Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Maurício Barbieri após Vasco 1 x 3 Urubu
Domingo, 19/03/2023 - 21:27
O Vasco foi eliminado na semifinal do Campeonato Carioca ao perder para o Flamengo por 3 a 1 no jogo de volta, 6 a 3 no agregado das duas partidas. Na entrevista coletiva depois da partida, o técnico Maurício Barbieri exaltou a resposta de seus jogadores após a eliminação na Copa do Brasil no meio da semana.

- A gente teve uma nova eliminação muito rápida. Eu acho que o grupo deu uma resposta fantástica hoje. Em relação a buscar o jogo, jogar bem. Até a gente tomar o segundo gol o domínio era nosso completo. Eles são letais e o empate não servia para nós. Inevitavelmente a gente ia ter que se expôr. A gente não teve efetividade para aproveitar as chances que a gente criou.

O treinador também aproveitou para destacar a evolução da equipe em meio às dificuldades do Campeonato Carioca, com uma pré-temporada nos Estados Unidos no começo do ano que tirou a equipe principal do torneio.

- A gente sempre frisou que nosso caminho ia ser difícil, complicado. No campeonato, dentro de tudo que a gente enfrentou, acho que conseguimos fazer coisas positivas. A gente teve uma viagem para os Estados Unidos. A gente teve dois clássicos sem poder contar com muitos jogadores. Com tudo isso, demos uma resposta positiva, classificamos, fizemos bons jogos contra o Flamengo, mas que não foram suficientes. Acho que tem muita coisa positiva, mas a gente precisa melhorar - analisou.

O Vasco agora tem quase um mês de preparação antes da próxima partida, que será a estreia do Campeonato Brasileiro contra o Atlético-MG, no final de semana do dia 15 de abril, no Mineirão. A data e o horário da partida ainda serão definidos pela CBF. Confira todas as respostas de Maurício Barbieri na coletiva:

Análise do jogo

- Eu acho que tem dois recortes que a gente pode fazer. Um é esse de curto prazo. A gente teve uma nova eliminação muito rápida. Eu acho que o grupo deu uma resposta fantástica hoje. Em relação a buscar o jogo, jogar bem. Até a gente tomar o segundo gol, o domínio era nosso completo. Eles são letais e o empate não servia para nós. Inevitavelmente a gente ia ter que se expôr.

- Eu acho que no segundo gol foi falta no Rodrigo. No terceiro, ele não adotou o mesmo critério. No primeiro tempo, teve um lance quase idêntico, nós cobramos rápido e ele mandou voltar. O resultado é por isso? Não, a gente não teve efetividade para aproveitar as chances que a gente criou.

- Nesse recorte curto, eu entendo a frustração do torcedor, nós temos a nossa aqui também. A gente também está muito chateado. A gente sempre frisou, eu fiz até uma metáfora com a Avenida Brasil, que nosso caminho ia ser difícil, complicado e longo.

No campeonato, dentro de tudo que a gente enfrentou, acho que conseguimos fazer coisas positivas. A gente teve uma viagem para os Estados Unidos. Teve dois clássicos sem poder contar com muitos jogadores naquela situação da inscrição e fizemos boas partidas. Com tudo isso, demos uma resposta positiva, classificamos, fizemos bons jogos contra o Flamengo, mas que não foram suficientes.

- Acho que tem muita coisa positiva, mas a gente precisa melhorar. Esse tempo que a gente tem agora é focado em fazer o Vasco melhorar, crescer, se desenvolver e chegar mais pronto no Brasileiro.

Pedro Raul

- A saída foi porque eu senti ele muito cansado. Senti que ele não chegava em algumas bolas. Teve uma bola do Pec e um outro cruzamento, que ele normalmente antecipa bem. Senti ele cansado para manter a pressão que a gente estava fazendo e conseguir inteiro nessas bolas. O Eguinaldo, em princípio, iria trabalhar por dentro, mas Alex estava cansado. Eguinaldo faz bem a função de preencher e chegar na área. Foi essa a ideia.

Efetividade x montagem do elenco

- Acho que levar toda a falta de efetividade só por essa questão não seria justo. Jogamos cinco decisões em 14 dias... conseguir chegar inteiro e chegar lúcido é difícil. Isso atrapalhou. Não foi só o Pedro. Todos estavam cansados. A sequência atrapalhou.

- Não foi só o Pedro que teve oportunidade. O Puma também teve. A gente tem conversado sobre a montagem do elenco, a gente nunca escondeu que não está fechado. Temos mais alguns dias para conversar. Se a gente tiver algum jogador que possa nos ajudar, vamos trazer.

Como pedir calma ao torcedor?

- No começo da temporada, afirmei que o Vasco saia atrás de todos os rivais. Se for olhar a classificação, terminamos em terceiro. Demos passos adiante. Entendo a frustração do torcedor. Acho que isso tem a ver com o fato de termos feito bons jogos contra grandes adversários e ter criado uma expectativa de que poderíamos ir além. Quando o resultado não vem, a frustração fica. Estamos em crescimento, evoluímos desde o começo do trabalho. Mesmo sem mexer em muitas peças, atuamos em outra maneira mesmo sem tempo para treinar.

- Isso é sinal de que eles assimilam. O Vasco hoje é uma equipe competitiva. O Brasileiro não é só isso, claro. Temos das frentes de atuação: fortalecer o trabalho e o modelo de jogo e seguir reformulando e fortalecendo o elenco. Acho que a gente entra competindo. Temos que lembrar que estatisticamente os times que sobem da Série B e voltam é muito grande. Mas hoje a gente é competitivo e temos de melhorar para ser mais do que isso.

Permanência de Nenê

- Não conversei com a direção sobre isso ainda e nem com o Nenê. A ideia é conversar com ele para entendermos todos os cenários, trocar essas ideias e entender as condições. Preciso conversar com ele, não adianta eu querer se ele não quiser. Precisa ver em que condições, papel e função. Ele é um jogador de 42 anos, pode contribuir no grupo? É óbvio dependendo das condições. Tem que ver se o Nenê entende dessa forma também. A gente precisa ter essa conversa.

Objetivo do Vasco no campeonato

- O Vasco não joga o campeonato sozinho. Depende do que o vasco vai fazer e o que vamos enfrentar. Os clubes da Série A que eu conheço bem são os que a gente enfrentou no carioca. Mas existe um recorte maior, com as equipes dos outros estados.

- Nesse momento a gente tem o desafio de eliminar essa estatística, que não é do Vasco, é do campeonato. Depois disso, o quanto mais a gente conseguir ser competitivo e fazer o fator casa ser preponderante e a gente passa a poder buscar coisas maiores.

Pressão sobre a base e reforços

- Não tem receita, eles precisam passar por isso. Hoje, o Eguinaldo entrou, passou pela experiência estar sob pressão contra a equipe que jogou. De ter as oportunidades e não conseguir aproveitar. Agora é voltar, entender onde errou e trabalhar para melhorar.

- Eu não tenho como oferecer isso. Eu posso oferecer orientação, dinâmicas de movimentação, treinos para melhorar a parte técnica. Dar uma ou outra orientação que ajuda na parte emocional. Mas não tem como aprender a andar de bicicleta só lendo o manual, tem que subir e andar.

- Eles são jovens, faz parte da caminhada, vão ter que passar por isso. Os que aprenderem a andar mais rápido vão mais longe, os que caírem muito vão ficar para trás.

- A gente tem jogadores experientes. Eu não diria que faltam jogadores experientes, diria que as experiências vão amadurecer os jogadores que a gente tem. Se a gente entender que têm jogadores jovens ou experientes que vão nos ajudar, a gente vai atrás disso. A gente sabe que o Vasco não está pronto, não tirou a plaquinha de reforma. Estamos fazendo as coisas com tempo.

Volta do Rodrigo

- A ideia de ter o Rodrigo de volta é porque o Flamengo é uma equipe que por característica joga muito por dentro. A gente tinha visto o último jogo e em muitos momentos a gente estava segurando quatro defensores para marcar só o Pedro. Com isso eles tinham superioridade no meio e construíam com passes curtos, nos causando muitas dificuldades.

- Não foi só a entrada do Rodrigo, a gente adiantou o Piton e trouxe o Pec para fortalecer ainda mais o meio. Em muitos momentos a gente atuou como se tivesse três zagueiros e com isso a gente conseguiu tirar o espaço deles. O grande desafio é que quinta era outro jogo, que exigia outras coisas contra outro tipo de adversário. A gente ajustou isso no vídeo, andando em campo para não desgastar. Acho que foi um trabalho fantástico que não vai ter o reconhecimento por causa do resultado, faz parte do futebol.

- Sobre ter errado ou não, acho complicado avaliar depois do resultado. Podia ser que o Rodrigo jogasse a gente não ganhasse. Na quinta era outro tipo de jogo, era um adversário que não ia duelar pela bola e jogaria mais fechado. A ideia era ter jogadores mais criativos. Mas a gente não conseguiu fazer isso. Tenho certeza que as escolhas não funcionaram e eu preciso buscar outras soluções contra esse tipo de adversário.



Fonte: ge