Com presença de Luiz Mello em assembleia geral, Libra define mudanças em critérios de divisão de receitas
Terça-feira, 28/02/2023 - 23:22
A Libra definiu um novo formato de divisão de receitas entre os clubes da Série A. A nova medida foi adotada de maneira unânime em Assembleia Geral Extraordinária realizada nesta terça-feira (28), em São Paulo.
Com o novo modelo, a divisão entre receitas dos clubes da Série A terá 45% do valor distribuído de maneira igualitária, 30% medidos pela performance dos clubes e outros 25% de acordo com engajamento. Além disso, 15% de toda a receita será reservada para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Com isso, a diferença entre quem mais recebe e quem menos recebe ficará no máximo em 3,4 vezes. Este patamar será atingido após um período de transição de cinco anos, ou até que a futura liga alcance os R$ 4 bilhões de receitas.
Neste meio tempo, a divisão dos valores seguirá com os 40% distribuídos de maneira igualitária, 30% por performance e 30% de acordo com engajamento. Na reunião, a Libra definiu ainda a criação de um comitê para apresentar as propostas aos demais clubes que compõem a Liga Forte Futebol (LFF). A divisão do dinheiro é o principal fator de discórdia entre os dois lados da história.
Os líderes da ação são os seguintes nomes:
Alberto Guerra (Grêmio)
Duílio Monteiro (Corinthians)
Gabriel Lima (Cruzeiro)
Guilherme Bellintani (Bahia)
Rodolpho Landim (Flamengo)
Thairo Arruda (Botafogo)
Por fim, foram apresentados ainda os detalhes dos contratos elaborados pelo Mubadala Capital, principal investidor da Libra até o momento que propôs adquirir 20% dos direitos comerciais da competição por R$ 4,75 bilhões. Foram mostradas, por exemplo regras de governança e prazos de pagamentos aos clubes.
Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim disse à ESPN após a reunião que existe uma forte possibilidade de consenso entre as partes após a mudança na porcentagem dos valores.
"Tudo foi muito planilhado com detalhe. Acredito que sim, chega perto, mas estamos mais preocupados, sinceramente falando, pelo menos eu, como Flamengo, é que a gente dentro da Liga e dos clubes chegue a um consenso cada vez mais forte".
"Certamente isso vai trazer os demais clubes para cá, porque não tenho dúvida nenhuma que o processo que temos aqui é muito mais estudado, detalhado, trabalhado e seguro do que qualquer um outro que tenha por aí", disse o mandatário.
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, também falou após a reunião e também confia em um acerto com a LFF. "Vamos conversar com outros clubes. Chegamos bem perto dos anseios do que querem os clubes da Liga Futebol Forte".
Clubes da Libra desconfiam de projeto e de investidor da LFF
Os clubes que integram a Libra deixaram claro hoje (28) que desconfiam do projeto e dos investidores que se reuniram para formar a LFF, a Liga Forte Futebol. Alguns mantêm essa desconfiança fora dos microfones, mas outros tornaram isso público. Recentemente, inclusive, Leila Pereira, do Palmeiras, já tinha falado sobre o tema.
Após uma reunião que acabou com as principais divergências entre os dois grupos, os dirigentes deram entrevistas e levantaram alguns questionamentos. O mais enfático foi o vice-presidente do Sampaio Corrêa, Perez Paz. Curiosamente, ele começou as discussões ao lado da LFF e hoje mudou de lado.
"Quando eu fazia parte do Futebol Forte, a gente batia muito nessa questão dos 3,5, chegar numa divisão que a diferença máxima entre o primeiro e o último fosse de 3,5. Hoje conseguimos chegar numa fórmula que vai chegar a 3,4. Então o principal ponto de divergência foi superado. Por que o Sampaio Corrêa aderiu à Libra? Porque entende que o processo na Libra está muito mais avançado para conseguir ter os 40 clubes dentro de uma liga de futebol. Para a Série B, a liga é essencial. Com a receita que existe hoje e com o modelo que foi aprovado hoje de divisão de 15% do bolo total para a Série B, se a gente coloca isso hoje teria um aumento de 50% em sua receita", afirmou Perez.
"O Mubadala é um fundo de muito mais força e potencial e um parceiro muito melhor hoje do que a Serengeti. O capital de investimento da Seregueti é 2 bi. O capital de investimento da Mubadala é 800 bi. Você fala de parceiros completamente diferentes, em momentos completamente diferentes e com potencial de fazer o negócio dar certo completamente diferente. Esse momento para o futebol brasileiro é muito relevante", completou.
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, também defendeu que o processo estruturado até aqui pela Libra é melhor do que o da outra turma.
"Acredito que chega perto (das exigências da LFF), mas o que estamos mais preocupados é que dentro da Liga e dos clubes a gente chegue a um consenso cada vez mais forte e isso vai trazer os clubes para cá, não tenho dúvida que o processo aqui é muito mais estudado, detalhado, trabalhado e seguro do que qualquer um que tenha por aí", afirmou.
Julio Casares, mandatário do São Paulo, ressaltou que já há até um cronograma feito para que os clubes recebam as luvas pelo acordo. A Liga tem autorização da CBF para sair do papel a partir de 2025.
"Eu acredito sinceramente que quando chegamos a um denominador comum, temos um grande investidor presente na mesa, ele já tem um cronograma de luvas para os clubes, já temos essa garantia. Acredito que os demais players estarão próximos por um objetivo comum", afirmou Casares.
As principais mudanças após a reunião de hoje foi que a diferença máxima do que mais ganha para o que menos ganha após a fase de transição será de 3,4. Além disso, a Série B vai ter garantido 15% das receitas e o critério de engajamento só vai levar em conta a audiência.