De um lado, o time que o revelou para o futebol profissional. Do outro, o último clube em que atuou pela primeira divisão. Para Werley, a semifinal da Copa do Brasil deste sábado entre Atlético-MG e Vasco, em São Januário, colocará frente à frente duas equipes que marcaram profundamente a carreira dele.

Aposentado aos 36 anos após sofrer com "apagões" dentro de campo — segundo ele, causados pelo estresse —, o agora ex-zagueiro vive com a família em Oliveira, no interior de Minas Gerais, onde tem se preparado para se tornar treinador. Ao ge, Werley comentou sobre as expectativas para a definição do primeiro finalista da competição e apontou leve favoritismo para o Atlético no confronto. O Galo venceu o primeiro duelo por 2 a 1 e joga pelo empate.

— O Atlético tem alternado grandes jogos com jogos muito ruins. Mas no jogo decisivo contra o Fluminense, o Atlético fez um grande jogo. Tem atletas decisivos, o que faz muita diferença, como o Hulk e o Paulinho. Tem o Scarpa, que em jogo grande joga muito bem, sempre aparece como destaque.

Para Werley, o Vasco também tem jogadores que podem desequilibrar a partida e poderá contar com a atmosfera de São Januário como trunfo para conseguir a classificação.

— O Vasco cresceu muito com o Rafael [Paiva, treinador]. Depois que ele assumiu, o time cresceu. Tem o Coutinho que chegou, tem o Souza, o Alex. Jogadores experientes, e o time encaixou uma forma de jogar, e acaba que tem feito grandes jogos também. Coutinho é decisivo, Vegetti é muito bom de cabeça. Vem de uma derrota forte para o São Paulo no Brasileiro, mas dentro de São Januário o Vasco é muito forte.

"Acredito que vai ser um grande jogo. O Vasco vai ter que propor o jogo e sair um pouco mais, e o Atlético vai ter mais espaço para contra-atacar com jogadores fortes e rápidos. Acredito que o Atlético-MG vai acabar classificando", afirmou.

Revelado pelas categorias de base do Atlético-MG, Werley se firmou no time profissional do Galo a partir de 2009. No ano seguinte, foi campeão mineiro e se consolidou na equipe titular com a chegada de Vanderlei Luxemburgo. Ele permaneceu no clube até 2012, quando se transferiu para o Grêmio, outro time com o qual afirma ter grande identificação.

No Tricolor Gaúcho, foram mais três temporadas, mais de 100 partidas e 15 gols marcados, número que rendeu a ele a fama de "zagueiro artilheiro". Após empréstimos para Santos e Figueirense e um ano com o Coritiba, Werley chegou ao Vasco em 2018.

Nas três primeiras temporadas, o defensor atuou em 74 jogos e marcou dois gols. Porém, em 2021, ele foi afastado do restante do elenco e conseguiu a rescisão unilateral do contrato na Justiça.

Werley jogou profissionalmente pela última vez em 2022, quando defendeu o CSA, na Série B, e acabou rebaixado para a terceira divisão nacional. Foi com a camisa do Azulão que ele começou a sofrer com tontura e "apagões" durante os jogos. Os sintomas, segundo ele, surgiram por causa da pressão dentro e fora de campo.

"Era o estresse mesmo da sequência, de tanto tempo jogando em alto nível, a cobrança é muito grande. Não só a cobrança externa, mas a cobrança nossa mesmo", contou Werley ao ge no início de outubro.



Fonte: ge