Anderson Salles relembra bastidores de clássicos contra o Urubu e incentivos de Eurico
Em busca da vaga na final do Campeonato Carioca, o Vasco precisa vencer o Flamengo neste domingo (19), às 18h (de Brasília), por qualquer placar no Maracanã. Caso consiga o objetivo, o Cruzmaltino também conquistará um feito de uma época em que se acostumou a 'castigar' o rival no 'Clássico dos Milhões' e receber um grande 'bicho' de Eurico Miranda.
O 'período de glória' aconteceu em 2015. Ao todo, foram sete jogos contra o Rubro-Negro, com quatro vitórias, dois empates e uma derrota. Em entrevista ao ESPN.com.br, Anderson Salles, zagueiro do clube carioca na época, contou os bastidores dos confrontos daquele ano e revelou que a confiança na vitória sobre o rival vinha desde muito antes do apito inicial. E o falecido ex-presidente tinha papel fundamental.
"Não sei o que acontecia, mas a gente estava assim (entender que 'o bicho era certo'). A gente não estava bem no Campeonato Brasileiro esse ano, não vinha na sequência boa, mas quando chegava contra o Flamengo... desde o Estadual", começou por contar o zagueiro, que atualmente está no Bhayangkara, da primeira divisão da Indonésia.
"Esses jogos o Eurico falava: 'É um jogo à parte, final à parte'. A gente estava tão confiante que chegava contra o Flamengo e se transformava. Todo mundo corria, pressionava. Contra o Flamengo era diferente. Haja visto que vencemos a maioria dos clássicos", completou.
'Depois do jogo era só passar na sala dele'
Falecido em março de 2019, Eurico Miranda, entre acertos, erros e polêmicas, deixou um legado no Vasco. Dentre os muitos títulos, entre eles uma CONMEBOL Libertadores, três Brasileiros e uma Mercosul, o ex-presidente também tornou o clássico contra o Flamengo uma final à parte. E o 'bicho' era um dos folclores envolvidos.
Popularmente conhecido como o pagamento extra dado aos atletas e comissão técnica em caso de vitória, o 'bicho' era ainda mais alto em triunfo no 'Clássico dos Milhões'.
Anderson Salles revelou que em 2015 era 'só passar na sala de Eurico após as partidas' para receber o pagamento. E foram quatro naquele ano.
"Ele era um cara fantástico. Porque eu chego em 2014 no Vasco, era o Dinaminte, tinha um jeito mais tranquilo de conversa. No outro ano era o Eurico, os caras falavam. A gente sabia da fama de brabo, ficávamos até meio receosos. Sempre incentivava a gente, colocando o Vasco para cima, em primeiro lugar, ao Vasco tudo. Incentivava a todo momento, no clássico contra o Flamengo era final à parte, campeonato à parte. Chegava junto, chamava a galera. Haja visto que as coisas aconteciam bem para a gente."
"Sempre tinha coisa boa contra o Flamengo. Depois do jogo era só passar na sala dele para conversar todo mundo feliz. Contra o Flamengo ele dava um agrado bom", finalizou em tom de bom humor.
Fonte: ESPN