturbado, o retrospecto de Euller na temporada 2001 até que é satisfatório. Levando-se em consideração, principalmente, o fato de o atacante jamais ter se destacado como artilheiro. No atual Campeonato Brasileiro é o segundo goleador do Vasco, com cinco gols, atrás apenas de Romário, que tem sete. Na temporada 2001 é o terceiro do clube. Romário, claro, vem em primeiro, com 27 gols; Juninho Paulista, o camisa 10, fica na segunda posição, com 17. E Euller vem a seguir, com 12.
Um dos maiores fãs do atacante é o técnico do Vasco, Hélio dos Anjos, para quem o estilo de Euller se afina perfeitamente com o de Romário. ''É o jogador ideal para atuar com ele. Enquanto Romário fica mais fixo na área, Euller recua para buscar o jogo e, com sua velocidade, com seus deslocamentos pelos dois lados do campo, arrasta o time junto. É um jogador importantíssimo também sob o ponto de vista tático'', completou o treinador vascaíno.
Títulos - Aos 30 anos, Euller diz viver bom momento no Rio de Janeiro. Os títulos do Brasileiro e da Mercosul em 2000 pelo Vasco, que se somaram aos estaduais mineiros por América (1993) e Atlético (1995), à Recopa Sul-Americana pelo São Paulo (1994), o valorizaram profissionalmente. Tanto que, apesar dos atrasos de salário no Vasco, o jogador demonstra interesse em cumprir o contrato até o fim, em 2003. E apressou-se em desmentir os boatos de que acionaria o clube na Justiça. ''Minha identificação com o Vasco foi enorme desde que cheguei. E jamais faria isso de cara. Sempre fui pelo diálogo. Os clubes hoje passam por dificuldades, temos de compreender a situação'', disse o tradicional carrasco do Flamengo - principalmente na Copa do Brasil de 1999, quando, lançado por Felipão no segundo tempo, marcou dois gols na vitória do Palmeiras de 4 a 2. Mas e a Seleção Brasileira? ''Não vou desistir nunca''.
Fonte: Jornal do Brasil
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