CRVG só pode interferir na SAF em caso de rebaixamento, afirma colunista
Quinta-feira, 08/06/2023 - 09:19
O Vasco associativo só pode tomar medidas efetivas de interferência no futebol da SAF em caso de rebaixamento para a Série B. Nesta hipótese, dirigentes da agremiação podem pedir a saída da cúpula da empresa. A crise do futebol vascaíno, na zona de rebaixamento, gera divergência de opiniões entre a SAF e cartolas da agremiação sobre o departamento de futebol, inclusive o técnico Maurício Barbieri.
No ano passado, o Vasco aprovou a venda de 70% da sua SAF para o fundo norte-americano 777. O clube manteve 30% das ações.
O Vasco ocupa a 19ª posição no Brasileiro e tomou uma goleada do Flamengo (4 x 1), na segunda-feira.
No mesmo dia, à tarde, dirigentes da associação tiveram reunião com executivos da SAF de emergência para cobranças sobre o futebol. Há um conselho de administração com as duas partes.
O diretor de futebol, Paulo Bracks, reconheceu que havia lacunas no elenco vascaíno. E defendeu o trabalho do técnico Maurício Barbieri. Disse que faltavam peças a ele. Houve uma conversa sobre como as lacunas poderiam ser preenchidas na janela do meio do ano.
À noite, o time foi goleado pelo Flamengo e aumentou a pressão de dirigentes do clube que queriam a queda de Barbieri. Sua atuação foi muito mais vista entre cartolas da associação. Dirigentes do Vasco SAF informaram que manteriam o treinador.
Pelo contrato, a associação não tem como interferir neste caso. O acordo foi feito justamente para blindar o futebol da política. A cúpula da SAF só pode ter sua saída pedida pela associação em caso de rebaixamento.
A 777 perde o controle da SAF só se não cumprir metas de aportes financeiros. Pelas informações dadas pela empresa, durante a reunião, todos os investimentos previstos estão em dia. Há previsão de R$ 120 milhões para o meio do ano.
Na visão de dirigentes do Vasco, nesta questão administrativa, houve aumento de receitas de sócios e bilheteria. Só que os valores estão abaixo do previsto no orçamento para 2023. Ou seja, a evolução poderia ser mais rápido.
As metas esportivas para a SAF só são válidas a partir de 2026. E as punições no caso de descumprimento são a trava a retirada de dividendos pelos acionistas, no caso a 777.
O Vasco SAF não comenta reuniões internas.
Fonte: Coluna Rodrigo Mattos - UOL