Conselheiros pedem investigação sobre se Luiz Mello era sócio do Urubu quando virou CEO da SAF
Quinta-feira, 15/06/2023 - 13:51
Conselheiros do Vasco fizeram um pedido por uma investigação interna para saber se Luiz Mello, CEO da SAF, mentiu ao tomar posse no cargo, em agosto do ano passado.
O que houve
Um grupo de vascaínos quer saber se Mello ainda estava associado ao Flamengo quando assumiu a posição, o que quebraria uma das regras impostas na criação da Sociedade Anônima de Futebol.
O termo de posse e um pedido por verificação foi entregue ao Conselho Fiscal do clube e também a membros do Conselho de Administração da SAF, e há o aguardo pela solicitação interna de averiguação, que passa pelo compliance, para o tema ganhar novos contornos.
No documento firmado há o impeditivo em ter "vínculo associativo com clube ou entidade de prática esportiva, exceto pelo acionista fundador", neste caso, o Vasco. Ele foi assinado em 31 de agosto de 2022.
A movimentação dos conselheiros ganhou força após circularem nas redes sociais prints recentes que mostravam o CPF de Mello como ativo no quadro de sócios-torcedores do rival.
A ação não indica um resultado direto sobre o futuro de Luiz Mello, mas tem o intuito de alertar a 777 Partners. Vale lembrar, a associação tem 30% das ações e, sendo assim, a palavra final no departamento é da empresa norte-americana que contra a SAF.
O UOL procurou o departamento de futebol do Vasco e Luiz Mello, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. Caso haja um posicionamento, a reportagem será atualizada.
Descontentamento antigo
O descontentamento só cresce e ganhou proporções maiores ainda no ano passado, quando Mello, que era CEO da associação, esteve à mesa nas negociações da SAF e, posteriormente, "pulou o muro" e assumiu cargo na empresa. Além disso, o desempenho em diversos campos da administração fez esse cenário ficar ainda pior.
Mais que os resultados em campo, são citados também quedas no sócio-torcedor, as condições atuais de São Januário e a forma como é feita a comunicação com a torcida.
Fontes ouvidas pelo UOL indicam que, antes da SAF, Mello estava limitado pelos vices das pastas, mas que, com plenos poderes após a mudança de cargo, o diálogo passou a ter mais barreiras.
Uma outra questão que gera incômodo é que, muitas vezes, a atual diretoria do futebol integrante da SAF viu os protestos da torcida apenas como "coisa da política", e não como uma revolta dos vascaínos pela sequência de resultados negativos.
O Conselho Administrativo vem buscando contato diretamente com a 777 para fazer alertas sobre o atual momento e pedir mudanças, e há pressão pelo desligamento do CEO.
Recentemente, foi pedida uma reunião emergencial para debater pontos relacionados ao elenco, em uma tentativa de alterar a conjuntura negativa no Brasileiro. Um encontro do órgão, a princípio, está agendado para o próximo dia 21.
Fonte: UOL
Sócio do Fla? Grupo quer saída de CEO do Vasco caso denúncia se confirme
O grupo de conselheiros do Vasco que apresentou denúncia interna contra o CEO da SAF, Luiz Mello, solicitou que o termo de posse do dirigente se torne nulo caso as investigações apontem uma infração ao documento assinado por ele.
A denúncia — divulgada pelo UOL — aponta uma suspeita de que Luiz Mello tenha assinado o termo de posse em 31 de agosto de 2022, quando ainda tinha um vínculo ativo no programa de sócio-torcedor do Flamengo, algo que infringe o regulamento que está proposto no próprio documento que o executivo assinou.
No trecho em questão, há o impeditivo em ter "vínculo associativo com clube ou entidade de prática esportiva, exceto pelo acionista fundador", neste caso, o Vasco. Na Lei Geral da SAF, por sua vez, esse tipo de situação não é citada.
"O fato de ter, no termo de posse, que isso é vedado, ou seja, isso na negociação [da SAF] foi colocado como elemento de vedação, faz com que não seja apenas uma questão de gostar ou não. Torna-se uma questão moral, em primeiro lugar, e jurídica, em segundo lugar. Ele atestou que não tinha vínculo com outra entidade. A partir daí, nós, conselheiros, pedimos uma averiguação desse caso", disse o conselheiro Tanguy Baghdadi, um dos autores da solicitação.
Esta regra estabelecida no termo de posse foi proposta pela associação no chamado "acordo de acionistas" que aconteceu no momento da elaboração da SAF vascaína, e que estabelece uma série de particularidades da Sociedade Anônima de Futebol cruzmaltina. A empresa norte-americana 777 Partners, que realizou a compra, acatou tal exigência.
O clube associativo confirmou ao UOL, ontem (15), o recebimento das denúncias por parte do Conselho Fiscal, da Diretoria Administrativa e também dos integrantes da associação que fazem parte do Conselho Administrativo da SAF. Sócios também enviaram uma série de e-mails para a secretaria da agremiação cobrando explicações após a divulgação da reportagem.
A ressalva é a de que mesmo se comprovando a denúncia, não necessariamente a SAF precisa acatar o pedido do grupo de conselheiros de anular o termo de posse, uma vez que a decisão é tomada exclusivamente por ela.
O UOL está em contato com a Vasco SAF desde a última quarta-feira (14) disponibilizando espaço para que a mesma se manifeste sobre o tema, mas até o momento, nem ela e nem Luiz Mello concederam respostas. Caso haja um posicionamento, a matéria será atualizada.