Salgado e Duque Estrada cobraram de Josh Wander explicações sobre plano estratégico
Como se sabe, o Vasco tem 30% das ações da SAF gerida pelos executivos da 777 Partners. Por isso, os dois dirigentes do clube no Conselho de Administração (presidente Jorge Salgado e o vice Roberto Duque Estrada) cobraram de Josh Wander, o presidente do fundo americano, explicações sobre o plano estratégico para o segundo semestre de 2023. E saíram mais otimistas. Embora não se fale abertamente em respeito à cláusula de confiabilidade, a expectativa é de que mais algumas dezenas de milhões sejam investidos na janela que se abre em 3 de julho.
Vejamos. Por que este valor não teria a ver com o aporte de R$ 120 milhões a ser feito em setembro, ainda como parte dos R$ 700 milhões relativos à compra de 70% das ações da SAF / Vasco. Seria o cumprimento da garantia prevista em contrato de dar ao clube-empresa um orçamento equivalente a 56% do faturamento do ano anterior - com mínimo de R$ 250 milhões. A prestação de contas orçamentária será feita detalhadamente na reunião do Conselho Administrativo no próximo dia 21. Mas pessoas que acompanharam a discussão do acordo confirmaram a obrigação orçamentária.
O que não se sabe é quantos, quem e qual será o nível dos reforços. Não espero grandes coisas. Mas há consenso de que o elenco é carente de força ofensiva e precisa de pelo menos três jogadores experientes e de bom nível entre meio e ataque. Ainda que o time tenha sofrido 17 gols em nove jogos do Brasileiro, as recentes aquisições para as posições defensivas são tidas como satisfatória. E por reconhecer que há carências a serem supridas, a cúpula optou pela manutenção de Maurício Barbieri. Em princípio, até que ele receba as peças que lhe darão condições de competir com mais intensidade.
Por princípio, sou contra a demissão do treinador e sei que é uma opinião impopular. Mas é apenas uma opinião. Troca de treinador com "mea-culpa" por erro na montagem do elenco é paliativo que não resolve o problema. Seria constrangedor que Barbieri deixasse o cargo e a dupla Paulo Bracks e Abel Braga, responsável pela montagem do elenco, seguisse em seus cargos. E seria maléfico para o plano de voo da 777 elaborado no final de 2022 que a cúpula deixasse o clube. Provavelmente, analisando muito friamente, este deve ter sido o raciocínio dos executivos do braço esportivo da empresa.
Uma boa ação de mercado na janela de registros, com a chegada de jogadores mais robustos, ajudará na consolidação do sistema de Barbieri. E, aí sim, se os resultados não alcançarem o patamar ideal, o clube poderá pensar num outro nome. Provavelmente, aliás, alguém que tenha tamanho para assumir a missão espinhosa e que até lá esteja disponível. Até agora, os nomes especulados não me parecem do tamanho que justifique a troca. O Vasco precisa de um pouco de sorte. Pois como disse Luís Castro em sua chegada ao Botafogo é do que precisa um treinador em seus primeiros seis meses de clube.
Fonte: Blog Futebol, coisa & tal... - Extra