Em meio a protestos por aumento no preço dos ingressos, Vasco prepara mudanças no sócio-torcedor
Sábado, 18/03/2023 - 12:45
A estratégia do Vasco de aumentar o valor dos ingressos para o jogo decisivo contra o ABC não pegou bem entre os torcedores, que compareceram em menor número e protestaram em São Januário em noite de eliminação na Copa do Brasil.

Embora o aumento tenha afastado os torcedores (o público presente foi de pouco mais de 13 mil) em um momento de decisão, esse tende a ser um posicionamento do clube em jogos de maior apelo. Nos últimos meses, a SAF vem se planejando para alterar o programa de sócio-torcedor. Hoje, o Vasco tem próximo de 56 mil associados.

De acordo com o Vasco o alto valor dos ingressos é um movimento, inclusive, que visa valorizar o programa e aumentar o número de sócios-torcedores. Mas a estratégia precisa estar alinhada com a melhora dos serviços no estádio.

As novidades devem ser anunciadas para o Campeonato Brasileiro, mas é certo que haverá aumento no valor de cada plano. Hoje, a opção mais barata é o "Camisas Negras", que custa R$ 9,98 por mês. O plano especial "Sócio Dinamite", que dá direito a mais benefícios, tem custo mensal de R$ 708.

O Vasco entende que o programa está defasado. A última reformulação aconteceu há quase dois anos, em junho de 2021 - na ocasião, o plano mais barato custava R$ 7,98. O pensamento é de que o valor do Sócio Gigante precisa acompanhar o alto investimento que a SAF fez no futebol - já foram comprometidos mais de R$ 100 milhões em contratações de reforços e outros jogadores vão chegar para o Brasileiro.

Pensando na reformulação, o Vasco buscou profissionais com experiência na área, como Bárbara Azevedo, responsável pelo setor de engajamento de fãs. Ela foi contratada recentemente para integrar o departamento de marketing do clube. Pós-graduada em gestão empresarial e com formação em liderança e experiência do cliente nos Estados Unidos, Bárbara trabalhou com programas de sócio-torcedor em clubes como Botafogo, Flamengo, Ceará e Corinthians.

Estádio é desafio

No jogo contra o ABC, o ingresso mais barato custou R$ 150. Ao todo, 13;329 torcedores estiveram presentes na partida, o que não encheu nenhum dos setores de São Januário. A renda de R$ 1.090.015 até foi a maior do estádio no ano. Por outro lado, o Vasco deixou de colocar nos cofres R$ 2,1 milhões, valor que quem avançou para a terceira fase vai receber de premiação.

Valeu a pena? A experiência será levada em consideração para a sequência da temporada. E o estado de São Januário também precisa ser considerado. Nos últimos anos, torcedores têm reclamado com frequência das condições do estádio. Limpeza, acesso, alimentação, banheiros. Há muito para melhorar.

E esse é um dos focos do departamento comercial. Junto com o aumento, a promessa é de melhora do serviço. Além de mais benefícios, seja ingressos, produtos e parcerias com outras empresas, o Vasco pretende melhorar o acesso a São Januário e tornar o estádio mais atrativo não só para os torcedores como para possíveis investidores. A experiência precisa ser melhor.

Com mais sócios, a tendência é que a procura por bilhetes aumente. A alta demanda por ingressos é outro desafio, e o clube pretende resolver a questão do Maracanã. No aguardo do processo licitatório, o Vasco está de olho na concessão provisória, que está sob o comando de Flamengo e Fluminense até o fim de abril. A SAF espera resposta do Governo como última cartada antes de entrar na Justiça para buscar o direito de participar da gestão do estádio.

O Maracanã é um foco estratégico do clube que tem hoje como diretor comercial Caetano Marcelino, que foi diretor de operações de eventos do estádio entre 2013 e 2016. O dirigente tem conhecimento acerca dos números e da receita que o Maraca pode gerar para o clube, além de experiência para melhorar a operação e o tratamento ao torcedor.



Fonte: ge