Ex-tenista Fernando Meligeni exalta Daniel Musacchio, um dos técnicos de projeto social no Vasco: 'Fundamental pra mim'
O projeto Vem pro Tennis, que leva, há três anos, a modalidade a crianças e adolescentes de comunidades vizinhas ao Vasco, foi criado por dois treinadores argentinos radicados há mais de 30 anos no Brasil: Guillermo Gianelloni e Daniel Musacchio. Ambos trabalharam, entre outros, com dois dos maiores nomes da história do tênis no país, Carlos Alberto Kirmayr e Fernando Meligeni, respectivamente.
Meligeni, comentarista da ESPN e palestrante, por sinal, é muito grato até hoje por ter sido treinado por Musacchio:
- O Dani entrou na minha vida no momento mais difícil, que é a transição do juvenil para o profissional, dos 15 aos 19 anos. Quando cheguei na academia, ele foi designado como o treinador que cuidaria de mim. Morei na casa dele um tempo, me ajudou nesse momento difícil, que foi a ida para a Argentina, me adaptar, sair da casa dos meus pais. durante os 2 anos e meio que estive na Argentina, ele foi o cara mais próximo, o cara que eu chorava no ombro, me aconselhava, idade difícil, tanto tenisticamente como pessoal - elogia Fininho.
Número 25 do mundo (seu melhor ranking como profissional) em 1999, Meligeni teve a parceria de Musacchio em seu auge como juvenil em 1989, quando venceu o Orange Bowl, o mais importante torneio da categoria, e chegou à liderança do ranking mundial:
- Quando ganhei o Orange Bowl com ele e viro número 1 do mundo, aconteceu o que acontece em quase toda academia, quem ganha os louros é a academia. Mas quem trabalhava diariamente comigo era o Dani. Quando ele volta para o Brasil, nem pensei duas vezes: voltei também para o Rio de Janeiro, na Lob (em Laranjeiras). Ele me arrumou tenisticamente, é muito querido, de fala fácil, sabe entrar, foi me apresentando, me ajudou muito no começo do profissional, nos torneios satélites que eu jogava na América do Sul, na Colômbia, na Bolívia, aqueles primeiros torneios. Foi um cara fundamental pra mim, até a idade que a gente se separa, logicamente essas coisas acontecem, ele foi para a Bahia. Mas é um cara que, pra mim, não tenho palavras. Eu não seria o Fernando Meligeni se o Dani não tivesse passado pela minha vida.
O ex-técnico de Meligeni também não esconde a emoção ao relembrar do ex-pupilo:
- Sempre me emociono quando falo dele. Hoje em dia, nos vemos pouco, falamos pouco, mas o Fernando sabe que ele é uma parte da minha vida profissional e pessoal. Chegou com um entusiasmo incrível . Houve uma empatia desde o início, foi algo muito bom. Desde o início ele transmitia uma competitividade muito grande, um entusiasmo, uma ganas. O Fernando foi superando cada nível, cada barreira, é um cara espetacular, que me orgulha de tê-lo como amigo, como consultor. É uma pessoa que passou por minha vida de uma maneira tão forte.
Guillermo chegou ao Brasil em 1988, para ser instrutor da modalidade na unidade de uma rede francesa de resorts que acabara de ser inaugurada em Mangaratiba, na Costa Verde. Pouco tempo depois, já de malas prontas para ir a Corfu, na Grécia, o treinador recebeu um convite irrecusável para trabalhar no Paissandu, no Leblon. Depois, trabalhou alguns anos na clínica de Kirmayr, em Serra Negra, no interior de São Paulo. Na sequência, coordenou , durante 23 anos, a área social voltada ao tênis de um grande rede de plano de saúde. Depois, foi sócio de uma academia da modalidade no Recreio dos Bandeirantes.
Atualmente, além das aulas no projeto em São Januário, Guillermo e Dani, que se conhecem há 20 anos, se dedicam às aulas particulares.
Fonte: O Globo