Jornalista, compositor e grande personagem carioca, Sergio Cabral morreu neste domingo (14), aos 87 anos. Pai do ex-governador Sergio Cabral, ele estava internado na Clínica São Vicente. A informação foi confirmada pelo filho nas redes sociais, neste domingo (14). Sergio tinha 87 anos e também era escritor e pesquisador da música brasileira.
"Ele resistiu por 3 meses. Peço que orem por ele, pela alma dele. Por tudo o que ele fez no Rio de Janeiro e no Brasil. Pela música e pelo futebol, pela família linda que ele construiu", informou o ex-governador.
Carioca de Cascadura, vascaíno e grande entusiasta do samba, criou, entre outras obras, o musical "Sassaricando - E o Rio inventou a marchinha", junto com a historiadora Rosa Maria Araújo. Como jornalista, foi um dos fundadores de "O Pasquim" e chegou a ser preso na ditadura devido à sua atuação no jornal.
Como escritor, publicou as biografias de Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão, Grande Otelo, Ataulfo Alves e Elizeth Cardoso.
Também já teve atuação política na capital fluminense. Por três vezes, foi vereador do Rio – de 1983 a 1993. Foi ainda conselheiro do Tribunal de Contas do Município, até 2007, quando se aposentou.
Mais sobre a carreira de Sérgio Cabral pai
Órfão de pai desde os quatro anos de idade, começou sua carreira em 1957 como repórter policial do Diário da Noite, jornal vespertino dos Diários Associados. Em 1969, já como editor político do Última Hora, juntou-se a Jaguar e Tarso de Castro para a criação de O Pasquim. Durante a Ditadura, foi temporariamente preso por seu ativismo neste jornal.
Trabalhou como produtor musical entre 1973 e 1981. Como compositor, foi parceiro de Rildo Hora, escrevendo as letras de "Janelas Azuis", "Visgo de Jaca", "Velha-Guarda da Portela" e "Os Meninos da Mangueira", entre outras.
Carioca legítimo teve uma grande ligação com as escolas de samba a partir do início da década de 60 quando começou a cobrir para os meios de comunicação que trabalhava o desfile no centro da cidade. Na TV Globo, integrou o júri especializado, que dava notas para a apresentação das escolas de samba, desde a década de 70.
Com muita rigidez e conhecimento era considerado o jurado mais severo, guardando a nota máxima apenas para uma apresentação antológica. Julgou no início mestre sala e porta bandeira e comissão de frente e depois samba-enredo. Trabalhou como comentarista de carnaval também na TVE, em 1980, e na TV Manchete, em 1984, 1987, 1989 e 1990.
Fonte: O Globo