Confira detalhes do projeto de reforma de São Januário aprovado pela Câmara dos Vereadores
A Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro deu um passo importante para a reforma de São Januário, nesta terça-feira, ao aprovar o projeto de lei do potencial construtivo do estádio do Vasco. O último passo para a liberação da venda do potencial é a sanção do prefeito Eduardo Paes.
Pedrinho fala sobre a aprovação do PL sobre potencial construtivo de São Januário
Enviado em novembro do ano passado pelo prefeito Eduardo Paes, o projeto acelerou em 2024 na Câmara dos Vereadores. Com "pressão" de Pedrinho e do próprio prefeito, os parlamentares realizaram as audiências públicas, entregaram o parecer em conjunto das comissões técnicas e votaram em duas discussões o projeto do estádio do Vasco — tudo isso de fevereiro para cá.
O projeto recebeu emendas dos vereadores antes da votação final. Os parlamentares adicionaram e alteraram trechos do texto original do projeto de lei entregue pelo Poder Executivo. O principal deles, como informado pelo ge anteriormente, é que o Vasco tenha um aumento do percentual do potencial construtivo a ser vendido no início da obra — estima-se que o clube receberá em torno de R$ 500 milhões, quantia que só poderá ser usada na reforma do estádio.
Entre as emendas aprovadas, duas delas destinam recursos para contrapartidas. Uma estabelece que 6% do valor arrecadado com a operação seja destinado a obras de melhorias no entorno do estádio de São Januário. Outra determina que R$ 150 de cada metro quadrado negociado seja direcionado a um fundo de mobilidade, que será investido em obras de melhoria no trânsito nos chamados bairros receptores.
O ge separou as imagens do projeto da reforma do estádio, que tem como base o desenvolvido por Sérgio Dias na gestão do ex-presidente Alexandre Campello. O arquiteto foi o responsável também pelas atualizações. A equipe conta ainda com os arquitetos Ana Carolina Dias, Clarissa Pereira, Felipe Nicolau e William Freixo. Todos são torcedores do Vasco e frequentadores de São Januário.
Sérgio Dias se emocionou após a aprovação do projeto que criou. Na Câmara dos Vereadores, o arquiteto acompanhou a votação ao lado de Pedrinho, presidente do Vasco, a quem elogiou bastante sobre a condução do processo da viabilização da reforma.
Pedrinho, do Vasco, e arquiteto Sérgio Dias comemoram aprovação de PL do potencial construtivo de São Januário
A ideia é aumentar a capacidade para 47.383 torcedores com a construção de uma arquibancada na parte sul, fechando assim o campo. Também estão previstas a construção de duas torres ao lado da fachada principal, que abrigariam estabelecimentos como museu, lojas e restaurantes, e a criação de 1.440 vagas de estacionamento. Todo o complexo esportivo será modernizado.
A reforma hoje está orçada em R$ 506 milhões e o prazo de execução é de três anos. A expectativa do clube é inaugurar a obra em 2027, quando São Januário completa 100 anos. O desejo é começar as obras no fim de 2024, em dezembro.
Veja os principais pontos do projeto:
Capacidade total: 47.383
Tribuna: 123
Camarotes: 133 (2.541 lugares)
Camarotes coletivos: 378
Frisas: 210
Lounges: 1.130
Cadeiras: 10.258
Arquibancadas: 32.743
Setor visitante: 2.369
Fachada histórica + torres
As torres laterais e a fachada principal foram idealizadas em contraste com o estilo arquitetônico, mais modernas. Importante ressaltar que nada será construído em discrepância com a altura da fachada.
Na torre à esquerda da fachada ficará uma área para eventos, podendo gerar renda para o clube, um restaurante e pavimento administrativo e camarotes, todos com varanda. Na torre à direita ficarão a loja do Vasco, outro restaurante e um museu que vai encorpar a sala de troféus.
O estádio terá acesso pelos quatro lados, todos com acessibilidade universal.
Fachada Norte - esplanada
O Vasco vai utilizar 10 mil m2 da sua área para a esplanada, abrindo seu terreno ao público, sem barreira de acesso, na fachada Norte, voltada para a comunidade da Barreira. Nessa parte, estará estampada a Resposta Histórica de 1924, gravada em pedra. O projeto externo do estádio faz referência aos azulejos portugueses e a símbolos vascaínos.
Já na Rua Ricardo Machado, o plano é fazer um painel com imagens de grandes ídolos do Vasco.
Fachada Leste
Projeto tem referência à camisa do Vasco, com a faixa diagonal e a Cruz de Cristo, na fachada leste.
Arquibancada
O setor popular de São Januário é a grande mudança desse projeto em relação ao anterior: a arquibancada, onde os torcedores ficarão em pé, será o setor mais próximo do campo - distância de 10 metros - e também o com maior capacidade e ingressos mais baratos. O setor norte foi desenhado em homenagem aos Camisas Negras.
Seguindo modelo de clubes europeus, a arquibancada terá uma barreira de proteção (safe standing) que permitirá a flexibilidade do setor. Essas barreiras terão apoios que permitirão a mudança para cadeiras, caso o Vasco opte por diminuir a carga de ingressos em algum jogo ou até mesmo em caso de eventos, como shows, em São Januário.
Camarotes
O projeto prevê a construção de 133 camarotes ao longo de todo o estádio, o que vai criar mais uma fonte de renda para o Vasco.
Complexo esportivo
O potencial construtivo não abrange somente o estádio, mas todo o complexo esportivo de São Januário. Assim, o projeto também contempla capela, clube social (piscina) e uma torre esportiva com três pavimentos: quadra de vôlei e basquete, quadra de futsal e quadra de ginástica e luta. As duas primeiras com capacidade para cinco mil torcedores.
Visitantes
A torcida visitante ficará praticamente no mesmo lugar onde fica hoje e terá "tratamento privilegiado", conforme definiu um dirigente do Vasco. Os camarotes localizados no setor adversário não serão vendidos. Ideia é que sejam disponibilizados para diretoria e funcionários do clube visitante.
Fonte: ge