O Gigante da Colina está de volta ao NBB! Time grande de camisa pesada, o Vasco é tradicional no basquete e tem um histórico vitorioso desde o final dos anos 90 e início dos anos 2000 e, depois de três anos ausente do NBB, retorna ao campeonato com os pés no chão. A retomada de mais um grande time do Rio de Janeiro é excelente para o basquete brasileiro e quem está à frente do projeto vascaíno tem muito clara a importância de manter o discernimento para que o projeto seja duradouro. Encarregado para liderar o time cruz maltino no NBB 23/24, o treinador Léo Figueiró foi enfático nas expectativas do R10 Score/Vasco neste retorno. "Estou confiante e sei da responsabilidade, sei que as coisas vão caminhar bem, mas é uma retomada. Estamos começando do zero, então a ideia é que tenhamos um time aguerrido que jogue com muita garra, intensidade, muita vontade e saiba representar a camisa do R10 Score/Vasco. Estamos saindo literalmente do zero e sem dúvidas teremos um time competitivo e vibrante com muita determinação".
Campeão da Liga Ouro em 2016 numa virada histórica em cima do Campo Mourão, após estar perdendo por 2 a 0, o Vasco garantiu vaga para o NBB 16/17 e se manteve na elite do basquete nacional por quatro temporadas. Fora do NBB desde a temporada 2018/19, a equipe retorna ao Novo Basquete Brasil com o compromisso de recuperar a credibilidade do time: "Uma das missões do R10 Score/Vasco nessa retomada é fazer o basquete de maneira responsável, conseguindo cumprir todos os seus acordos. Essa é uma meta muito importante. Todos os gastos, toda contratação está sendo feita dentro do orçamento previsto. Não tem nenhuma aventura e nada fora da realidade do orçamento. Assim fomos atrás de jogadores de qualidade, que se encaixam nesse perfil. Jogadores que estejam aptos para representar uma equipe de tradição no futebol, o que é diferente de representar uma equipe de uma cidade ou de clube social. O futebol mexe com muita paixão, muita emoção. Então procuramos "scoutear" um perfil de jogador que possa aguentar essa responsabilidade" completou o treinador vascaíno.
Sobre vestir uma camisa pesada de um dos grandes times do Brasil, o Léo se diz preparado: "Eu encaro de uma maneira normal. Como jogador fui criado em clubes grandes de futebol. Joguei no Botafogo, Flamengo e Palmeiras e sei um pouco o que o torcedor mais emocionado, mais apaixonado espera de uma equipe grande. Então encaro com naturalidade, sabendo da responsabilidade de dirigir o R10 Score Vasco" salientou Figueiró.
O CLÁSSICO DE MILHÕES – "A torcida vai comprar o barulho"
Mais um ingrediente muito atraente para o basquete nacional é a possibilidade do clássico entre Vasco x Flamengo. Na primeira participação da equipe no NBB 16/17 no "Clássico de Milhões", o Gigante da Colina levou a melhor sobre o Rubro-Negro em um jogaço decidido nos segundos finais por 78 x 77. De lá pra cá o Flamengo leva ampla superioridade nos confrontos.
O Flamengo é o maior vencedor da história do NBB e, obviamente, na atualidade as equipes se encontram em momentos distintos. No entanto, é impossível não criar uma expectativa pelo confronto de tamanha rivalidade e provocações por parte da torcida dos dois lados.
Figueiró prefere deixar essa afronta para os torcedores: "Com certeza o derby tem todo o charme do basquetebol carioca. As provocações por parte dos fãs são coisas que não fazem parte do meu trabalho nem da minha área, mas é bacana porque é um fomento ao basquete e também ao clássico que vai ser revivido esse ano no NBB".
A melhor fase do basquete cruz maltino foi a final dos anos 90 e início dos anos 2000. Um time recheado de estrelas com craques e técnico da seleção brasileira. Demétrius, Helinho Garcia, Rogério Klafke e Sandro Varejão, além dos estrangeiros Charles Byrd e José Vargas faziam parte do elenco que era dirigido por Flor Melendez (1999) e no ano seguinte Hélio Rubens Garcia (2000 e 2001). Um verdadeiro timaço que jogava e encantava e foi bicampeão brasileiro (2000 e 2001) e bicampeão Sul-Americano em (1999 e 2000).
"Era realmente um time muito vencedor. Eu pude jogar várias vezes contra eles, vários duelos com o Maracanãzinho cheio. Uma época bacana do basquete no Rio com os quatro grandes times jogando e proporcionando pro público carioca vários espetáculos com casa cheia. É bacana ver o R10 Score/Vasco voltando ao NBB, daqui a pouco, o Botafogo se Deus permitir poder voltar também e o Flamengo dando continuidade a mais um ano de projeto. E tem também o Fluminense, que ainda não tem nenhuma movimentação nesse sentido, mas com essas sementes sendo plantadas no basquete brasileiro, podem se animar. Seria bacana ter os quatro grandes do Rio novamente dando um show à parte", relembrou Figueiró.
Ainda sobre a época como jogador, Léo observou o que pode ser aplicado como lições importantes na atualidade, a partir da geração vitoriosa da equipe vascaína.
"São realidades totalmente diferentes. O Vasco dos anos 2000 era um elenco com o maior investimento do Brasil ou pelo menos entre os três maiores. O que fica de aprendizado em relação a essa equipe é entender o peso da camisa, da paixão do torcedor vascaíno pela modalidade e que, se a gente conseguir entregar como time, a torcida vai comprar o barulho".
TIME E DIRETORIA EM SINTONIA – "Estamos confiantes que vamos atingir todos os nossos objetivos"
Léo Figueiró depois de uma temporada em Bauru e outra no Corinthians está de volta a sua cidade natal. E boas recordações não faltam desde sua última passagem pelo Rio de Janeiro, treinando o Botafogo em 2019, temporada em que alcançou seus melhores resultados até aqui: Foi campeão do Sul-Americano; nomeado assistente técnico para o Jogo das Estrelas e também ganhou o Troféu Ary Vidal de melhor treinador do ano pelo NBB.
Falando em histórico de vencedor, o R10 Score Vasco tem outro personagem acostumado com conquistas. O pós jogador Gegê Chaia é o coordenador geral de basquete do time e, enquanto jogador, foi um dos maiores vencedores da história do NBB. Ao todo são 5 títulos (4 pelo Flamengo e 1 pelo Bauru Basket) e agora, trabalhando nos bastidores da equipe vascaína, o ex -armador comentou sobre o processo da montagem da equipe:
"Todas as decisões da diretoria são tomadas junto com o Léo. Acredito que seja assim que se caminhe um projeto. Quem tem que montar o time é o técnico junto a diretoria e não o contrário. Aqui no R10 Score Vasco a gente tem esse perfil de pensamento. O nosso objetivo é montar um time mesclando experiência e juventude. A ideia é ter uma base sólida que vai entender o que é representar esse resgate do basquete do Vasco", afirmou Gegê.
Além de Léo Figueiró, o R10 Score/Vasco já confirmou a contratação do experiente armador Cauê Verzola (ex-Unifacisa); do versátil Humberto (ex-Caxias do Sul) vindo da melhor temporada da carreira; o bom pivô Paulichi (ex-União Corinthians); o ala/pivô Fabrício (ex-Cerrado) especialista no tiro de três pontos; o atlético pivozão Serjão (ex-São José) excelente na proteção do aro e o jovem ala/armador Eugeniusz (ex-Pinheiros) que vem evoluindo a cada ano.
Ainda sobre a escolha das peças, Gegê se mostrou otimista com a base do elenco da equipe: "Toda a diretoria está muito feliz e muito satisfeita com os nomes que nós acertamos e já contratamos e acredito que a base está bem sólida e interessante. Nós estamos confiantes que vamos atingir todos os nossos objetivos, tanto de resultado como de projeto e de trabalho. Estou muito feliz, motivado e ansioso e, acredito que toda a diretoria do Vasco está focada em voltar com tudo. Acho que o nosso elenco está bem justo com o nosso momento e com o pensamento que temos para a temporada".
Para os torcedores vascaínos que não vêem a hora de acompanhar a equipe em quadra novamente, a contagem regressiva pode começar por meio da segunda fase da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) que conta com um elenco Sub-23 na disputa pelo título da atual edição.
Fonte: NBB