Consórcio do Maracanã rebate declarações de Osório sobre jogos em sequência no estádio
Segunda-feira, 13/03/2023 - 18:07
Após o vice-presidente do Vasco, Carlos Osório, questionar a realização de dois jogos em menos de 24 horas no Maracanã, a gestão do estádio rebateu, nesta segunda-feira, a declaração do dirigente. Em nota, os gestores afirmaram que o campo vive um momento diferente do que vivia quando o Cruz-Maltino pediu para mandar suas partidas em 2022.

- No ano passado, quando o Vasco solicitou o uso do estádio e, de forma arbitrária, obteve ganho na Justiça pelo direito de jogar, o fato ocorreu no segundo semestre de 2022, quando o gramado já apresentava sinais de uso excessivo: o Maracanã tinha uma grande sequência de jogos a serem realizados; as condições climáticas eram totalmente diferentes e mais agressivas para o gramado; o plantio da grama de inverno estava programado, e o volume de luz natural, nessa época do ano, é sempre menor - diz a nota.

A gestão acrescentou que a situação no momento é diferente, já que o estádio recebeu 14 partidas em 58 dias em pleno verão, quando a incidência de luz natural no gramado é maior. A nota afirma, ainda, que haverá um intervalo de 13 dias entre a segunda partida e a próxima, "tempo considerado suficiente para a recuperação do desgaste".

A irritação do dirigente do Vasco se dá porque a Ferj marcou os dois jogos de volta das semifinais do Campeonato Carioca, entre Fluminense e Volta Redonda, e Flamengo e Vasco, para o próximo fim de semana, no Maracanã.

No ano passado, quando o Vasco manifestou o desejo de enfrentar o Sport no Maracanã, o consórcio que administra o estádio vetou com a justificativa de que o gramado não suportaria receber jogos em dois dias seguidos. O clube conseguiu na Justiça o direito de jogar no estádio.

- Impressionante como esta questão do Maracanã está mal parada. Ano passado quando o Vasco solicitou jogar no Maracanã tentaram impedir alegando que o gramado não aguentaria receber jogos com 24h de intervalo. Tivemos que entrar na justiça para jogar. Agora marcam as duas semifinais do Carioca com 24h de intervalo. O gramado aguenta tranquilo porque ambos os jogos envolvem a dupla Fla-Flu. Usam dois pesos e duas medidas – disse Osório, ao ge, no último sábado.

O Vasco segue interessado em participar da gestão do Maracanã e cobra do governo a realização do processo de licitação, que foi suspenso em outubro do ano passado e ainda não tem nova data para ser realizado. O clube de São Januário enviou notificação à Secretaria de Casa Civil, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro pedindo respostas sobre a atual cessão temporária do estádio à dupla Fla-Flu.

Leia a íntegra da nota do Maracanã:

"Mais uma vez, o vice-presidente do Club de Regatas Vasco da Gama, Sr. Carlos Roberto Osório, tenta, a partir de afirmações sem fundamento, confundir a cabeça dos torcedores, levantando uma discussão totalmente equivocada a respeito da realização de jogos em sequência no estádio do Maracanã.

No ano passado, quando o Vasco solicitou o uso do estádio e, de forma arbitrária, obteve ganho na Justiça pelo direito de jogar, o fato ocorreu no segundo semestre de 2022, quando o gramado já apresentava sinais de uso excessivo: o Maracanã tinha uma grande sequência de jogos a serem realizados; as condições climáticas eram totalmente diferentes e mais agressivas para o gramado; o plantio da grama de inverno estava programado, e o volume de luz natural, nessa época do ano, é sempre menor.

A atitude do Vasco levou os clubes Flamengo e Fluminense a realizar três jogos fora do estádio, totalizando 15 dias sem partidas disputadas no Maracanã.

O fato que ocorre em 2023 é totalmente diferente: até agora, foram realizadas 14 partidas em 58 dias, em pleno verão, quando a incidência de luz natural no gramado é muito maior. E haverá um intervalo de 13 dias entre a segunda partida e a próxima, tempo considerado suficiente para a recuperação do desgaste que, certamente, ocorrerá.

A gestão responsável do Maracanã, executada por Flamengo e Fluminense, obriga a vultoso investimento, o que os clubes vêm fazendo no estádio desde que assumiram, para garantir a qualidade do gramado, incluindo o replantio do piso, a importação de equipamentos para a sua manutenção e o uso de tecnologias como a grama híbrida.

Todas estas mudanças possibilitaram que o Maracanã hoje, depois de muitas críticas justificáveis em um passado recente sobre a qualidade do gramado, complete mais de um ano sem que jogadores, imprensa e torcedores em geral façam qualquer observação negativa sobre a qualidade do campo.

Além disso, para garantir maior conforto e segurança para a plateia, vultosos recursos financeiros também foram investidos na cobertura do estádio, nos sistemas de TI, na melhoria do sistema elétrico, na recuperação de assentos, no sistema de ar-condicionado e na iluminação do gramado, entre outros.

O compromisso do Maracanã gerido por Flamengo e Fluminense é o de compartilhar o estádio sempre que possível, respeitando os critérios de engenharia do estádio, para que o gramado possa se manter como vem se mantendo há mais de um ano, garantindo segurança e qualidade para a realização das partidas."



Fonte: ge