Pequeno torcedor Gui entrou com Pec no gramado do Maracanã e foi tietado pela torcida do Vasco
Entre os 53 mil torcedores que lotaram o Maracanã para a partida entre Vasco e Atlético-MG na manhã deste domingo, uma presença ilustre empolgou vascaínos na chegada ao estádio. O pequeno Guilherme Gandra Moura, o Gui, de 8 anos, puxou gritos com torcedores e entrou em campo com o ídolo e amigo Gabriel Pec, que o visitou no hospital após um coma de 16 dias, em junho deste ano.
Gui tem uma síndrome rara, a epidermólise bolhosa distrófica, uma doença genética que causa bolhas na pele, e foi diagnosticada quando ele ainda era um recém-nascido. A condição leva sensibilidade à pele e, quando é atritada, pode provocar coceiras ou descamação. Torcedor fanático do Vasco, recebeu as visitas de Figueiredo e de Gabriel Pec, atletas do elenco do time, no hospital durante sua internação.
A partir de então, o pequeno transformou-se numa espécie de amuleto da sorte para a torcida, que, após a visita ao menino no hospital, viu um jejum de 10 jogos sem vitória acabar, quando o seu time venceu o Cuiabá por 1 a 0, no fim de junho.
Neste domingo, em partida marcada para as 11h da manhã, Gui e sua família, que moram em Itaguaí, na Baixada Fluminense, deixaram um hotel na Zona Norte do Rio rumo ao estádio. Por lá, o menino já "puxou" o grito da "Casaca!", tradicional entre os vascaínos, além do hino do clube.
Pelas redes sociais, os pais de Gui — Estevão Moura e Tayane Gandra — registraram os momentos de entusiasmo do menino, acompanhado do irmão mais velho Antonny. A sua passagem pelos arredores do estádio foi em grande estilo: acenando, como em um desfile, pelo teto solar do carro de seu pai.
— Foi muito bom. Emoção desde quando estávamos no hotel: quando a gente desceu para tomar café, já tinha um monte de gente comemorando com ele; as brincadeiras começaram ali mesmo. Quando pegamos o trânsito, chegando no Maracanã, abri o teto solar do carro e colocamos ele (Gui) em cima, com a mãe dele. Todo mundo gritando "Vasco!" e o nome dele, foi muito emocionante — disse Estevão ao EXTRA após o jogo.
Segundo ele, o filho deu sorte para o Vasco.
— Foi super pé quente. Primeira vez que ele vai ao estádio e conseguimos essa vitória. Foi lindo demais — comemora o pai de Gui, que detalha o dia no Maraca. Além de cumprimentar os jogadores que já conhecia, o pequeno torcedor também "adorou", pontua Estevão, abraçar um reforço recente, o defensor chileno Gary Medel, que chegou ao time em julho.
Gui não acertou o placar do jogo (seu palpite era de 2 a 0, com gols de Vegetti e Pec), mas estava certo quanto à vitória: o Vasco venceu o Atlético por 1 a 0, com gol de Serginho. Após a partida, torcedores comentavam em live feita no Instagram: "Leva o Gui em todos os jogos", pedia vascaína, apostando na sorte do menino.
Parou o trânsito
Saudado e tietado por torcedores, Guilherme viu até pessoas correrem para o meio da rua para conseguirem uma selfie com ele. Um motociclista chegou a descer da moto para cumprimentá-lo.
De cima da passarela que dá acesso às estações de metrô e trem, ou do lado dos portões de entrada, a passagem de Gui foi um sucesso: acenos, fotos e gritos saudavam o torcedor mirim.
Já dentro do estádio, com uma camisa — que ganhou do já amigo e atacante Gabriel Pec, no fim de julho — com o nome "Gui Pec" estampado, o pequeno vascaíno abraçou o ídolo, com quem entrou em campo, depois de cumprimentar todos os jogadores do time.
No fim de junho, Gui também visitou o Centro de Treinamento Moacyr Barbosa, na Barra da Tijuca, para "passar energia" aos jogadores. Na ocasião, o menino também recebeu presentes: um par de chuteiras do então atacante Pedro Raul, assim como uma camisa do capitão do time, o defensor Léo.
Fonte: O Globo