A goleada sofrida para o Flamengo, na última segunda-feira, foi cobrada por torcedores para que fosse o último capítulo de Maurício Barbieri no Vasco. O anúncio da demissão, no entanto, não veio, e o treinador recebeu o apoio interno para dar sequência ao trabalho. O ge explica o motivo da decisão.
Nesse momento de crise, a estratégia da 777 Partners passa pelo silêncio. O diretor esportivo Paulo Bracks pediu e deu entrevista coletiva na última semana. O CEO Luiz Mello, por outro lado, falou antes do Campeonato Brasileiro. Também não há programação de entrevista ou nota dos americanos.
Essa é a maneira que os estrangeiros entendem como correta no momento. A pressão da torcida, com protestos e tentativa de invasão a São Januário, é levada em conta, mas não dita os planos. "Não vão triturar pessoas nem demitir o treinador agora", disse uma pessoa que acompanha o processo ao ge.
Performance não condiz com investimento
O primeiro motivo é que a 777 acredita que o investimento de mais de R$ 110 milhões feito na primeira janela de transferências é suficiente para o time performar.
Esta foi a maior janela de transferências da história do Vasco. Por isso, internamente acredita-se que há margem para evolução e que o time não deveria ser o vice-lanterna do Brasileirão.
Seguindo esse raciocínio, a solução mais viável, então, seria a troca do comando técnico, podem pensar alguns torcedores. Acontece que o departamento de futebol e a 777 estão vendo o trabalho acontecer no dia a dia e não creem que a demissão de Barbieri resolverá o problema.
Isso não significa, porém, que estão satisfeitos. O momento é de orientar e dar suporte, na opinião de pessoas ouvidas pela reportagem. Mas não vai haver mudança prática agora. Ou seja, Barbieri, Bracks e Mello seguirão nos cargos com o apoio de cima.
Tabela difícil logo de cara
Outra razão para a confiança na virada de chave está na tabela do Campeonato Brasileiro. O caminho do Vasco no início da competição foi difícil. Enfrentou clubes como Atlético-MG, Palmeiras, Fluminense, São Paulo e Flamengo, que estão na parte de cima da classificação. Assim como o Fortaleza - uma derrota na Arena Castelão não é entendida como fora do comum para um clube que vive um processo intenso de reestruturação.
O que gerou mais cobranças foram as derrotas para Bahia e Santos, em São Januário. No caso do último adversário, a avaliação é que o Vasco desempenhou melhor e não merecia perder. O mesmo pensamento vale para a derrota para o São Paulo, no Morumbi.
O jogo do próximo domingo, contra o Internacional, no Beira-Rio, também é considerado difícil dentro dessa lógica. Mas depois, até a 15ª rodada, o Vasco enfrentará Cuiabá, Goiás e América-MG. Nesses confrontos o time precisa reagir. Ainda mais com a data Fifa entre 12 e 20 de junho. Após enfrentar o Inter, a equipe de Barbieri ficará 12 dias sem jogar.
Confiança na segunda janela
Por último, há uma confiança grande na segunda janela de transferências. O investimento a ser feito não chega perto do que foi destinado à primeira janela. Mas há promessas por reforços e planos para suprir as carências do elenco. O Vasco pretender ser pontual e certeiro.
Até o momento, o clube tem pelo menos um reforço já contratado. O atacante Serginho, de 28 anos, já se despediu do Giresunspor, da Turquia, e assinou pré-contrato com o Vasco. Porém, só estará à disposição quando a janela abrir, a partir de 3 de julho. Até lá, Maurício Barbieri terá que encontrar as soluções dentro do atual elenco.
Fonte: ge