Primeiro treinador de Léo Jardim fala sobre o início da carreira do goleiro ao 'Globo Esporte'; veja vídeo
Desde os 11 anos, Léo Jardim já chamava atenção como goleiro
Fonte: ge
Vídeo de Léo Jardim, do Vasco, aos 11 anos impressiona; "Inteligência absurda", diz primeiro preparador
A tranquilidade de Léo Jardim para dar duas vezes a classificação ao Vasco nesta edição da Copa do Brasil não impressiona quem conhece o goleiro desde criança.
Na terça-feira, ele defendeu o último pênalti cobrado pelo Fortaleza e garantiu o time nas oitavas de final. Antes, na segunda fase, já havia salvado uma cobrança na disputa contra o Água Santa.
Veja vídeo de Léo Jardim, do Vasco, treinando quando criança
O ge encontrou o primeiro preparador de Léo Jardim e teve acesso a um vídeo (veja acima) do jogador treinando em 2006, quando ainda tinha 11 anos - hoje ele está com 29. O treinador de goleiros Leandro Franco iniciou o atleta vascaíno na profissão, em uma escolinha do Botafogo de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, onde Léo nasceu.
- Aquele vídeo é uma relíquia. Quem teve a ideia e organizou tudo foi o Artur, pai do Léo. Isso aconteceu em 2006, eu era o responsável por treinar os meninos da escolinha. Ele tinha entre 10 e 11 anos e aprendia muito fácil, se sobressaía - recorda Leandro ao ge, e completa:
- Você falava uma vez e ele tinha uma inteligência absurda. Mesmo criança ele levava muito jeito. Ele reproduzia tudo de uma maneira excelente.
Primeiro preparador de Léo Jardim destaca técnica do goleiro do Vasco
A facilidade de Léo Jardim em aprender a técnica foi o que mais impressionou Leandro, que trabalhou com o goleiro por três anos na escolinha e depois o acompanhou por um tempo no Olé Brasil, clube da cidade focado na revelação de novas promessas.
- Ele demonstrava muita técnica, aprendia muito rápido. Só que aí tem o jogo, a hora das provas. E ele se destacava nos jogos com muita coragem, mesmo pequenininho. Feliz, treinando com muita disposição. No jogo ele tinha coragem para fazer. Ali a gente batia o olho e falava: "Caramba, ele leva jeito". Eu falava com o pai dele que ele tinha chances de ser um ótimo goleiro um dia. E está aí. Que bom - destaca Leandro Franco.
- Ele não tinha medo de saltar. De pular na bola. Gostava de treinar. Alguns meninos têm um pouco de receio, é natural. Fica com medo. No vídeo, dá para ver que ele pulava de todo jeito. Com criança a gente sabe que tem que ter cautela, é diferente de um atleta profissional. Ensinávamos a técnica, mas tínhamos cuidado em não sobrecarregar - lembra o preparador.
Com pouco tempo de Olé Brasil, Léo Jardim foi chamado para a base do Grêmio e seguiu o caminho da profissionalização. Passou por Portugal e França antes de chegar ao Vasco no ano passado. Desde então, tem liderado estatísticas de defesas difíceis e se mostrado um bom pegador de pênaltis - defendeu quatro até o momento.
- É a questão de ele ter facilidade para absorver as coisas. Eu fico super feliz por ele ter se tornado o atleta que se tornou. Quando passávamos para ele alguma informação, ele executava, tentava fazer. O vídeo é curto, mas quem entende de treinamento de goleiro até assusta. Ele faz bem feito. Acho que um dos motivos do destaque dele é porque ouve muito o treinador. Ele tem intuição, claro, mas ele escutava muito e reproduzia muito bem - avalia Leandro.
Depois do jogo, na terça, o técnico interino Rafael Paiva revelou que ele e todo o time tinham certeza que Léo Jardim pegaria pelo menos uma das cobranças:
- A gente treinou pênaltis a semana toda. A gente tem grandes cobradores, e o Léo é um goleiro muito diferente. É um goleiro nível de Seleção. Ele defende muitos pênaltis em treino também. Então a gente fechou na roda e sabia que alguma cobrança ele ia pegar pra gente - disse Rafael.
Vasco 3(5)x3(4) Fortaleza | Pênaltis | 3ª Fase | Copa do Brasil 2024
Antes de Léo Jardim, o preparador trabalhou com outro goleiro de destaque. Ele foi treinador de Diego Alves, revelado pelo Atlético-MG e que teve passagem recente pelo Flamengo, rival do Vasco.
Leandro Franco lembra que Léo Jardim, do Vasco, "não tinha medo de saltar"
Nove anos mais velho do que Léo Jardim, Diego Alves se impressionou com o goleiro vascaíno lá atrás. Leandro orientou o ex-atleta rubro-negro na base do Botafogo-SP e, depois, era frequentemente chamado para treiná-lo nas férias, nos tempos de Galo.
- Era o maior barato. Diego Alves dispensa comentários. Ele já era um atleta profissional, bem resolvido, as crianças ficavam doidas. Em algumas ocasiões, eu levava o Léo Jardim, ele ficava numa alegria danada. E o Diego ficava impressionado, porque ele fazia tudo certinho, tudo muito bem feito.
No Vasco, Léo Jardim realizou o sonho de todo jogador profissional: em março deste ano, ele foi convocado pela primeira vez pela seleção brasileira. Oportunidade para o primeiro professor relembrar o início de tudo em Ribeirão Preto, onde a família do goleiro ainda vive.
- Eu dei o chute inicial. Depois ele foi tendo pessoas importantes na carreira dele, cada um no seu tempo. Às vezes eu penso: "Olha o que o Léo fez, cara... Ele chegou na Seleção". Mandei uma mensagem super feliz para ele, parabenizando. É o nosso troféu. Imagina você ensinar uma criança e ver ela se desenvolvendo por um caminho bom até chegar à seleção brasileira. É um motivo de muita alegria, fiquei muito contente - afirma Leandro Franco, que conclui:
- (O novo treinador Álvaro Pacheco) pode dormir tranquilo. A equipe está de parabéns, os preparadores... Estão mostrando que não é de hoje que o trabalho é bem feito. O Léo está se destacando bastante. Álvaro pode ficar tranquilo.
Fonte: ge