O Vasco acusou uma dívida de R$ 13,2 milhões com os jogadores do atual elenco referente a valores atrasados de luvas e direitos de imagem. A relação com quanto o clube deve a quais atletas foi entregue à Justiça no processo que deu entrada no pedido de recuperação judicial, aceito pela 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital na semana passada.

Ao menos 17 jogadores do atual elenco têm algum valor atrasado a receber do clube. As maiores dívidas são com João Victor e Payet: o Vasco deve luvas de R$ 3.287.500,00 ao zagueiro e R$ 2.235.727,27 ao meia francês.

O ge revelou em janeiro que a gestão de Pedrinho estava destinando recursos para quitar as dívidas com o elenco. E que, por esse motivo, o clube tinha pouco dinheiro para investir em contratações na janela de transferências.



A diretoria recentemente quitou as luvas atrasadas de Vegetti, Paulo Henrique e Galdames (antes de o chileno sair do clube), por exemplo. No caso do centroavante argentino, o Vasco ainda deve R$ 240 mil em direitos de imagem. O clube tem cumprido o acordo de pagamento firmado com alguns jogadores. Procurado pela reportagem, O Vasco mas não quis se pronunciar.

No pedido de recuperação judicial, o jurídico do Vasco solicitou que os jogadores do elenco que têm valores a receber fossem tratados como "credores colaboradores" e não precisassem entrar na fila de pagamento, sob a justificativa de "serem prestadores de serviços necessários à manutenção da atividade empresarial do futebol".

A juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca aceitou o pedido, como diz esse trecho da decisão:

"Pelo esposado, DEFIRO que as Recuperandas continuem pagando os atletas do atual elenco masculino profissional no valor e na condição original de pagamento de seus créditos relacionados aos valores das luvas e das premiações por performance ou resultado, não estando, portanto, submetidos à proibição temporária de pagamento decorrente do stay period".

As dívidas do Vasco com jogadores do atual elenco:

• João Victor - R$ 3.287.500,00 (luvas)


• Coutinho - R$ 550 mil (imagem)


• Paulinho - R$ 1.150.000,00 (luvas)


• Puma - R$ 349.538,50 (luvas)


• Jair - R$ 311.200,00 (luvas)


• Vegetti - R$ 240 mil (imagem)


• Adson - R$ 640 mil (luvas)


• David - R$ 867.666 (luvas)


• Hugo Moura - R$ 550 mil (luvas)


• Victor Luís - R$ 120 mil (imagem)


• Sforza - R$ 87,5 mil (imagem)


• Capasso - R$ 75 mil (imagem)


• De Lucca - R$ 69 mil (imagem)


• Souza - R$ 160 mil (imagem)


• Léo Jardim - R$ 1.132.000,00 (luvas)*


• Jean Meneses - R$ 1.439.166,67 (luvas)


• Payet - R$ 2.235.727,27 (luvas)

*são dois valores lançados na planilha para a empresa LJ20 Gestão e Administração de Bens Ltda, de Léo Jardim: um de R$ 500 mil e outro de R$ 632 mil.

Fonte: ge


Vasco contesta débitos com elenco e diz que segue "trabalho de reestruturação das dívidas deixadas pela 777"

O Vasco publicou nota em suas redes sociais, na noite desta terça-feira, para contestar informações da reportagem que tratava de dívidas de cerca de R$ 13 milhões com jogadores do elenco. As informações foram retiradas da ação que resultou no processo de recuperação judicial em conjunto do clube e da SAF – o documento com a planilha de dívidas, a que o ge teve acesso, é de 24 de outubro de 2024 e tem título "Lista de credores Vasco (SAF e Associação)".

O ge errou ao não informar na matéria original a data do documento entregue à Justiça no processo de mediação, que embasou o pedido de recuperação judicial - aceito pela juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital.

De acordo com o clube - leia a nota completa do Vasco mais abaixo -, a reportagem "contém informações desatualizadas que não refletem a realidade". Segue a nota do Vasco: "Todos os salários e direitos de imagem dos atletas do atual elenco estão rigorosamente em dia desde o início da nova gestão. Além disso, o trabalho de reestruturação das dívidas deixadas pela 777 segue em andamento."

A reportagem do ge não tratou de salários do elenco e informou que "a diretoria, recentemente, quitou as luvas atrasadas de Vegetti, Paulo Henrique e Galdames (antes de o chileno sair do clube)". Ao ouvir o Vasco, a reportagem também publicou que o clube vem cumprindo acordo de pagamento com "alguns jogadores".



Na decisão em que aceita o pedido de recuperação judicial do Vasco, a juíza determina que o clube e a SAF "apresentem contas demonstrativas mensais durante todo o processamento da recuperação judicial até o quinto dia útil do mês posterior", sob pena de destituição de seus administradores. Nesse mês, por exemplo, seria no dia 11 de março.

Segundo o documento a que o ge teve acesso - e que foi entregue à Justiça - 17 atletas do elenco tinham "saldo devido" pelo clube/SAF. Antes da publicação desta nova reportagem, o ge perguntou ao Vasco o valor atual da dívida listada na Justiça, se houve mediação com atletas do elenco e se o Vasco está em dia com o reequacionamento da dívida.

Sem citar débitos referentes a pagamento de luvas - caso de 10 dos 17 atletas listados -, o Vasco enviou ao ge a seguinte nota nesta manhã de quarta-feira:

"A Vasco SAF esclarece que a reportagem publicada pelo ge parte de uma premissa incorreta ao tratar como dívida todos os valores mencionados no documento citado. Esse documento, anexado a um processo de mediação em 2024, inclui compromissos já vencidos e a vencer à época, mas não representa, necessariamente, valores devidos.

Além disso, em respeito à privacidade dos atletas, a Vasco SAF não comentará publicamente detalhes das tratativas financeiras com o atual elenco.

Por fim, reitera que todos os valores relativos a salários e direitos de imagem dos atletas se encontram rigorosamente em dia, inexistindo qualquer pendência desta natureza."

A seguir, leia a íntegra da nota do Vasco, publicada às 20h21 dessa terça-feira:

"Nota de Esclarecimento

A Vasco SAF esclarece que a reportagem de Raphael Zarko e Tébaro Schmidt, publicada em 04/03, contém informações desatualizadas que não refletem a realidade.

Todos os salários e direitos de imagem dos atletas do atual elenco estão rigorosamente em dia desde o início da nova gestão. Além disso, o trabalho de reestruturação das dívidas deixadas pela 777 segue em andamento.

A matéria menciona valores que supostamente seriam devidos a alguns jogadores, o que distorce os fatos e prejudica a reputação do clube. Esses dados foram extraídos de um documento de outubro de 2024, referente a um processo de mediação, que incluía valores vencidos e a vencer — ou seja, que não constituíam "dívida" naquele momento.

Reiteramos que reportagens baseadas em informações desatualizadas induzem os torcedores ao erro e afetam a credibilidade do Vasco e da gestão atual, que tem se empenhado em resgatar a imagem e a transparência do clube.

Recomendamos aos vascaínos que acompanhem as atualizações sobre a Recuperação Judicial pelos canais oficiais do clube.

Saudações Vascaínas."

Fonte: ge