Enquanto não contrata um substituto para Maurício Barbieri, o Vasco terá William Batista à frente da equipe contra o Cuiabá, nesta segunda. Uma solução caseira, mas muito promissora. O técnico do time sub-20, de 30 anos, será o treinador mais jovem a comandar a equipe profissional do Vasco neste século e é muito bem avaliado internamente. Ele é a aposta, por ora, para tentar estancar a crise e encerrar a sequência de seis derrotas seguidas.

William Batista foi contratado pelo Vasco em novembro do ano passado, um pouco depois de a 777 Partners assumir o controle do futebol. Chegou ao clube pelas mãos do diretor de futebol Paulo Bracks, com quem trabalhou no América-MG, onde foi campeão mineiro sub-20 em 2021 e se tornou o treinador mais longevo da categoria no clube mineiro.

Ele tem como referência o jogo de posição e tem feito sucesso. À frente do time sub-20 do Vasco, já conquistou títulos (Copa Xerém e Taça Guanabara) e está invicto. Foram 19 jogos até o momento, e a equipe não perdeu. A primeira derrota da garotada foi nesta sexta, contra o Botafogo, pela semifinal do Carioca, justamente quando William não estava à frente do time por conta do compromisso que o elenco profissional. O auxiliar Douglas Coelho comandou o time sub-20.



Cruyff e Guardiola

A inspiração para virar treinador veio da Europa. Em recente entrevista ao ge, William se apresentou como um entusiasta do carrossel holandês de Cruyff e do Barcelona de Guardiola. Modelo que ele viu acontecer de perto. Ex-jogador, ele interrompeu a carreira há 12 anos na intenção de colocar em prática como treinador aquilo que ele via acontecer na Europa, quando jogou em Portugal.

- Um dos primeiros presentes que ganhei dos meus pais foi um agasalho da Laranja Mecânica, e eu perguntava ao meu pai o por que da Holanda. Ele me falava do carrossel holandês de Cruyff e de Rinus Mitchell. Isso me influenciou como criança e, aos 18 anos, vejo o auge do Barcelona de Guardiola. Vou jogar em Portugal, começo a despertar o interesse pelo modelo de jogo do Barcelona e o que influenciava. Era algo que eu queria sentir como jogador, mas as equipes que eu jogava não tinham a bola. Aí passo a querer ser treinador, tenho uma oportunidade com 20 anos no Sumaré, quando começo a organizar as ideias - contou William ao ge.

Títulos e invencibilidade



Com William Batista no comando, o Vasco sub-20 disputou 19 jogos, venceu 14 e empatou cinco. O time foi campeão em dezembro na Copa Xerém e da Taça Guanabara com duas rodadas de antecedência.

O pior momento foi na Copinha, quando foi eliminado na segunda fase pelo Ibrachina, após estar vencendo a partida por 3 a 0. O time sofreu o empate e caiu nas cobranças de pênaltis. Houve críticas, mas a equipe estava desfalcada de alguns de seus principais jogadores, cedidos ao elenco profissional para o início do Campeonato Carioca.



Os resultados na base, no entanto, ficam em segundo plano nas categorias de base, segundo o treinador. A maior preocupação é com o desenvolvimento dos jogadores. Estar no Vasco era um dos grandes desejos de William, que quer ver esse processo acontecer junto às vitórias, aos títulos e a um jogo vistoso.

- Quando cheguei percebi jogadores de muito talento, mas que precisavam entender como jogar como um time. O desafio foi transformar todo talento individual em jogar como equipe. O primeiro passo foi criar uma cultura de ter o prazer de jogar um pelo outro. Junto disso, eu trouxe muita coisa sobre o jogo de posição, e esse jogo só vai acontecer de maneira genuína se a equipe jogar de forma harmoniosa, sendo uma equipe que coopera o tempo todo. Evoluímos muito nos últimos meses, os conteúdos diários têm sido bem desenvolvidos e os jogadores têm desfrutado

Fonte: ge