Em 2008, Vinicius Reche tomou uma decisão que mudou os rumos de sua carreira ao trocar o Palmeiras pelo Vasco, clubes que se enfrentam pelo Campeonato Brasileiro neste domingo (23). Formado na base do Verdão, o meia e lateral-esquerdo foi semifinalista da Copa São Paulo de 2004 - perdendo para o São Paulo nos pênaltis - e estreou no time profissional contra o Fluminense no Maracanã, em 2005.
"Não tinha cenário melhor porque era um sonho de criança. Atuei ao lado de grandes nomes nessa época, como Marcos, Paulo Baier, Edmundo, Denílson e Juninho Paulista", disse ao ESPN.com.br.
Um dos jogos mais marcantes do atleta foi a vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians pelo Brasileirão de 2006. "Joguei como lateral-esquerdo e fomos felizes. Nunca perdi um clássico para eles", recordou.
No entanto, o jovem teve pouco espaço nos tempos de Palmeiras e deu azar quando poderia ter explodido no Verdão.
"Em 2006, o técnico Marcelo Villar disse que ia me dar sequência como lateral-esquerdo titular, mas sofri uma lesão no tornozelo e fiquei dois meses parado. A competitividade do nosso elenco era muito grande", analisou.
"O que me chateou no Palmeiras foi ter ficado cinco anos e não ter tido uma sequência como titular. Naquela época, eles davam mais valor aos jogadores que vinham de fora do que para os jovens da base. Ainda bem que isso mudou nos últimos anos".
Em busca de chances, ele saiu emprestado para o Grêmio Barueri e depois se destacou pelo Ituano no Paulistão de 2008.
"Recebi sondagens de Corinthians, Atlético-MG, Vasco, Bahia, Vitória e Sport. A gente derrotou o Palmeiras, que foi o campeão, com uma jogada minha. O (técnico Vanderlei) Luxemburgo queria que eu voltasse e disse ao meu empresário que eu teria espaço no time", afirmou.
Saída do Brasil
No entanto, ele preferiu jogar o Brasileirão pelo Vasco após ser indicado pelo amigo Edmundo, que estava na Colina.
"Fui muito bem recebido pelo (técnico Antônio) Lopes e fiz bons jogos, mas o time oscilava muito e caiu no final do ano. O problema é que o clube vivia um problema financeiro grande e não pagava os salários. Tinha mudado de diretoria e ficou uma bagunça", admitiu.
Depois de poucos meses no Rio de Janeiro, Reche aceitou uma proposta do Angers, que disputava a segunda divisão da França. Apesar de ter realizado o sonho de jogar na Europa, ele se arrepende da decisão.
"Hoje eu não teria feito essa escolha. É uma das coisas que me arrependo porque queria chegar à seleção brasileira. Poderia ter me destacado como lateral-esquerdo, uma posição carente no Brasil naquela época. Estava muito bem e poderia ter ido para outro grande clube".
Carreira como técnico
Após sair da França, Reche jogou por Mirassol e Estoril antes de fazer sucesso na Arábia Saudita por times como Al-Nassr (atual clube de Cristiano Ronaldo) e Al Taawon. Ele ainda defendeu Jeonbuk Motors, Santa Cruz, Bragantino, Água Santa, Al Ansar (Líbano) e Rio Branco-PR antes de pendurar as chuteiras.
"Parei de jogar porque comecei a ter muitas lesões. Depois disso, mudei com a minha família para Portugal para fazer o curso da Uefa e ser treinador. Os problemas do futebol brasileiro são muito mais na formação dos treinadores do que dos atletas porque ainda temos muito talento".
Vinicius Reche chegou a ter uma experiência como agente de jogadores, mas não gostou. Atualmente, ele está nos Estados Unidos e batalha para começar a carreira como técnico, aos 39 anos.
"Tive um empresário que me ajudou muito na carreira, que foi o André Cury. Ele foi muito responsável pelo meu sucesso. Fui técnico do Esmoriz, de Portugal, e fomos campeões da região de Aveiro. Depois disso, tive uma oferta para treinar na base do Sporting".
"Recebi uma proposta também da Juventus Academy, em Miami, para ser treinador na base e também participei um processo seletivo na base no Barcelona. Estou esperando uma chance como treinador porque tenho licença da Uefa", finalizou.
Fonte: ESPN