Confira mais trechos da entrevista coletiva de Maurício Barbieri após Vasco 1 x 4 Urubu
Após a goleada por 4 a 1 para o Flamengo, nesta segunda-feira, que mantém o Vasco na penúltima colocação do Brasileirão, Maurício Barbieri deu entrevista coletiva normalmente. O treinador, perguntado se deixaria o clube, disse que não houve conversas no sentido de uma possível demissão.
Ao lado de Luiz Mello, CEO do clube, e Paulo Bracks, diretor executivo da SAF (os dirigentes não concederam entrevista), o treinador analisou a derrota, o trabalho da equipe e afirmou que acredita em uma recuperação.
- Não tive nenhuma conversa nesse sentido (demissão). Tenho convicção de que a equipe tem oscilado muito mais do que esperávamos, nesse início. Temos tido dificuldades maiores do que pensávamos que poderíamos ter, mas continuo com a convicção de que podemos reverter esse quadro - disse Barbieri.
- A frustração é gigantesca em função dos últimos resultados, do quanto se dedica ao trabalho, mas o caminho é olhar para frente. Tentar buscar soluções que funcionem. Isso que vou tentar fazer.
Maurício Barbieri, em Vasco x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro — Foto: Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Maurício Barbieri, em Vasco x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro — Foto: Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Após alguns minutos iniciais de pressão do Vasco, o Flamengo marcou duas vezes antes dos 15 minutos, com Pulgar e Gerson. Depois, Pedro e Ayrton Lucas aumentaram o placar e o jogo foi com um 4 a 0 para o intervalo. Barbieri afirmou que a equipe se destabilizou após o primeiro gol.
- Sentimento de frustração muito grande. Acho que não conseguimos reproduzir o que trabalhamos. Oscilamos depois do primeiro gol, principalmente emocionalmente. Tivemos esse desencontro em que o rival conseguiu fazer um placar grande. Procuramos ajustar as coisas, mas ficou um "gap" grande, a gente competiu, mas não foi o jogo que planejamos e gostaríamos de fazer.
Perguntado se a equipe pode render mais, o treinador do Vasco reconheceu que tem culpa no desempenho até aqui, mas reafirmou que acredita na recuperação do time.
- Tenho convicção que essas coisas vão acontecer, vamos encontrar um rumo e um equilíbrio necessário para ter os resultados que o torcedor quer. Só trocaria a palavra "culpa" por responsabilidade. Responsabilidade eu tenho - reconheceu Barbieri, que afirmou:
- Não é meu trabalho apontar problemas para vocês, o trabalho é tentar encontrar soluções, e reconheço que as soluções têm sido insatisfatórias pelos resultados que tenho apresentado. Vou voltar a analisar para que esse elenco encontre um caminho melhor e os resultados voltam a aparecer.
O Vasco iniciou a partida em um esquema diferente dos utilizados até aqui na temporada. Com três zagueiros, o treinador apostou em uma defesa com Miranda, Capasso e Léo, com Puma e Piton avançados pelas laterais. Barbieri afirmou que a ideia era dar solidez defensiva, mas que o jogo não encaixou.
- A gente vinha numa sequência de sofrer muitos gols. A ideia de entrar com três zagueiros era para dar solidez defensiva. Depois do primeiro gol, que foi um gol de fora da área e não tem a ver com esse posicionamento, oscilamos demais emocionalmente e demos espaço para o adversário. Não encaixamos nosso jogo. Não senti nossa equipe fisicamente abaixo. Conseguimos criar oportunidades no segundo tempo. O Barros saiu por um trauma. Ninguém pediu para sair por questão física.
Com a goleada no primeiro tempo, a torcida do Vasco protestou bastante contra Maurício Barbieri, direção e jogadores. Ao som de "time sem vergonha", a equipe desceu para o vestiário vaiada. O técnico foi um dos principais alvos, com faixas pedindo a demissão do técnico. No segundo tempo, a equipe diminuiu com Jair, de pênalti, dando números finais à partida.
"Time sem vergonha": Torcedores do Vasco protestam no Maracanã após goleada para o Flamengo no primeiro tempo
O técnico falou sobre os protestos da torcida do Vasco e afirmou que reconhece o sentimento do torcedor.
- O torcedor tem razão de estar frustrado, chateado. Sabemos que não estamos entregando os resultados, então entendo e dou razão aos protestos, meu papel é mudar essa opinião deles. É encontrar soluções e ajustes para mudar essa opinião deles.
A derrota para o Flamengo é a quinta em nove jogos do Campeonato Brasileiro. A equipe de Maurício Barbieri ocupa a 19ª posição do Brasileirão, única competição que resta na temporada, após a eliminação ainda na segunda fase da Copa do Brasil para o ABC.
"Vasco não perdeu para o Flamengo, mas foi humilhado", analisa Almirante | Voz da Torcida
O Vasco volta a campo no próximo domingo, às 16h, contra o Internacional, em Porto Alegre. A partida é válida pela décima rodada do Campeonato Brasileiro.
Veja outros trechos da entrevista
Oscilações e correções de rota
- A única maneira de corrigir rota é avaliar o que deu errado, ver o jogo de novo, ir para o treino, mostrar, buscar repetições. Ver o que vai e não vai funcionar, é conversar com os jogadores.
Emocional da equipe
- Sobre o emocional da equipe, é um momento difícil por ser um momento jovem, não só pela idade, por formação. Você pode passar conhecimento, mas não pode passar experiência. A pessoa precisa viver para crescer com aquilo. Infelizmente estamos passando por experiências dolorosas nos últimos jogos e a expectativa é que a gente possa crescer.
Contexto
- A circunstância é essa, o contexto é esse. Não sou eu que vou ficar reclamando e olhando para trás, vou olhar para frente. Tenho certeza que ainda não conseguimos extrair tudo dos jogadores, mas amanhã precisamos voltar a tentar buscar situações e o equilíbrio para que os resultados voltem a acontecer.
Galarza titular
- O desempenho dele nos treinamentos e o desempenho de outros jogadores nos treinamentos. Muitas vezes o jogador desempenha durante a semana e não consegue transformar isso no jogo. É uma coisa que temos que entender e avaliar.
Processo e resultados
- Não coloco um limite. O Vasco está em um processo inicial de reconstrução. Os resultados estão muito longe do que esperávamos, mas é um processo inicial. Talvez seja um momento em que estamos muito mais plantando do que colhendo alguma coisa. Isso é evidente. Sigo buscando soluções e alternativas e tenho convicção de que vamos virar a chave. Só não posso dizer quando e estamos fazendo o possível.
Fonte: ge