Robson Bambu conta bastidores da recuperação do Vasco no Brasileiro 2023; veja vídeo
Robson Bambu está de casa nova. Depois de ser lançado no Santos, de duas boas temporadas no Athletico, de ser contratado pelo Nice e de passagens recentes por Corinthians e Vasco, o zagueiro de 26 anos no mês passado acertou sua transferência em definitivo ao Braga, de Portugal. Vai seguir no futebol europeu, que é o que ele desejava.
- Foi meu primeiro ano de Europa. É um cenário completamente diferente do Brasil, é um futebol diferente. Tive que me adaptar o mais rápido possível, mas tive um pouco de dificuldade de adaptação. Ocorreram algumas lesões que acabaram me prejudicando. Mas sou muito grato ao Nice, que foi o primeiro clube que me deu a oportunidade de vir para a Europa - disse em entrevista ao ge.
No Braga, o brasileiro terá um calendário com Liga Europa: na próxima quinta-feira, a equipe enfrenta o Maccabi, de Israel, pelo jogo de ida dos playoffs. Mas a estreia de Robson Bambu terá que esperar um pouco, já que ele sofreu uma lesão muscular nos treinamentos e levará no mínimo seis semanas para se recuperar.
Além de uma sequência em campo e de bons resultados na temporada, o zagueiro vai em busca de algo do qual ele se cobra bastante: em mais de 100 jogos como profissional na carreira, o zagueiro ainda não fez gol.
- Na verdade eu sou o que mais me cobro - revelou ele.
- Realmente não tenho nenhum gol como profissional, não tenho vergonha nenhuma em falar isso (risos). Mas eu acredito que isso vai acontecer na hora certa, eu me dedico muito no pós-treino, trabalhos de atacar a bola. O que agente faz no treino a gente leva para o jogo, eu levo isso com muita seriedade. Eu creio que as oportunidades vão aparecer. Papai do céu vai abençoar para fazer um golzinho. Um não, alguns (risos) - concluiu.
Os bastidores do Vasco em 2023
A temporada passada do Vasco foi de fortes emoções. Emprestado pelo Nice, Robson Bambu atuou em 21 partidas ao longo do ano, 19 delas como titular. Sofreu com o pior primeiro turno da história do clube no Brasileirão, mas encerrou sua passagem com a fuga do rebaixamento que parecia improvável e a sensação de dever cumprido.
- Vou dizer que a gente foi muito resiliente, foi essa palavra que eu usei bastante com pessoas próximas. A gente foi muito resiliente. Todo mundo sabe que não foi um ano fácil, o mental para jogar no Brasil é fundamental. Nós jogadores tivemos o mental muito forte. Foi um ano que eu levo de experiência para a minha vida - disse o zagueiro.
"Quando terminou a competição, saiu aquele peso", completou.
No Brasileiro 2023, Robson alternou entre o time titular e o banco de reservas. Quando Ramón Díaz assumiu a equipe no lugar de Maurício Barbieri, o zagueiro vinha de uma sequência de poucas oportunidades, mas acabou reconquistando espaço na equipe em outra posição: foi improvisado na lateral direita.
- É até engraçado porque eu já havia jogado de lateral por muitos anos no Santos, é uma função que eu sei exercer. Foi um treino qualquer em que ele (Ramón) montou o time, e acabou que eu tive que fazer a lateral. Falei: "Problema nenhum". Nesse treino fui muito bem. Depois do treino, ele perguntou se eu já tinha jogado como lateral, e eu respondi que sim. Que tinha jogado quatro anos nessa função. Ele deu uma risada de surpresa, ele realmente gostou e me deu oportunidades - contou Robson.
Confira lances de Robson Bambu, do Vasco, pelo Brasileirão
- Lembro que, na maioria das vezes, era mais o filho dele que falava, o Emiliano. Lembro que eu tinha feito esse treino de lateral, no dia seguinte tivemos um treino em São Januário, de pré-jogo. O Emiliano disse que ia precisar de mim naquela posição, perguntou se tinha algum problema. Eu respondi "claro que não". O que eu mais queria era jogar e ajudar - disse.
As críticas e o jogo da permanência
No Vasco, a exemplo de vários outros jogadores do elenco durante o momento ruim na temporada, Robson precisou lidar com as críticas da torcida.
- Teve torcedores lúcidos que entenderam que eu realmente estava ali para ajudar da melhor maneira possível, mesmo não sendo minha função. A partir do momento que eu entro em campo, independentemente de onde vou jogar, sempre vou ajudar o clube. Foi assim no Vasco. A maioria entendeu o contrário, alguns dizendo palavras negativas. Mas isso é uma coisa que eu não levava em consideração, eu sempre tive minha cabeça tranquila. Isso me motivava a trabalhar, dar a volta por cima - disse.
"Muitos torcedores reconheceram o meu esforço de querer ajudar o Vasco da melhor maneira possível", completou.
O Vasco conseguiu reagir no campeonato a partir da chegada de Ramón Díaz e de alguns reforços, como Medel, Vegetti, Paulinho e Payet. Antes de cravar a permanência na Série A, no entanto, a equipe passou por momentos difíceis, como a derrota por 4 a 2 para o Corinthians em São Januário na 36ª rodada.
- Foi (um baque), com certeza. Era um jogo de extrema importância. Pelo momento que a gente estava vivendo, cada jogo era muito importante, cada ponto. Era um jogo que a gente tinha certeza que iria ganhar, a semana tinha sido bem intensa. Saímos ganhando o jogo, depois levamos o empate, depois saímos na frente de novo. Tomar uma virada em um momento desse é um baque. Se a gente ganhasse, a gente já se livrava. A pior coisa é depender de resultado de outros times. A gente perdeu, foi um clima tenso realmente - disse.
A fuga do rebaixamento só foi concretizada na última rodada, depois da vitória por 2 a 1 sobre o Bragantino.
- O que mais marcou naquele momento foi ver todo mundo se abraçando no final. Passa uma retrospectiva na cabeça de como foi o ano, da dificuldade que cada jogador teve, as frustrações. Passa um filme. Foram episódios difíceis, mas no final graças a Deus a gente se abraçou, chorou. O que eu levo para a minha vida são sempre esses momentos de coisas boas - disse o zagueiro.
"Ali no Vasco, independentemente da situação, eu tenho um carinho enorme pela instituição, um respeito grande", concluiu.
Fonte: ge