Jogos sucessivos com lotação esgotada reforçam debate por ampliação de São Januário
Os ingressos esgotados em pouco mais de quatro horas para a partida contra o Fortaleza, na próxima quarta-feira, pelo Campeonato Brasileiro, aumentaram o debate sobre a capacidade de São Januário. Mais uma vez apenas sócios-torcedores conseguiram comprar, e a venda sequer foi aberta ao público-geral.
Isso tem acontecido constantemente nos jogos do Vasco em casa, nesta temporada. Rodada após rodada. A demanda por ingressos tem sido muito maior do que a capacidade do estádio, que pode receber, hoje, cerca de 22 mil torcedores.
Nesta sexta-feira, por exemplo, o Vasco abriu as vendas às 10h e anunciou que os ingressos acabaram por volta de 14h30. Ou seja, os sócios Norte a Sul e Gigante ★★ (para quem a venda abriu só às 14h) praticamente não tiveram chance de comprar. O Camisas Negras e Almirantinho, que é a categoria de plano de sócios mais barata, não teve oportunidade.
Sócios Norte a Sul e Gigante ★★ pagam R$ 29,98 e R$ 49,98 por mês, respectivamente. Já a mensalidade dos Camisas Negras é de R$ 11,98. Os torcedores têm reclamado bastante.
Esse é um dos motivos que leva a SAF do Vasco a ter a intenção de participar da gestão do Maracanã. O clube entende que São Januário ficou pequeno para sua torcida e gostaria de disputar jogos de maior apelo no Maracanã.
Não tem sido uma tarefa simples. Temporariamente na gestão do estádio, Flamengo e Fluminense têm dificultado jogos do Vasco no Maracanã. Nas últimas vezes o clube precisou acionar a Justiça para jogar no local.
- Em vez de jogar para 50 mil pessoas, estou jogando para 20 mil – lamentou o presidente Jorge Salgado, em recente entrevista ao ge.
Além do desejo de participar da gestão do Maracanã, o Vasco busca outra solução a médio prazo. O clube tem um projeto de reforma e ampliação da capacidade de São Januário para 43 mil pessoas.
Além disso, há conversas avançadas com a Prefeitura do Rio de Janeiro para que o Vasco receba o potencial construtivo do estádio. O dinheiro da eventual venda geraria receitas necessárias para obras de modernização e ampliação.
O clube já tem um acordo encaminhado com um empreendimento para vender seu "potencial de construção" na Barra da Tijuca. Os valores giram em torno de R$ 500 milhões. Mas o plano não tem data para sair do papel. A lei precisa ser votada na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, mas o ge apurou que a Prefeitura ainda estuda o formato do projeto que será enviado à Câmara.
- Acho que até o meio de outubro esse decreto vai para a Câmara e, se tudo der certo, antes de eu encerrar meu mandato, vai ser um legado que a gestão vai deixar para o próximo presidente. Ter conseguido viabilizar a reforma com recursos próprios, sem pegar um centavo de empréstimo com terceiros - disse Salgado em entrevista o início do mês.
Fonte: ge