Apresentado, Pedro Martins fala sobre Philippe Coutinho e revela que Pedrinho foi ao CT nesta 6ª-feira
Diretor-executivo de futebol do Vasco, Pedro Martins foi finalmente apresentado de forma oficial no clube na tarde desta sexta-feira, ao lado do novo técnico Álvaro Pacheco, e respondeu a perguntas dos jornalistas. Entre elas, questões relacionadas à negociação com Philippe Coutinho.
O dirigente lembrou que o caso não é simples porque Coutinho ainda tem dois anos de contrato com o Aston Villa, da Inglaterra, mas afirmou que "dá para demonstrar otimismo".
- Falando em transferências, parte desse diagnóstico do que era o Vasco foi na análise financeira, para sabermos o que fazer na janela. Uma das grandes compreensões que temos é que o Vasco tem um orçamento limitado, o clube não está com cofres cheios. Isso leva diretamente ao fato de o Coutinho querer estar aqui. A briga do Coutinho não é financeira, não vamos ao mercado para oferecer mais dinheiro pelo Coutinho. Estamos fazendo uma conversa com alguém que quer estar no Vasco, que optou por isso. A opção dele não está atrelada de investimento, mas, sim à capacidade de entendimento do que é o projeto do Vasco hoje e a importância que ele tem nesse cenário. É por aí que as conversas caminham - disse Pedro Martins.
"Não dá para cravar que ele vem, mas dá para demonstrar otimismo porque, quando o jogador quer vir, é fundamental e importante. Se isso vai demorar muito mais ou muito pouco, vai depender de uma série de outras questões. Mas o fato de ele querer estar aqui é muito forte para que essa negociação caminhe bem", completou.
Pedro Martins também comentou a briga judicial entre os sócios da SAF do Vasco e como Pedrinho, presidente do clube associativo, foi inserido no dia a dia do futebol após a liminar obtida na Justiça.
- Desde a decisão judicial, o Pedrinho foi muito cuidadoso para fazer algumas ligações importantes. Ele fez uma ligação com o Lúcio para alinhar os detalhes e construir essa entrada dele no aspecto operacional. E ele me liga para uma conversa no mesmo nível, para entender o planejamento, o que a gente estava pensando, quais os movimentos. Ele está muito preocupado com o ambiente no CT, como o CT está sendo impactado com isso. E todas as conversas foram muito positivas, está todo mundo pensando no bem do Vasco. Eu tenho visto com muito otimismo a entrada dele. Não foi uma entrada abrupta, muito pelo contrário. Foi muito suave, tranquila e pacífica - disse ele.
- Todas as conversas não foram de mudança de planejamento, mas de continuidade e de fortalecimento de tudo que está sendo feito. Hoje teve conversa com os atletas. Desde então a gente tem trocado muita ideia, eu tenho visto muita sinergia tanto no pensamento dele, no pensamento do Lúcio... Se dá para resumir em uma frase, acho que a gente está muito unido e trabalhando em prol do Vasco - completou.
Autonomia
Os dois diretores que ocuparam o cargo anteriormente, Paulo Bracks e Alexandre Mattos, em algum momento se queixaram da falta de autonomia para trabalhar, já que todas a maioria das decisões precisava passar pela 777. Pedro Martins disse que lida bem com isso.
- Desde o início, falando com o Lúcio e com a 777, eles queriam um diretor que ajudasse a construir saídas para o projeto de futebol. O que significa isso na prática? É desenvolver uma linha orientadora para a formação do elenco, contribuir no desenvolvimento do perfil do jogador que o Vasco vai formar, qual vai ser a estratégia que o Vasco vai adotar no mercado. Quando a gente fala de diretor de futebol, é isso. É uma visão muito mais ampla para ajudar na construção de um norte para o projeto de futebol do clube, não só pensando na janela, mas no futuro do Vasco. Um dos pontos que foi passado é que o Vasco pensou muito no imediato e deixou de pensar no seu futuro. Com relação a isso, acho que a gente estava bem alinhado. A minha felicidade é que o Pedrinho pensa da mesma maneira, a gente está 100% alinhado. Que não seja só vender o almoço para pagar a janta. Temos que começar a pensar num futuro para colocar o Vasco de novo entre os protagonistas - disse o diretor.
- Para fazer isso, não é só dinheiro. Se não tiver uma lógica bem estabelecida, você pode ter um caminhão de dinheiro que vai gastar errado. A torcida normalmente está interessada num grande nome. Mas se a gente começar a tomar uma decisão popular sem respeitar a sustentabilidade financeira do clube, o clube quebra. Eu não estou aqui para dar notícia boa, estou para dar a notícia que é possível. Não estou aqui para vender sonho, estou aqui para ajudar a construir o sonho. Alguém precisa plantar, estou aqui para isso - completou.
- Eu estou aqui para desenvolver o projeto de futebol do clube. Não quero a chave do clube, não quero ser o dono do Vasco. Fui contratado por um clube que tinha dono e que tinha uma diretriz esportiva. Hoje o clube tem um presidente, que também tem uma diretriz. Vamos trabalhar dentro disso. O que é importante: não vamos ao mercado fazer algo que o Vasco não pode executar. Se isso é autonomia, eu não sei. Mas só vamos fazer o que o clube puder pagar. Temos que parar tudo e pensar no futuro dessa instituição - concluiu Pedro Martins.
E de que maneira as decisões estão sendo tomadas no Vasco neste momento? Pedro respondeu:
- Hoje é sentar numa mesa Pedro Martins, Álvaro Pacheco, Pedrinho e Lúcio e tomar a melhor decisão para o Vasco.
Saída de Medel?
Pedro Martins foi perguntado sobre possibilidade de saída de jogadores na próxima janela de transferências, em especial do chileno Gary Medel, que não vem sendo utilizado. O dirigente garantiu que, até o momento, nenhuma proposta chegou.
- Até o momento o clube não recebeu nenhuma proposta de saída de jogadores, até porque tem uma distância para a janela. Quando acontecer, vamos avaliar caso a caso, sentar com os jogadores, com o Álvaro e entender se essa saída pode fazer sentido, se pode fazer bem para o jogador. Isso vai ser uma construção com toda equipe técnica e com os próprios jogadores - concluiu.
Fonte: ge