Os cruzamentos têm sido a principal arma do Vasco de Maurício Barbieri no Campeonato Brasileiro. No entanto, a dependência do fundamento para criar jogadas é um dos maiores motivos de críticas ao trabalho do treinador até aqui. Entre todas as equipes da Série A, ninguém depende mais de bolas aéreas para finalizar e marcar do que o Vasco.
Ao todo são 193 cruzamentos do Vasco nas sete primeiras rodadas do Brasileirão, sendo o segundo nesse quesito. O líder é o Palmeiras, com 204. O time carioca é a equipe que mais acertou cruzamentos no campeonato: 47 - uma média de 6,7 por jogo.
No entanto, são 146 cruzamentos errados no total, uma média de 20,8 por jogo. A taxa de acertos é de 24,35%, a segunda melhor entre as equipes do campeonato. Apesar do bom índice de aproveitamento nos cruzamentos, o que chama a atenção é a dependência do fundamento para finalizar jogadas.
Das 83 finalizações do Vasco na competição, 45 tiveram como origem a bola aérea - mais da metade. Segundo o Espião Estatístico, é a equipe que mais depende do jogo aéreo no Brasileirão.
Times que mais usam o jogo aéreo para finalizar no Brasileirão
Time | Finalizações | Finalizações aéreas | % |
Vasco | 83 | 45 | 54,22 |
Botafogo | 100 | 46 | 46,00 |
Goiás | 89 | 40 | 44,94 |
Cuiabá | 78 | 34 | 43,59 |
Athletico-PR | 94 | 39 | 41,49 |
Atlético-MG | 100 | 41 | 41,00 |
Palmeiras | 122 | 50 | 40,98 |
Cruzeiro | 115 | 46 | 40,00 |
Santos | 72 | 28 | 38,89 |
Grêmio | 83 | 32 | 38,55 |
Fluminense | 84 | 31 | 36,90 |
América-MG | 102 | 37 | 36,27 |
Bahia | 105 | 37 | 35,24 |
Internacional | 94 | 33 | 35,11 |
Fortaleza | 118 | 41 | 34,75 |
Corinthians | 80 | 26 | 32,50 |
São Paulo | 88 | 28 | 31,82 |
Bragantino | 97 | 29 | 29,90 |
Flamengo | 110 | 32 | 29,09 |
Coritiba | 78 | 22 | 28,21 |
A dependência também se reflete nos gols. O Vasco balançou as redes oito vezes no campeonato, sendo que seis delas vieram de bolas aéreas.
Percentual de gols aéreos por equipes no Brasileiro
Time | Gols | Gols aéreos | % |
Vasco | 8 | 6 | 75,00 |
Cuiabá | 6 | 4 | 66,67 |
Goiás | 6 | 4 | 66,67 |
Palmeiras | 16 | 10 | 62,50 |
Fluminense | 12 | 6 | 50,00 |
Cruzeiro | 11 | 5 | 45,45 |
Botafogo | 14 | 6 | 42,86 |
Athletico-PR | 10 | 4 | 40,00 |
Fortaleza | 10 | 4 | 40,00 |
Grêmio | 10 | 4 | 40,00 |
Internacional | 5 | 2 | 40,00 |
Flamengo | 13 | 5 | 38,46 |
Bahia | 9 | 3 | 33,33 |
Corinthians | 6 | 2 | 33,33 |
América-MG | 7 | 2 | 28,57 |
Atlético-MG | 11 | 3 | 27,27 |
São Paulo | 12 | 3 | 25,00 |
Coritiba | 6 | 1 | 16,67 |
Santos | 8 | 1 | 12,50 |
Bragantino | 11 | 1 | 9,09 |
Confira os dois gols que não foram de jogadas pelo alto
Gol de Pedro Raul, contra o Fluminense, no empate em 1 a 1
A jogada inicia quando o Vasco aperta a saída de bola do Flu, Fábio sai tocando errado nos pés de Alex Teixeira, e Pedro Raul empurra para o gol vazio.
Gol de Galarza, contra o São Paulo, na derrota por 4 a 2
Erick Marcus dribla, toca para Carabajal, que cruza para Galarza dominar e chutar bonito. Apesar de ter sido um cruzamento, não configura como jogada aérea pela altura da bola no passe.
A dificuldade do Vasco em jogos que "precisa propor", seja pelo favoritismo ou pelo mando de campo, é ainda mais evidente. Contra o Santos, por exemplo, a equipe teve um bom início de jogo, mas sofreu o gol no primeiro tempo e depois abusou dos cruzamentos. Foram 54 bolas lançadas na área, segundo o Footstats.
Após a derrota para o Santos, Barbieri reconheceu a falta de eficiência e a dificuldade contra retrancas.
- Não é uma dificuldade do Vasco, mas de qualquer equipe. É do futebol em si, mas sem dúvidas temos que buscar soluções, e acho que a gente tentou. Cruzamos muitas bolas porque estavam fechados, mas também entramos por dentro. Tentamos de diferentes formas, mas não conseguimos eficiência e talvez um pouco de sorte - disse após a derrota por 1 a 0.
O time do Vasco apresenta números baixos na questão dos passes. Em média, o time troca 321 passes por jogo, a quinta pior marca entre as equipes na Série A. O número, por si, não é um problema, já que o Botafogo é líder e tem uma média igual, com 320 passes por jogo. O destaque é a falta de repertório, que já ecoa na torcida, por meio de protestos.
O Vasco volta a campo no sábado, às 16h, contra o Fortaleza, no Castelão. A equipe de Maurício Barbieri está na 17ª colocação, com seis pontos, na zona de rebaixamento. O time não vence há seis jogos e busca uma vitória para voltar a ter dias tranquilos.
Fonte: ge