Para além de toda história no futebol, no remo, no basquete e em outras modalidades, o Club de Regatas Vasco da Gama se orgulha em ser o primeiro time de camisa do Brasil que abriu espaço para o paradesporto. Pioneirismo e inclusão estão no DNA do clube que se orgulha de ter representantes no maior evento esportivo do mundo pela sexta edição consecutiva. A coordenadora de esportes paralímpicos do Vasco, Livia Prates, fala com orgulho deste feito:
"O Vasco manda representantes para os Jogos Paralímpicos desde Atenas, em 2024, só que esse ciclo agora de Paris, pra mim, não só como coordenadora de todas as modalidades, mas como técnica da modalidade de natação, tem um gosto diferente, porque a gente não está só cedendo atletas para a seleção brasileira e eu como técnica, mas a gente está indo com atletas com chances reais de medalha", afirma Livia.
Para a edição de Paris, quatro atletas podem representar o cruzmaltino: os nadadores Camille Rodrigues, Daniel Mendes e Lídia Cruz e o jogador de vôlei sentado, Diogo Rebouças. Camille e Diogo já participaram de Jogos Paralímpicos, enquanto Daniel e Lídia vão para sua primeira disputa, podendo essa ser a última de Camille. A nadadora de 32 anos, que esteve na edição Rio, em 2016, comentou sobre o processo de preparação para conquistar a tão sonhada vaga paralímpica:
"Talvez seja meu último ciclo, acho que não me cabe mais quatro anos de preparação. A gente vem de uma pegada bem frenética desde 2021, que foi quando eu decidi voltar para o alto rendimento. Não que eu tivesse parado, mas como eu decidi acabar a minha faculdade de nutrição, eu meio que me afastei das competições internacionais e fiquei só nas nacionais para eu conseguir fazer essa transição de carreira e me formar, coisa que muitos atletas acabam fazendo depois de se aposentar. Os treinos estão sendo muito fortes, a dedicação tem sido muito forte e a gente está no clube todo dia, de segunda a sábado, única e exclusivamente para conseguir essa vaga. Eu sou a décima no ranking mundial [100m livre pela classe S9], então eu vou ter que lutar um pouquinho mais aí para garantir a minha vaga [de acordo com os critérios do Comitê Paralímpico Brasileiro], mas a gente está confiante e estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance, desde nutrição, biomecânica, fisiologia para que a gente consiga abaixar esses centésimos que precisamos para chegar em Paris 2024", relata Camille.
Daniel Mendes, que fechou 2023 com a 4ª colocação do ranking mundial nos 100m livres da classe S6, será estreante nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. O atleta conquistou a medalha de bronze nesta prova do último campeonato mundial em 2023, em Manchester, na Inglaterra, além de duas medalhas de prata: uma nos 50m livre e outra no revezamento misto 4×50 livre. Em 2022, no mundial da Ilha da Madeira, o nadador ficou com a medalha de ouro no revezamento 4x50m livre.
"Mesmo já tendo participado de campeonatos mundiais e competições grandiosas, a gente sempre tem no nosso nosso imaginário que a Paralimpíada é diferente, porque você cresce vendo os Jogos e sonha em um dia estar lá. Mas assim, parece uma coisa distante, e agora que está cada vez mais perto, vai batendo uma ansiedade. Porém agora é a hora de saber trabalhar a mente, levar essa ansiedade para a força de treino e no final das contas é isso: ver no que dá e ir aproveitando muito a caminhada que também é bem importante", relata Daniel.
Ainda falando de natação, Lídia Cruz é mais uma esperança de medalha para Paris 2024. A atleta conta com o maior número de medalhas conquistadas por representantes vascaínos nos Jogos Parapan-Americanos de 2023, que aconteceu em Santiago, no Chile. Foram seis medalhas: uma de ouro, três de prata e duas de bronze. Com os resultados, Lídia fechou o ano de 2023 em 2º lugar no ranking mundial dos 100m e 200m livres na Classe S4, além de um 3º lugar no ranking mundial nos 50m livre na Classe S4.
Vasco também terá representante no vôlei sentado
Único clube de vôlei sentado no Rio de Janeiro, o Vasco da Gama terá Diogo Rebouças mais uma vez representando o cruzmaltino numa Paralimpíada. Participante das edições de Pequim 2008 e Tóquio 2021, o atleta vai para mais um Jogos Paralímpicos em busca do tão sonhado pódio. Diogo é tetracampeão dos Jogos Parapan-Americanos (edições 2007, 2011, 2015 e 2019) e vem de conquista do Campeonato Parapanamericano de Vôlei Sentado, que aconteceu no Canadá, em 2023.
Confira todas as conquistas internacionais dos nossos atletas:
Camille Rodrigues
Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011
Prata: 100m livre
Prata: 400m livre
Prata: 100m costa
Bronze: 50m livre
Mundial de Manchester 2023
Bronze: revezamento 4x100m livre
Daniel Mendes
Mundial da Ilha da Madeira 2022
Ouro: revezamento 4×50 livre
Mundial de Manchester 2023
Prata: Revezamento misto 4x50m livre 20 pontos
Prata: 50m livre
Bronze: 100m livre
Lídia Cruz
Mundial Ilha da Madeira 2022
Ouro: revezamento 4x50m livre
Prata: 100m livre
Prata: 200m livre
Bronze: 50m livre
Mundial de Manchester 2023
Prata: 100m livre
Prata: revezamento 4x50m livre 20 pontos
Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023
Ouro: 50m livre
Prata: 50m costas
Prata: 100m livre
Prata: 200m livre
Bronze: 50m peito
Bronze: 150m medley
Diogo Rebouças
Ouro: Jogos Parapan-Americanos do Rio 2007
Ouro: Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011
Ouro: Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015
Ouro: Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019
Ouro: Torneio Internacional da Alemanha 2013
Ouro: Torneio Internacional do Brasil 2013
Ouro: Torneio Internacional da Holanda 2015
Ouro: Campeonato Parapanamericano no Canadá 2023
Fonte: Site oficial do Vasco