Vasco é o time cujo torcedor precisa pagar mais caro por plano de sócio-torcedor que dê 100% de desconto em todos os jogos
Terça-feira, 23/01/2024 - 05:06
Thales Machado @thalescmachado
Já que rendeu, vamos a um fio com + detalhes da matéria de ontem, sobre o 'season ticket' no Brasil. Aqui, o que achamos nos 15 clubes. São os valores + baixos que o torcedor tem que pagar anualmente para garantir, de uma vez só, ingresso em todos os jogos do seu time no ano.



Antes de tudo, sugiro ler a reportagem. A maioria das suas dúvidas está esclarecida ali. A premissa básica foi entender quanto cada clube cobra do torcedor mais fanático - o que já quer comprar todos os ingressos do ano, sem variação de preço ou risco de bilheteria esgotada.

Pacotes de ingressos para a temporada tentam decolar com modelo à brasileira; veja quanto cada clube cobra

Pacotes de ingressos para a temporada tentam decolar com modelo à brasileira; veja quanto cada clube cobra
https://oglobo.globo.com/esportes/futebol/noticia/2024/01/21/pacotes-de-ingressos-para-a-temporada-tentam-decolar-com-modelo-a-brasileira-veja-quanto-cada-clube-cobra.ghtml

O panorama que encontramos foi: só Fla e Galo adotam o modelo europeu (ST + season ticket). A maioria, prefere criar planos mais caros de ST que dão 100% de desconto e prioridade de compra nos ingressos. Grêmio e Inter têm modelos híbridos. Só o Cruzeiro não tem política do tipo.

Foram considerados apenas planos em que qualquer torcedor pode se associar ou comprar. Por isso, planos populares que exigem comprovação de baixa renda (Bahia, Inter, Grêmio, Flu...) não entraram. Assim como não entraram planos só para mulheres, PCDs, crianças (são baratíssimos).

O valor do Vasco chamou a atenção. Torcedores alegaram que o plano abaixo é bem mais barato (só dá 75% de desconto), que o plano mais caro dá direito a dois ingressos (vários outros planos em outros clubes fazem o mesmo a preços menores). Tudo é verdade. Mas se um torcedor (...)

quiser garantir os 100% de desconto e prioridade 1 na compra, tem que se associar ao Dinamite Eterno por mais de R$ 8 mil anuais. Na premissa do levantamento, o Vasco ficou mal. E provavelmente a razão é a baixa capacidade e alta demanda de assentos em São Januário.



O Santos sofre da mesma questão de baixa capacidade na Vila. Mas, ao contrário do Vasco, tem um plano com 100% de desconto a um valor acessível. Mas isso causa problemas na rendo. Barato ou caro não é certo ou errado. São estratégias distintas para o torcedor mais fanático.



O Corinthians só tem plano que dá 100% de desconto para setores melhores do estádio. O Fla para todos, e varia preços. O Galo cobra caro em um setor. Como no Vasco, são escolhas dos clubes que fazem subir ou descer preço na modalidade 'season ticket'. A culpa não é da matéria rs.



"Ah, mas se você pegar um plano menor, com desconto menor e comprar ingresso por ingresso, fica mais barato".

Fica. Em 11 dos 15 clubes o ticket médio no Brasileirão foi menor que o valor anual cobrado, como a matéria mostra. A questão da reportagem foi esclarecer o que (...)

cada clube faz praquele torcedor que quer pagar o ano todo, sem ficar exposto à variação de preço em jogos decisivos (uma semifinal de Libertadores, final de Copa do Brasil) e sem risco de sold out na bilheteria. E é neste ponto que o Palmeiras mais se destaca.

O plano Diamante do Palmeiras custa mais que do Vasco (R$ 9359,88) e é o que dá 100% de desconto + 1a prioridade na compra de ingressos. Mas o Ouro, a R$ 1738,80, dá 100% em um setor e 1a prioridade se você tem 80% ou mais de frequência. Ou seja, cobra um preço acessível e (+)



incentiva o torcedor a lotar o estádio em jogos de menor apelo. No fim, o palmeirense Ouro paga R$ 47 contra a Inter de Limeira, quarta, e numa semifinal de Libertadores. 'Por fora', o ticket médio é bem mais caro (R$ 73) e há risco de bilheteria esgotada nos maiores jogos.



Cada clube tem seu modelo e cada torcedor, sua questão. A ideia foi entender um cenário no futebol brasileiro na salada de diferente estratégias de programas de fidelidade e comparar sob a mesma premissa. De novo, recomendo a leitura da pesquisa.

Fonte: do jornalista X Thales Machado/O Globo