A XP Investimentos anunciou ao mercado financeiro o encerramento da captação de verba para o fundo de investimentos Sports Media Futebol Brasileiro. A empresa conseguiu levantar R$ 405 milhões, metade do valor que estava previsto para este fundo.
O dinheiro faz parte da estrutura montada pelos investidores do Forte Futebol, grupo de dirigentes que negocia a criação de uma liga para o Campeonato Brasileiro. Eles prometeram R$ 2,6 bilhões e, obtidos esses R$ 405 milhões, ainda precisam encontrar R$ 2,2 bilhões.
No total, 7.276 pessoas ou empresas toparam participar do fundo, com investimentos de no mínimo R$ 10 mil. Nomes não são revelados, mas sabe-se que 344 delas têm envolvimento com o fundo — sendo sócios, administradores, prepostos, entre outras ligações formais.
Como funciona o negócio?
Primeiro, Serengeti e Life Capital Partners (LCP) prometeram aos clubes que integram o Forte Futebol o pagamento de R$ 2,6 bilhões. Em contrapartida, esses investidores receberão 20% dos direitos comerciais referentes ao Brasileirão por 50 anos, com início a partir de 2025.
As empresas são intermediárias nesse negócio — elas entram em acordo com os clubes pela compra dos direitos, depois vão a mercado para levantar o dinheiro necessário para honrar a promessa.
A XP assessora o Forte Futebol na viabilização da liga e montou um fundo de investimentos, que chamou de Sports Media Futebol Brasileiro, com a expectativa de captar R$ 800 milhões. A captação começou em 31 de agosto e acaba de terminar, com a metade da meta alcançada.
O resultado implica a necessidade, por parte dos intermediários do Forte, de encontrar o restante do dinheiro com outros investidores. Eles estipularam 31 de outubro como data-limite para obter todos os recursos, assinar contrato com os clubes e dar início aos pagamentos.
Controvérsias
O fundo constituído pela XP, em nome do Forte Futebol, foi alvo de reclamações por parte dos clubes que integram a Libra. Eles se queixaram do uso de suas marcas nos materiais de divulgação, pois a Libra não tem qualquer relação com essa iniciativa.
A questão chegou a ser judicializada, em ação apresentada pela Comissão de Direitos dos Consumidor da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com a alegação de que haveria "dano ao consumidor" na comunicação do fundo de investimentos.
A Justiça suspendeu a captação em 4 de outubro — ou seja, as coordenadoras tiveram de interromper a entrada de investidores. Dois dias depois, em 6 de outubro, nova decisão judicial autorizou a retomada da captação, desde que fosse esclarecida a situação.
Fonte: Blog Negócios do Esporte - ge