Carlos Osório repudia postura de Urubu e Fluminense: 'Estamos vivendo um teatro do absurdo'
Terça-feira, 25/04/2023 - 19:37
As declarações de Mário Bittencourt ao Seleção SporTV em relação ao interesse do Vasco no Maracanã não caíram bem em São Januário. Em entrevista ao ge, o vice-presidente geral, Carlos Roberto Osório, rebateu as críticas do presidente do Fluminense e foi duro em relação à conduta da dupla Fla-Flu durante todo o processo.
- Estamos vivendo um teatro do absurdo. É público e notório que o Vasco tem uma proposta para a gestão temporária do Maracanã desde outubro, em condições financeiras mais vantajosas para o Estado que as atuais. É inacreditável não permitir que o Vasco apresente sua proposta. Querem ganhar de WO, excluindo a concorrência.
- O Vasco se manifestou dizendo que queria participar da TPU em outubro do ano passado. E só entramos na Justiça para pedir para sermos ouvidos porque fomos ignorados. Ninguém respondeu nada. A única coisa que o Vasco quer é ser ouvido e ter o direito legitimo de apresentar uma proposta. Uma proposta que é melhor financeiramente que as condições atuais e que garante todos os jogos de Flamengo e Fluminense no Maracanã. O Vasco só quer apresentar uma proposta – disse Osório.
O dirigente vascaíno, que no momento é o presidente em exercício do Vasco, por conta de uma viagem pessoal de Jorge Salgado, se irritou profundamente com as acusações de Mário Bittencourt, que afirmou que o clube de São Januário "destruiu" o gramado do Maracanã na partida contra o Palmeiras, no sábado.
- O Mário textualmente diz que o Vasco destruiu o gramado do Maracanã. Não é verdade. Qualquer pessoa de bom senso vai ver que isso não é verdade. Flamengo e Fluminense juntos mandaram 23 partidas no Maracanã em 2023.
- Um jogo do Vasco destruiu o gramado? Ou foi o planejamento que foi mal feito? Nos últimos três anos tivemos 17 ocasiões com jogos com intervalo de 24 horas no Maracanã. É inacreditável o que acontece no gramado do Maracanã. O Maracanã aguenta tudo, menos os jogos do Vasco. 17 jogos de diferença de 24 horas, mais de 200 pessoas no gramado na despedida do Fred, shows, menos o Vasco. Isso é uma falácia, uma aberração.
Osório também citou que o Vasco procurou o Flamengo com um mês de antecedência, buscou o diálogo, mas foi ignorado pelo rival. Só por isso, segundo o dirigente, o clube buscou seus direitos da Justiça.
- O Vasco foi muito responsável com o tema do Maracanã. O Vasco solicitou um mês antes da partida justamente para encaixar no calendário. Ainda não havia acontecido nem o sorteio da Libertadores. Um jogo importante para o Vasco, estreia no Brasileiro. Pedimos com antecedência para ter um diálogo e bom senso, mas o Flamengo simplesmente não respondeu. Duas semanas depois o Vasco ratificou sua solicitação. O Flamengo respondeu que estava estudando e nunca mais falou nada. Quando chegou ao limite do tempo permitido, ingressamos no poder judiciário. Só ingressamos por falta de diálogo. Empurraram com a barriga. Eles foram incorretos como permissionários públicos. Não são donos do Maracanã. Tinham a obrigação de responder.
- Proibir o carioca de ir ao Maracanã é a mesma coisa que proibir de ir à praia. É o que estão fazendo com milhões de vascaínos. Infelizmente esse estádio público por excelência está se tornando um espaço segregado, onde apenas uma parte da população pode frequentar. O comportamento dos gestores do Maracanã é inaceitável. Quem diz isso é o Poder Judiciário, por repetidas vezes, em duas instâncias.
Outro ponto que irritou Carlos Roberto Osório foi o fato de Flamengo e Fluminense afirmarem que o Vasco só passou a ter interesse no Maracanã após vencer o controle do futebol para a 777 Partners, no ano passado. De acordo com o dirigente, as conversas ocorrem desde janeiro desde 2021, mas os clubes rivais sempre foram intransigentes quanto ao assunto.
- Mais uma vez o Mário faltou com a verdade. Ele disse que o Vasco só passa a ter interesse no Maracanã depois de ser adquirido por um fundo que compra empresas quebradas. Ele faltou com a verdade. Assim que o Jorge Salgado e eu assumimos o Vasco, em janeiro de 2021, imediatamente procuramos Flamengo e Fluminense para dizer que gostaríamos de participar de jogos no Maracanã. Falamos com Landim (presidente do Flamengo), Mário Bittencourt (presidente do Fluminense), Bap (então VP de relações externas do Flamengo) e com Ronaldo França, diretor de marketing do Fluminense, por várias vezes. Em 2021 inteiro ainda não existia lei da SAF. O Vasco fez uma proposta objetiva. Participariam os três do Maracanã. Dos 70 jogos no ano, o Flamengo faria 35, o Fluminense 20 e o Vasco 15. Uma proposta generosa do Vasco, levando em consideração o tamanho do clube e de sua torcida. Não conseguimos chegar a um acordo.
Em relação às queixas de Mário Bittencourt, que disse que o Vasco só quer jogar jogos grandes no Maracanã, Osório foi objetivo.
- O Vasco entende que o gramado do Maracanã tem uma sobrecarga. Então naturalmente está procurando ser responsável. O Vasco não quer jogar contra o Bahia porque é na segunda à noite? Afirmo que se eles cederem o Vasco vai jogar e vai colocar 60 mil pessoas no Maracanã na segunda, às 20h. Estamos sendo responsáveis. Não vamos pedir todos os jogos. Queremos combinar. Se eles confirmarem, problema nenhum. Jogamos na segunda à noite no Maracanã.
OUÇA OSÓRIO RESPONDENDO AO MÁRIO BITENCOURT NA DISPUTA PELO MARACANÃ
Marlon Gomes renova e Presidente da CBF fala sobre treinador. Opine. #vascodagama #fluminense #seleçãobrasileira
Fonte: Youtube Wellington Campos F.C.
Vasco aguarda Justiça e mantém esperança de reverter possível renovação de gestão do Maracanã: 'Falta de espírito público'
Com a expectativa de que o Governo do Rio de Janeiro oficialize já nesta quarta-feira a renovação do Termo de Permissão de Uso (TPU) do Maracanã com Flamengo e Fluminense, que ganhariam o direito de gerir o estádio por mais 180 dias, o Vasco aguarda uma posição da Justiça sobre o pedido de mandado de segurança impetrado no Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ).
A ação segue correndo e a expectativa é que mesmo com a renovação, a prorrogação TPU ainda possa ser revertida. O clube pede que o processo seja feito por meio de chamamento público, possibilitando que entre na concorrência e apresente uma proposta própria de gestão. Flamengo, Fluminense (por meio de advogados) e Governo do Estado (por meio da Procuradoria Geral do Estado) se manifestaram contra nos autos do processo.
A decisão agora caberá ao juiz de corte especial que assumir o caso. O juiz de 1º grau Marcello Alvarenga Leite declinou da competência do caso na noite desta terça. O pedido do Vasco será redistribuído para uma das Câmaras de Direito Público.
— É impressionante a falta de espírito público dos atuais gestores do Maracanã. Eles se negam a autorizar um jogo do Vasco. Já o Vasco, se assumir o próximo contrato provisório, garante todos os jogos deles — critica Carlos Roberto Osório, vice-presidente geral e atual presidente em exercício do Vasco.
Osório alega que o Vasco pediu para jogar contra o Palmeiras no Maracanã com um mês de antecedência, quando não havia sequer detalhamento da tabela do Brasileirão e sorteio da fase de grupos da Libertadores, mas não houve resposta. Segundo ele, o consórcio pediu mais tempo e postergou a decisão — vencida na Justiça pelo cruz-maltino. Agora, o clube tenta de todas as formas participar dos processos. E garante que incluirá os rivais numa eventual gestão do estádio.
— O Vasco entende que tem o direito de estar no Maracanã, um equipamento público. O Vasco foi o primeiro campeão e entende que construiu a lenda do Maracanã com os demais clubes do Rio de Janeiro. O que gerou essa confusão toda é a postura antidemocrática, ao contrário do que diz o Mário Bittencourt (presidente do Fluminense, que fez críticas ao Vasco em entrevista ao Sportv), e não pública, sem espírito público, de Flamengo e Fluminense, que não aceitaram dialogar com o Vasco para compor (calendário) e não querem ceder o estádio.
Além do TPU, o Maracanã tem pendente a licitação para a gestão de longo prazo do estádio. O processo está paralisado sob análise do Tribunal de Contas do Estado desde outubro do ano passado e deve passar por ajustes solicitados ao Governo do Estado nas próximas semanas. No documento inicial, a ideia era a de concessão da gestão do estádio por 20 anos.