Ivan e Léo Jardim prometem boa disputa no gol do Vasco; veja números dos goleiros
Entre todas as posições, o Vasco dá a impressão de que a de goleiro está resolvida para a temporada 2023. Ivan e Léo Jardim foram contratados e prometem uma disputa boa pela vaga de titular da equipe comandada por Maurício Barbieri.
Emprestado pelo Corinthians até o fim do ano, Ivan, 25 anos, chegou mais cedo e já fez três jogos pelo Vasco, além de ter participado da pré-temporada na Flórida, nos Estados Unidos. Léo, 27 anos, fez sua estreia na última terça-feira, na vitória por 2 a 0 sobre o Nova Iguaçu, pela sétima rodada do Campeonato Carioca. Ele foi comprado do Lille, da França, e tem contrato até o fim de 2025.
O Vasco fez um movimento paralelo no mercado para contar com os dois goleiros. Logo após o acesso na Série B, a diretoria vascaína identificou a carência na posição e colocou a reposição entre as prioridades. O elenco também tem Thiago Rodrigues (que veste a camisa 1) e Halls como opções - Alexander acertou nesta quinta-feira sua transferência por empréstimo para o Avaí.
Tanto Ivan, camisa 97, quanto Léo Jardim, camisa 20, vestiram a camisa da seleção brasileira em algum momento da carreira. Apesar de ser mais novo, Ivan tem mais jogos como profissional. A maioria esmagadora se deu com as cores da Ponte Preta, clube pelo qual foi formado e por onde disputou oito temporadas, quatro delas como titular.
Por sua vez, Léo não chegou a ter sequência como titular no clube que o revelou, o Grêmio. Viveu duas grandes temporadas no futebol português, uma com o Rio Ave e outra com o Boavista; e teve atuações de destaque pelo Lille, incluindo a que garantiu o título da Supercopa da França sobre o poderoso Paris Saint-Germain em 2021.
Ivan é ídolo na Ponte e foi herói no Zenit
Ivan foi formado nas categorias de base da Ponte Preta, clube que já revelou grandes goleiros, como Carlos Gallo, Waldir Peres, Sérgio Guedes e Aranha. Ele sempre teve prestígio no clube de Campinas e era considerado desde cedo uma grande promessa.
Ivan foi o titular do gol da Ponte por quatro temporadas consecutivas. Chegou a disputar 62 jogos, até hoje a temporada em que mais foi a campo. Nesse tempo, só ficou fora entre outubro de 2020 e julho de 2021 por conta de uma cirurgia no punho direito. As 163 partidas o colocam em oitavo lugar no ranking de goleiros que mais atuaram com a camisa do clube.
O novo goleiro do Vasco ainda precisa reforçar o jogo com os pés e tem como principais características a agilidade e o reflexo debaixo das traves, atributos demonstrados em inúmeras defesas importantes com a camisa da Ponte Preta. Como essa contra o Sampaio Corrêa, em 2018:
Ou essa na cabeçada de Didi, na vitória sobre o Guarani pela Série B de 2020:
Também foi defendendo a Ponte que Ivan foi convocado por duas vezes pelo técnico Tite para a seleção brasileira, embora não tenha entrado em campo em nem uma das ocasiões: foi chamado para amistosos contra Colômbia e Peru em agosto de 2019 e para duas rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo em março de 2020. Ele também tem no currículo uma convocação para a Seleção Sub-23, com a qual foi campeão do Torneio de Toulon 2019 como titular da equipe então comandada por André Jardine.
Ivan foi vendido ao Corinthians em janeiro de 2022 para ser o reserva de Cássio, mas fez apenas três jogos pelo Timão: foi titular na ida contra a Portuguesa-RJ, pela terceira fase da Copa do Brasil, e no empate com o Always Ready, pela fase de grupos da Libertadores; e entrou no segundo tempo no confronto de volta contra a Lusa. Em junho, acabou cedido por empréstimo ao Zenit no negócio que levou Yuri Alberto ao time paulista.
O goleiro também jogou pouco nos aproximadamente seis meses em que defendeu o clube russo, mas deu tempo de virar herói: ele defendeu duas cobranças na disputa de pênaltis que eliminou o Spartak Moscou da Copa da Rússia, em jogo realizado paralelamente à Copa do Mundo do Catar que terminou com confusão e seis jogadores expulsos.
Experiente, Léo fez carreira na Europa
Com menos jogos na carreira do que seu concorrente, Léo Jardim chega ao Vasco com bagagem europeia e participações em campanhas de título. O goleiro surgiu como um jovem promissor na base do Grêmio, apontado como possível sucessor de Marcelo Grohe. E fez parte do elenco que faturou a Copa do Brasil de 2016 e a Libertadores de 2017, por exemplo.
Sua estreia no profissional do Grêmio foi num empate com o Palmeiras pela Copa do Brasil de 2016: o momento ficou marcado pelo choro emocionado do então goleiro de 21 anos. Léo não é tão alto como outros jogadores da posição (tem 1,88m), mas sempre mostrou desenvoltura nos movimentos, agilidade nas defesas e, sobretudo, inteligência nas saídas do gol.
Ainda pelo Grêmio, em agosto de 2013, foi convocado pela primeira e única vez para a seleção brasileira sub-20, que era comandada por Alexandre Gallo. Nunca foi chamado para a Seleção principal.
O goleiro foi emprestado para o Rio Ave, de Portugal, em junho de 2018. E, ao fim da temporada (até hoje a que mais jogos disputou, 38), foi eleito em votação do próprio clube como o melhor jogador da equipe na campanha que terminou com a sétima colocação no Campeonato Português. O Rio Ave pagou cerca de R$ 4,5 milhões ao Grêmio no fim do contrato para adquiri-lo em definitivo. Em seguida, Léo Jardim foi vendido ao Lille.
No clube francês, o novo reforço do Vasco atuou pouco no primeiro ano, apenas quatro jogos. Foi, então, emprestado ao Boavista, onde engatou uma sequência e disputou 35 partidas na temporada 2020/21, a maior parte delas pelo Campeonato Português. Na volta ao Lille, mais maduro, teve atuação essencial na vitória por 1 a 0 sobre o Paris Saint-Germain, que garantiu o título da Supercopa da França em 2021.
Nas duas últimas temporadas pelo Lille, Léo Jardim colecionou boas atuações (veja algumas defesas no vídeo acima). Chegou a ser titular nos dois jogos contra o Chelsea, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões 2021/22. Mas não se firmou como goleiro número 1 por muito tempo. A possibilidade de jogar mais foi um dos motivos que facilitaram o acerto com o Vasco.
Fonte: ge