Peça-chave na reação do Vasco no segundo turno do Brasileirão de 2023, Medel não esteve em campo por um minuto sequer nos dois jogos mais recentes do time em 2024, contra Fortaleza e Athletico-PR.

Fora de campo, o chileno também vive momento difícil, com problemas de relacionamento com boa parte do elenco, principalmente depois de uma agressão ao atacante vascaíno Cauã Paixão, em janeiro. Revelado na base do clube, o jovem de 19 anos agora está emprestado ao América-RN.

Medel, hoje com 36 anos, chegou ao Vasco em julho do ano passado, quatro dias antes de Ramón Díaz. Com o argentino, tornou-se intocável e recebeu a braçadeira de capitão. O último jogo do chileno até agora foi justamente na despedida do treinador, a goleada sofrida para o Criciúma - no Brasileirão, ele também foi titular na estreia, contra o Grêmio, e depois desfalcou a equipe contra Bragantino e Fluminense porque viajou ao Chile para ficar ao lado da mãe, que está doente.

Desde então, o atleta não ganhou minutos com o interino Rafael Paiva. Ele nunca havia ficado no banco vascaíno por opção técnica. Com a saída da comissão técnica argentina, Medel vive situação delicada no clube. Seu contrato vai até dezembro deste ano.

Problemas de relacionamento

No dia a dia do elenco vascaíno, desde o ano passado Medel enfrenta certa resistência de alguns atletas brasileiros. Com perfil fechado, ele não faz muita questão de interagir, principalmente com os mais jovens. Em 2023, porém, a situação não explodiu. Com a reação do time no Brasileirão e as boas atuações do chileno, Ramón Díaz sempre o tratou como um dos jogadores mais importantes do grupo, que não morria de amores pelo zagueiro, mas respeitava sua trajetória no futebol.

Com os estrangeiros do elenco, a relação é melhor. Medel costuma ser visto ao lado de Puma Rodríguez e Galdames, por exemplo. Ele também caiu nas graças de Ramón Díaz e o filho do treinador, Emiliano.

O zagueiro sempre teve muito prestígio com a comissão técnica anterior, participando inclusive de tomadas de decisão. Dos 41 jogos do Vasco sob comando de Ramón, ele atuou em 32, todos como titular.

Nesta terça-feira, Pedro Martins, o diretor de futebol contratado para o lugar de Alexandre Mattos, teve uma conversa com o elenco inteiro sobre diretrizes e regra de conduta. O caso de Medel não foi tratado de maneira específica, no entanto.

Agressão e briga com Cauã Paixão

Em 2024, a situação com o elenco piorou depois de um episódio específico. No dia 31 de janeiro, o Vasco estava concentrado em Uberlândia para o jogo da primeira fase do Carioca, contra o Nova Iguaçu.

Na hora do almoço, Cauã Paixão, atacante criado na base do clube, entrou no elevador olhando para o celular e não cumprimentou Medel nem os demais jogadores presentes. O capitão não gostou da atitude do jovem e deu um tapa com força na sua nuca.

Paixão reagiu à agressão, e os dois começaram a discutir dentro do elevador. No momento em que Medel deu um segundo tapa, o atacante se atirou na direção do chileno. Eles chegaram a trocar socos e precisaram ser separados. O chileno ainda mordeu Paixão, que foi emprestado ao América-RN no dia 20 de fevereiro.



Não houve punição a Medel por parte da diretoria, então comandada por Alexandre Mattos, ou comissão técnica. A impunidade causou incômodo no elenco.

O episódio em em Uberlândia deteriorou o prestígio de Medel com boa parte dos jogadores e funcionários, que o consideram arrogante e segregador.

Fonte: ge