As recentes saídas de Nenê (41 anos), Anderson Conceição (33) e Edimar (36) rejuvenesceram o Vasco, que tem um dos elencos com a menor média de idade do Campeonato Brasileiro. Em meio a tantos garotos, Alex Teixeira (33) virou uma referência ainda maior: ele passou a ser o jogador mais velho da equipe.

Com Nenê no comando, o Vasco por muito tempo foi o time da "Tropa do Vovô", termo que virou música fora de campo e canto nas arquibancadas. Pois bem, a partir de agora está inaugurada a era da "Tropa do Alex Teixeira".

Mesmo antes da saída dos veteranos (o último foi Edimar, que teve seu desligamento anunciado na terça-feira), Alex Teixeira já era uma referência para os jogadores mais jovens, mas a responsabilidade agora aumenta. Em entrevista recente ao ge, ele contou que lida bem com isso.

- A idade chega para todo mundo (risos) - brincou ele.

- Eu sempre converso com a molecada aqui, que está subindo, que já está no elenco. Para ter paciência, que a hora deles vai chegar. E quando chegar a oportunidade, para eles abraçarem da melhor maneira possível. Tem que ter calma, vão oscilar bastante, como eu oscilei lá atrás. Tem que estar preparado para, quando a oportunidade bater na porta, eles agarrarem e não saírem mais - acrescentou o experiente jogador.

No dia a dia do Vasco, Alex deixa o papel de liderança nas mãos do capitão Léo e do goleiro Léo Jardim, por exemplo. Ele é um cara mais propenso à resenha e tem facilidade em falar a língua da garotada, apesar da diferença de idade.

O time conta com vários jovens com quase a metade da sua idade: Rayan tem 16 anos, Paulinho, 17; Andrey, Barros e Eguinaldo têm 18; e Marlon Gomes completou 19 há pouco tempo. Para eles, o atacante é, além de liderança técnica, também uma referência de identidade com o clube - vale lembrar que Alex Teixeira aceitou reduzir seu salário no ano passado, quando saiu da China, e deixou de ouvir outras propostas para acertar com o time do coração.

Nesse sentido, o camisa 7 é uma espécie de trunfo da 777 Partners no elenco. Paulo Bracks já falou em mais de uma ocasião sobre o foco dado aos talentos do clube. "Um dos perfis do nosso trabalho é o desenvolvimento desses atletas de base, de um Paulinho, de um Lyncon, de um Riquelme [...]. São atletas que a gente vai trabalhar muito para desenvolver porque são o presente e o futuro do Vasco", disse ele há duas semanas.

Peça essencial

Em campo, depois de atuações apagadas na temporada 2022, Alex Teixeira tem prestado papel fundamental para o esquema de Maurício Barbieri e hoje é titular da equipe. São três gols em 14 jogos no ano, dois deles em clássicos: na vitória sobre o Botafogo, pela Taça Guanabara, e na derrota para o Flamengo no jogo de volta da semifinal do Carioca.

Para Barbieri, Alex não é um 10, tampouco um ponta pela esquerda: é com a versatilidade e a mobilidade do jogador que o treinador conta.

- Quando a gente fala dessa função de 10, vem um estereótipo muito marcado do que é o 10 tendo em vista a história do futebol brasileiro. Mas existem diferentes camisas 10. O Alex começou a carreira como um atacante de lado, mas agora vem jogando mais como um meia-atacante. E essa é a ideia, que ele flutue no espaço mais próximo ao Pedro, que ele consiga fazer os seus movimentos. E ele sempre fez muito gol - disse o comandante durante o Carioca.

"Ele vem melhorando a cada jogo, no ano passado foi um outro contexto, e a gente teve um cuidado especial com ele na pré-temporada e agora estamos colhendo os frutos deste trabalho."
— acrescentou o treinador

O Vasco volta a campo no próximo domingo para enfrentar o Palmeiras, às 16h (de Brasília), no Maracanã, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.



Fonte: ge