Escolhido para ser titular no meio-campo do Vasco contra o Botafogo, JP agarrou a oportunidade e foi o melhor jogador vascaíno no empate em 1 a 1 em São Januário.
- Estou muito feliz pelo momento, recebendo oportunidades. Trabalhei muito na base para isso, estou acostumado com pressão desde cedo. Quando tinha 13 anos vinha a São Januário assistir ao Vasco. Estou feliz, mas não satisfeito, porque a gente entra para ganhar - disse JP depois do jogo.
O volante apareceu em todos os cantos e foi bem marcando e distribuindo o jogo. Acertou todos os passes que tentou e saiu aos 34 minutos do segundo tempo. Foi bem com e sem a bola.
Números de JP contra o Botafogo:
• 82 minutos jogados
• Passes: 35
• Passes certos: 35
• Faltas cometidas: 2
• Faltas recebidas: 2
• Desarmes: 2
O bom desempenho de JP não é surpresa para quem acompanha o dia a dia do jovem de 19 anos. O meio-campista vinha trabalhando duro em busca de oportunidades. O jogador contratou a mesma consultoria tática de Bruno Guimarães, volante do Newcastle e da seleção brasileira, para fortalecer as partes mental, tática e técnica.
O garoto tem acompanhamento nutricional, físico e de recuperação fora do clube, com o cuidado de não sobrecarregar o atleta. Ele também faz aulas de inglês. A equipe de JP, além da consultoria tática, inclui personal e massagista particulares, academia em casa e nutrólogo para orientar a alimentação fora do Vasco - o profissional é o mesmo que atende a atletas da seleção brasileira.
- Busco sempre trabalhar dentro e fora do Vasco, complementar é sempre bom. Ajuda minha parte tática e minha parte física. Assisto aos vídeos dos jogos e dos treinos, trabalho minha parte física, mas só para somar ao que já é feito dentro do clube - comentou JP.
- O Vasco oferece para a gente todo o suporte. Estrutura, psicóloga, nutricionista, assessor de imprensa, tudo, e isso facilita muito. Espero a oportunidade desde a base e, quando chega, a gente tem que estar preparado para dar o nosso melhor - completou ele.
Um sonho e uma câmera nas mãos
O caminho de JP até o Vasco tem a participação fundamental do pai, Murilo Morais. Quando o atleta ainda defendia o Goiás, a qualidade dos vídeos gravados por celular era muito baixa, e seu pai decidiu comprar uma câmera para registrar os jogos do filho.
- Foi uma nota, paguei em várias parcelas (risos) - lembrou Murilo ao ge no ano passado.
O investimento valeu a pena mais tarde. Murilo começou a olhar para fora de Goiânia. Queria que o filho tivesse contato com outras estruturas e vivenciasse experiências no eixo Rio-São Paulo. Foi quando JP ficou uma semana na base do São Paulo e, posteriormente, no Corinthians.
Depois, os vídeos postados nas redes sociais de JP chegaram até o neto de Garrincha, o scout Luiz Bastos. Ele gostou do que viu e chamou o menino para vir ao Rio de Janeiro e ser observado pelo Vasco. O volante ficou na cidade e se firmou na base do Vasco.
Neste ano, ele subiu para o profissional. O clássico contra o Botafogo foi o quinto jogo de JP. Antes, ele havia jogado contra Grêmio, Cruzeiro, Juventude e São Paulo.
Fonte: ge