Alexandre Mattos deve substituir Paulo Bracks no Vasco, diz jornalista; seria o 16º gestor desde 2013
Alexandre Mattos, hoje diretor de futebol do Athlético-PR, deverá ser mesmo o substituto de Paulo Bracks, demitido nesta quinta-feira (7) pelo fato de o time ter ficado abaixo de metas projetadas pelos americanos da 777 Partners para o primeiro ano de gestão da Vasco SAF. Na avaliação dos acionistas majoritários, o retorno esportivo ficou abaixo do esperado para o investimento de R$ 116 milhões em reforços e agora querem um profissional de perfil mais arrojado. O que, cá pra nós, não está errado.
A luta pela permanência na Série A foi emocionante, com traços de dramaticidade na vitória de 2 a 1 sobre o Bragantino, mas o final feliz não pode esconder o óbvio: o ano do Vasco foi aquém das expectativas. Foi quase consenso que pelo volume de dinheiro movimentado na compra e venda de jogadores o clube deveria ter alcançado, no mínimo, a vaga na Sul-Americana. Algo que não aconteceu por escolhas erradas e demora na tomada de decisão de o executivo da pasta.
Posso citar entre os equívocos a demora de 18 dias na contratação de um treinador para o lugar de Maurício Barbieri. Bracks apostou no interino William Batista nos jogos contra Cuiabá, Botafogo e Cruzeiro, enquanto não avançava em investidas sobre técnicos como Paulo Pezzolano, Rogério Ceni e Gustavo Alfaro. Até que acertou com Ramón Díaz. Mas pesou também a queda na primeira fase da Copa do Brasil, eliminado pelo ABC, rebaixado à Série C como último colocado da Série B.
No modelo empresarial é assim: o cumprimento das metas elaboradas no planejamento estratégico é o que baliza a avaliação dos executivos. E Paulo Bracks não pontuou bem na execução do projeto. Não não foi uma decisão tomada de um dia para outro. Assim como não tardará para o CEO da Vasco SAF, Lucio Barbosa, anunciar o substituto. A expectativa é fechar o acordo com Mattos na próxima semana.
O problema da saída de Bracks é o fato de o Vasco não conseguir a assinatura de um projeto esportivo eficiente e com identidade vascaína. Desde 2013, o futebol do clube teve a assinatura de 15 profissionais diferentes. A maioria sem tamanho para gerir a principal pasta de uma instituição, endividada, realmente, mas tetracampeã brasileiro, bicampeã sul-americana e com mais de 20 milhões de seguidores espalhados pelo mundo.
Em 2013 teve Renê Simões, Ricardo Gomes e Cristiano Koeller. No ano seguinte, Rodrigo Caetano reassumiu o cargo deixado em 2011, e em 2015 foi a vez de Paulo Angioni retornar a São Januário. No ano dos Jogos Olímpicos do Rio, a aposta foi na volta de Isaías Tinoco e em 2017 a pasta esteve nas mãos de Anderson Barros, hoje no Palmeiras.
Em 2018, o cargo passou nas mãos de três profissionais (Paulo Pelaipe, Newton Drummond e Alexandre Faria) e no ano seguinte foi a entregue ao até então desconhecido André Mazzuco. Que ficou no posto até que Jorge Salgado "inventasse" o advogado paulista Alexandre Pássaro como gestor de futebol: o clube foi rebaixado e não conseguiu retornar à Série A.
Missão que acabou nas mãos de Carlos Brazil. Mesmo sem recursos, mas com conhecimento de causa, o gerente das divisões de base montou um time com jogadores mais rodados que voltou à primeira divisão. Um ou outro, inclusive, deveria ter sido aproveitado no primeiro semestre deste ano. Paulo Bracks, porém, o 15º desta relação, optou pela quantidade na hora remontar o elenco, em vez de investir em qualidade. Erro que só pôde corrigir, ainda que parcialmente, na janela do meio do ano.
Enfim... o Vasco não disputará a Série B em 2024 porque o argentino Ramón Díaz, um dos poucos acertos de Bracks, salvou o ano dos torcedores que há mais de uma década carregam o clube nas costas...
Fonte: Blog Futebol, coisa & tal... - Extra