Confira mais tópicos da entrevista coletiva de Rafael Paiva após Bahia 2 x 1 Vasco
Quinta-feira, 27/06/2024 - 00:35
O Vasco fazia bom jogo contra o Bahia na noite desta quarta-feira até a expulsão de David, aos 14 minutos do segundo tempo. O lance foi questionado pelo treinador interino Rafael Paiva, que o considerou determinante para a derrota por 2 a 1 na Arena Fonte Nova.

- Acho que a gente estava controlando alguns momentos do jogo, a gente conseguiu ter mais a bola, conseguimos marcar melhor, acho que a gente estava conseguindo chegar mais no campo do Bahia. E a expulsão foi determinante para mudar o caminho do jogo. Ao vivo ali, eu já tive a impressão que foi uma falta normal, foi uma proteção pelo espaço. E, vendo o vídeo, ficou mais claro que não era um lance para o segundo cartão amarelo e, por consequência, o vermelho. Isso foi determinante. Um jogo desse nível, que o detalhe faz toda a diferença, ter um jogador expulso dessa forma - pontuou Rafael Paiva, que enfatizou:

- A expulsão complicou muito nosso jogo, e eu acho que fomos prejudicados.

Mesmo com a derrota, Paiva destacou a mudança de postura dos jogadores do Vasco, que competiram e quase conseguiram pontuar em Salvador. O interino valorizou o trabalho realizado nos últimos dias e pediu o mesmo espírito para a sequência.

- Estou satisfeito pela entrega dos jogadores, a postura deles já é diferente nesses dois jogos, é um time que está tentando jogar mais com a bola, está tentando criar mais situações de gol. Cobramos muito de bola só no Vegetti, bola longa, lançada, cruzamento, bola na lateral, para ter mais variações de ataque. Estamos conseguindo evoluir nesse sentido, e o sentimento que fica, apesar da derrota, é de evolução, de um espírito diferente, de encarar a partida de forma diferente, de ter coragem de arriscar jogadas, é essa postura que temos que tentar levar para o jogo contra o Botafogo, essa mudança de postura de buscar a vitória a todo momento.

Perguntado sobre seu futuro no cargo de treinador do Vasco, Rafael Paiva desconversou e diz que está pensando jogo a jogo para ajudar o time. O nome do interino é cogitado pelo presidente Pedrinho, que cogita também outros técnicos após a demissão de Álvaro Pacheco.

- Tenho falado com os atletas que para mim é uma final e estou jogo a jogo. Mais uma vez contribuí para o Vasco, muito orgulhoso da oportunidade e vou sempre jogo a jogo tentar contribuir da melhor maneira possível - disse ele.

- Estou muito feliz pela oportunidade, estar em um gigante da série A, uma torcida de massa, um time que eu sempre assisti e ficava muito orgulhoso de ver o Vasco jogar, os jogadores que passaram pelo Vasco, os jogadores que o Vasco mandou para a seleção brasileira. É um orgulho imenso estar aqui, a gente trabalha a vida inteira para uma oportunidade como essa, então estou muito feliz pela oportunidade que o Vasco está me dando e com certeza, se eu for contribuir e for ajudar, eu estou à disposição, gostaria muito de estar aqui - completou.

O próximo jogo do Vasco é no sábado, contra o Botafogo, em São Januário, às 18h30. David, expulso, e Mateus Cocão, que recebeu o terceiro cartão amarelo, vão desfalcar o time de Paiva.

Outras declarações de Paiva:

Análise do jogo

- Para mim, acho que o detalhe fundamental é sobre a exposição. Aqui é muito difícil de jogar, é um time muito organizado, a gente já tinha estudado muito. E a gente conseguiu competir muito no primeiro tempo, igualar alguns momentos do jogo, e a gente voltou muito bem no segundo tempo. Acho que a gente estava controlando alguns momentos do jogo, a gente conseguiu ter mais a bola, conseguimos marcar melhor, acho que a gente estava conseguindo chegar mais no campo do Bahia. E a expulsão foi determinante para mudar o caminho do jogo... Realmente é muito difícil, acho que mesmo assim a gente ainda conseguiu equilibrar defensivamente.

Por que não tirou Vegetti?

- O Vegetti é um jogador que segura no mínimo dois jogadores, então essa é a vantagem de tê-lo no jogo, a gente poderia colocar um outro jogador ali mais inteiro, mas o Vegetti é um jogador que segura demais a bola, é um pivô e a gente precisava ter tempo para a bola parar no pé dele para a gente tentar chegar porque, independentemente de ter um jogador a menos, a gente ia tentar vitória. Viemos pela vitória e íamos até o final buscá-la.

Linhas de quatro

- A gente tem jogadores muito inteligentes, a ideia era travar pelo lado e sabíamos que com um jogador a menos o Bahia teria muito mais a bola, e a gente imaginou que eles acabariam cruzando mais a bola na área, então quis jogadores com mais características de defender a lateral. Essa troca era natural, então falei ali para o Leandro e para o Puma que entraram, pedi um pouco mais de gás para transitar, porque estava mais inteiros no jogo, mas a qualquer momento eles poderiam trocar. Então tanto o Puma quanto o Leandro poderiam descer uma linha e jogar como lateral, e tanto o Piton como o PH poderiam transitar para o ataque.

- Deixei isso livre para eles fazerem ali e no contexto da jogada eles iam tomar a decisão, poderia acontecer naturalmente. O PH vem de uma virose do jogo passado, mas sustentou muito bem o jogo. Eu acho que vale salientar que mesmo com um a menos a gente fisicamente conseguiu fazer um jogo parelho contra o Bahia, eu acho que a gente conseguiu suportar bem. E infelizmente foi uma infelicidade mesmo que a gente tomou o segundo gol, mas eu acho que eles entraram bem. Na maioria das jogadas, conseguiram neutralizar e, infelizmente, um ali a gente não conseguiu pegar.

Pedrinho e o DNA do Vasco

- A conversa com o Pedrinho e com o Felipe é em cima de postura, de resgatar o que a gente acredita que o Vasco é, resgatar o DNA, resgatar o jogo bem jogado, resgatar se entregar a todo tempo para o jogo, de defender com agressividade, de oportunizar jogadores talentosos da base. É resgatar o espírito do que o Vasco sempre foi, não só para ganhar de qualquer forma, mas uma forma de jogar, um DNA do Vasco, a torcida ir para o estádio e ver um espetáculo, um jogo bem jogado, um jogo aguerrido, e foi o que eles fizeram na carreira deles no Vasco.

- Esse é o caminho, acho que a gente está tentando e conseguindo colocar isso jogo a jogo e eu acho que esse é o caminho, o caminho é resgatar o orgulho da torcida, de torcer pelo Vasco. Independentemente do resultado do jogo, entregar o nosso melhor, ter coragem para jogar, ter coragem para colocar os meninos da base, e eu estou satisfeito nesses dois jogos, acho que consegui implementar esse espírito junto ao Pedrinho.

Payet volta?

- O Payet é um jogador muito talentoso, ele faz muita diferença dentro de campo, é um jogador que está na transição e, se ele estiver bem, é um jogador que com certeza faz muita diferença, ou começando jogando ou entrando durante o jogo. Dependendo da minutagem que ele aguentar, é um jogador que faz muita diferença, que tem o espírito que a gente acredita e, se ele estiver à disposição, ele vai contribuir muito, assim como os outros jogadores, todo mundo está se doando ao máximo, no treino, no vestiário, no banco torcendo o tempo todo, tenho certeza que quem entrar vai se doar ao máximo para conseguirmos essa vitória. Ele tem uma transição, amanhã ele vai fazer um treino mais aberto e vai ser um termômetro bom para saber se ele vai jogar ou não.



Fonte: ge