Vasco lamenta falecimento de Pelé: 'Descanse em paz, Rei do Futebol e grande Vascaíno de coração'
Quinta-feira, 29/12/2022 - 16:12
Vasco da Gama @VascodaGama
O futebol perdeu a sua Majestade.

O #VascoDaGama presta todas as condolências a Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que nos deixou nesta quinta-feira, aos 82 anos.

Descanse em paz, Rei do Futebol e grande Vascaíno de coração.

🖤



Fonte: Twitter oficial do Vasco


Descanse em paz, Rei do Futebol e grande vascaíno de coração

O Vasco da Gama, com imenso pesar, lamenta o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o maior jogador da história. O Rei do Futebol. O clube enviou um ofício ao Santos Futebol Clube homenageando o Atleta do Século e também declara luto de sete dias, com bandeiras a meio mastro durante este período em todas as sedes.

Pelé é o maior jogador do esporte de todos os tempos e reconhecido por abrigar em sua trajetória grandes honrarias, como o prêmio de "Atleta do Século", concedido em 1999, e o título de Sir – Cavaleiro Honorário do Império Britânico, condecorado pela Rainha Elizabeth em 1997. Vencedor de três Copas do Mundo com a Seleção Brasileira e autor de 1284 gols, Edson Arantes do Nascimento tem o Vasco entrelaçado em sua história.

Torcedor cruzmaltino desde a infância, quando dava os primeiros passos no esporte em Três Corações, Minas Gerais, Pelé recebeu o apelido vindo de um goleiro que atuava no time em que seu pai jogava. A equipe se chamava Vasco da Gama de São Lourenço (MG), em homenagem ao Gigante da Colina, e o arqueiro, ídolo de Pelé na época, tinha o apelido de Bilé. Porém, o jovem Edson não conseguia pronunciar o nome com exatidão e o chamava pelo apelido que acabou eternizado por ele no futuro.

No ano de 1957, Vasco e Pelé se encontraram para escreverem uma página que marcou a história agremiação vascaína e do jogador. Profissional desde cedo, com apenas 16 anos Pelé envergou a camisa Cruzmaltina. Em meados daquele ano, a equipe principal do Vasco excursionava na Europa. No Brasil, o Gigante da Colina e o Santos formaram um combinado para participar do Torneio Internacional do Morumbi (ou, como ficou mais conhecido, Torneio do Morumbi), um torneio amistoso internacional com partidas no Rio e em São Paulo. O Vasco cedeu ao combinado Paulinho e Bellini, convocados para a Seleção Brasileira para a disputa da Copa Roca contra a Argentina, e mais Wagner, Iedo, Artoff e Valdemar, reservas que não participavam da excursão. Entre os jogadores cedidos pelo Santos, havia o adolescente Edson, ainda reserva, despontando para o futebol, cuja alcunha muitos não sabiam ao certo se era Pelê ou Pelé.

O referido torneio nunca chegou ao fim, pois não despertou muito interesse junto ao público e os seus organizadores resolveram suspendê-lo devido aos prejuízos financeiros. O Combinado Vasco-Santos atuou quatro vezes, as três primeiras no Rio com o uniforme do Vasco e a última em São Paulo, com o uniforme do Santos. Os jogos do Combinado ocorreram de 19/06 a 29/06. Pelé marcou gols em todas as partidas, inclusive, um sobre o Flamengo. A atuação de Pelé nesse torneio, defendendo as cores cruzmaltinas, chamou a atenção do técnico da Seleção Brasileira, Sylvio Pirillo. O jovem atacante foi convocado e fez a sua estreia no selecionado nacional, no dia 07 de julho de 1957, marcando um gol na derrota do Brasil para a Argentina, na disputa da Copa Roca. Dessa forma, pouco mais de uma semana após a última partida no torneio, Pelé já estava em campo com a camisa da seleção.

No início de junho daquele ano, antes do Torneio do Morumbi, o Vasco entrou em negociação com o Santos para a compra do atacante Del Vecchio. Nessa época, Pelé teria sido oferecido ao Clube. Todavia, Calçada não abriu negociação para a contratação do jovem atacante santista. Após o Torneio do Morumbi, com a brilhante atuação de Pelé, o Vasco tentou contratá-lo. Mas, em decorrência do sucesso do atacante com a camisa do Vasco nos jogos realizados no Rio, o que fez com que vários clubes se interessassem pelo futuro rei do futebol, o Santos transformou seu atacante em "inegociável".

Aos 29 anos, novamente, Vasco e Pelé se reencontraram para escreverem juntos, novamente, a história do futebol. O Rei do Futebol marcou o seu milésimo gol na carreira em confronto contra o cruzmaltino, no Maracanã, em 19 de novembro de 1969. Após marcar o tento, de pênalti, o craque vestiu a camisa vascaína com o número 1.000 às costas e comemorou com uma volta olímpica no gramado do estádio.



No decorrer da "Era Pelé" no Santos (1957-1974), o Vasco e a equipe da Vila Belmiro se enfrentaram 29 vezes, com 11 vitórias do Vasco, 6 empates e 12 vitórias santistas. Com Pelé em campo, contra o seu clube do coração, foram 21 jogos, com 8 vitórias vascaínas, 4 empates e 9 vitórias santistas. O Rei marcou 9 vezes contra o seu "Vasquinho", forma carinhosa do Pelé se referir ao clube que amava. Por fim, sem Pelé em campo, foram 8 jogos, 3 vitórias do Vasco, 2 empates e 3 vitórias do Santos. Os números demonstram um grande equilíbrio, sendo a participação do Rei em campo fundamental para a ligeira vantagem adversária.

Uma curiosidade, o Rei atuou apenas uma vez no Estádio de São Januário, e não foi contra o Vasco. No dia 11 de novembro de 1961, o Santos de Pelé aplicou um sonoro 6 a 2 no América, do Rio de Janeiro, em partida válida pela antiga Taça Brasil.

Em reconhecimento ao histórico do Vasco da Gama na luta contra o preconceito, Edson Arantes do Nascimento declarou diversas vezes a gratidão e aplaudiu o esforço cruzmaltino em buscar sempre a igualdade no esporte. Entre outras frases, uma ficou eternizada pelo Rei: "O Vasco é o time que me abriu as portas para o mundo". O Rei do Futebol jamais foi esquecido em São Januário e uma prova disso foi dada recentemente, no início de 2021, quando Pelé recebeu o título de Sócio Honorário do Vasco.

Fonte: Site oficial do Vasco