O Vasco observa atentamente os recentes passos dados pelo Botafogo no processo do Regime Centralizado de Execuções (RCE) e não descarta em breve seguir o mesmo caminho. Com a presença de John Textor no Rio de Janeiro, o rival alvinegro deve selar nos próximos dias um novo acordo com os credores para pagamento das dívidas trabalhistas.
O departamento jurídico da SAF do Vasco, comandado pela diretora Gisele Cabrera, no momento encontra-se avaliando os melhores cenários. O clube não vai abandonar os pagamentos do RCE, como chegou a ser feito pelo Botafogo, mas entende ser necessária uma solução para atacar as dívidas de maneira mais agressiva e, dessa forma, evitar "enxugar gelo".
O Vasco já pagou cerca de R$ 30 milhões entre dívidas cíveis e trabalhistas desde que teve reconhecido pela Justiça o direito de centralizá-las, em setembro de 2021. O depósito nas contas judiciais segue sendo feito pela associação, mas é responsabilidade da SAF o repasse mensal de 20% da receita corrente do futebol para este fim.
Em função dos juros e dos constantes recálculos, no entanto, o clube teme que os milhões destinados ao RCE até o momento tenham servido para abater apenas uma pequena porção do total da dívida. Na época em que a Lei da SAF estava sendo formulada, a taxa Selic estava próxima de 2% ao ano. Esta é a taxa básica de juros, controlada pelo Banco Central e que serve de base para todo o setor financeiro. Hoje, a Selic está em 13,8% ao ano.
Os jurídicos de Vasco e Botafogo mantêm contato e, por vezes, trabalham juntos. Com o caso do vizinho como exemplo, o Vasco não descarta uma nova rodada de negociações com seus credores na tentativa de conseguir o maior número de acordos possível e, dessa forma, reduzir os valores a serem pagos. "Queremos parar de falar de dívidas e começar a falar de outras coisas", admitiu uma pessoa do clube.
Além disso, o clube também mostrou-se incomodado com as últimas ações da Comissão de Credores no RCE. Eles recentemente cobraram maior transparência na prestação de contas e conseguiram uma decisão favorável que obrigava o Vasco a abrir diversos documentos, dentre os quais os contratos com a 777 Partners. Perplexo com a ordem do desembargador, o clube confia em derrubá-la.
Fonte: ge