Depois de duas vitórias seguidas em clássicos, o Vasco foi derrotado pelo Flamengo por 3 a 2, nesta segunda-feira, no Maracanã, no jogo de ida da semifinal do Campeonato Carioca. O treinador Maurício Barbieri destacou a diferença entre este e o último clássico, o qual o time venceu por 1 a 0.

- São dois jogos muito diferentes por questão de momento, ajuste. Para esse procuramos mudar o posicionamento do anterior para equilibrar as disputas. Nos defendemos bem no anterior, mas por muito tempo queríamos equiparar. Eles souberam aproveitar as oportunidades, nós desperdiçamos algumas. É um resultado equilibrado, reflete o que foi o jogo. Além do jogo no meio da semana, tivemos um dia a menos na preparação. No fim do jogo, os jogadores deles todos caíram no chão, exaustos. Talvez pudéssemos estar mais frescos com um dia a mais, equilibrar ainda mais a partida - disse Barbieri.

Maurício Barbieri também falou sobre a escolha por Matías Galarza, que herdou a vaga de Rodrigo. No último clássico, o volante qualificou a marcação e havia sido um dos melhores em campo. Andrey jogou como primeiro volante nesta segunda, e Galarza entrou mais adiantado.

- É uma função que o Andrey já tinha feito, a ideia era ganhar mais com passe e consistência. O Matías a gente já tinha usado contra o Botafogo. Entrou bem, abrimos o placar, acabamos tomando gol num rebote. O Galarza vinha treinando bem, fez um bom jogo no primeiro tempo. A ideia era preservar um pouco o Alex, para não marcar o lateral, deixá-lo próximo ao Pedro, aproveitar mais, como foi no segundo gol, um contra-ataque, aproveitar a chegada dele na frente - destacou o técnico do Vasco.

- Eu entendi que houve falta no Puma, para mim a falta foi clara, reclamei bastante, não revi ainda. Depois num erro de saída, acabamos indo com o placar adverso, empatamos, mas em um gol de bola parada, que ainda não tínhamos levado. É uma decisão de 180 minutos, nos primeiros 90 eles levaram a vantagem, mas tivemos oportunidades. Acredito que no próximo jogo a gente consiga a classificação que a gente deseja - acrescentou Barbieri.

Como o Vasco terminou a primeira fase à frente do Flamengo, tem vantagem de dois resultados iguais na semifinal. Assim, precisa de uma vitória simples no próximo domingo, às 18h, para garantir vaga na final do Estadual. Antes, o time de Barbieri enfrenta o ABC, na quinta-feira, em São Januário, pela segunda fase da Copa do Brasil.

Mais declarações de Barbieri:

Jogo contra o ABC

- É tão importante quanto esse. Temos que virar o jogo, buscar um grande jogo e com o apoio da nossa torcida, que faz de São Januário um caldeirão. É uma classificação que a gente quer muito e vai em busca dela.

- O Marlon está voltando de lesão, atuou poucos minutos nos últimos jogos, ainda não tinha condições dos 90 minutos, por isso não iniciamos. A gente tem três decisões na semana, não queria correr o risco de começar com ele e esticar a minutagem, com risco de sentir de novo.

O que melhorar para o próximo jogo?

- O Vasco precisa vencer o jogo, difícil responder, minha cabeça está na quinta. Entendo a pergunta, acho que tem a ver com a hierarquia dos adversários, então nos grandes jogos é mais equilibrado, eles conseguem nos empurrar um pouco mais para trás. Contra Trem e Boavista a avaliação era entrar de outra maneira, explorar e levar vantagem. No momento oportuno, depois de quinta-feira, vamos rever o que aconteceu, vamos entrar com uma estratégia que nos permita vencer no domingo. Precisamos de uma vitória simples no domingo, e é isso que vamos buscar.

Gols do Flamengo e reação

- Eu entendi que houve falta no Puma, para mim a falta foi clara, reclamei bastante, não revi ainda. Depois num erro de saída, acabamos indo com o placar adverso, empatamos, mas em um gol de bola parada, que ainda não tínhamos levado, perdemos.

Opções no meio-campo

- Acho que o Rodrigo tem a característica de marcação, mas o Andrey consegue ajudar mais na construção. Não achei que no primeiro tempo eles tiveram espaço por dentro, foram mais por fora, o gol deles foi um cruzamento na lateral, o segundo foi erro nosso. O Barros em relação ao Galarza é que o Galarza tinha função de preencher esse espaço com bola e depois abrir para jogar, foi por isso. Quem consegue é o Marlon, o Figueiredo também, mas o Galarza vinha em condição melhor pelo tempo que eles ficaram parados. Foram opções, não posso colocar o resultado na conta, claro que tem contribuição. Agora é conversar e saber onde podemos melhorar para ser uma equipe mais competitiva e conseguir um resultado melhor.

Mudanças para o próximo jogo

- Acho que tem possibilidade de mudança, avaliando e vendo quem tem melhores condições. Só consigo ver na quarta-feira, quando vamos avaliar quem teve uma recuperação melhor. Agora é estudar o adversário, foco total na quinta, meu mundo acaba na quinta, depois de quinta, a gente pensa no que vai acontecer.

Resultado frustrante?

- Não frustra, acho que é um ponto importante que a gente conquistou na primeira fase, agora dependemos de uma vitória simples. Claro que eles reverteram no sentido de que não há mais dois empates, mas dependemos de uma vitória simples. Colocaram muito peso nessa vantagem e esqueceram de outros fatores que nos trouxeram desvantagem, que não tem nada a ver com o adversário.

- A gente ter jogado um dia depois, ter um dia a menos de preparação, uma decisão no meio da semana. São pontos importantes. O fato de termos a possibilidade dos dois resultados iguais equilibrou mais uma disputa que a princípio nos desfavorecia, pela sequência do calendário e tudo. Eles conseguiram o resultado, precisamos de uma vitória simples, e agora é foco na quinta-feira.

Andrey Santos

- O Andrey é um jogador jovem. O que vai ajudar no desenvolvimento dele, calejar, que ele seja um jogador melhor para o Vasco e para o futuro clube dele, são essas experiências como hoje, jogar. O que posso contribuir são as orientações de posicionamento, espaço, marcação. No futuro, talvez ele encontre outra maneira de jogar, mas ele vai chegar mais preprado. Ele jogou uma Série B degastante, agora ele vem disputando competições em outro nível. Enfrentamentos a equipes como o Flamengo fazem com que ele cresça.

- Acho que não tem erros que eu ou ele não possamos cometer. Aliás, é um ponto que falamos muito pouco. Infelizmente os erros fazem parte do processo de crescimento. Eles são inevitáveis, a questão é o que fazemos quando eles acontecem. Se usarmos como aprendizado, situações para se desenvolver, crescer, evoluir, os erros serão importantíssimos, mesmo a gente não querendo que eles apareçam. Hoje cometemos erros que não cometemos nos outros jogos, como no gol de bola parada, a gente tem que melhorar, crescer, para no próximo jogo sermos melhores e conseguirmos a classificação.



Fonte: ge