O vôlei brasileiro perdeu, nesta quarta-feira, um dos seus ícones. Morreu Isabel Salgado, ex-jogadora e treinadora de vôlei e de vôlei de praia. A informação, segundo revelaram O Globo e Uol, foi confirmada por amigos da família.
A causa da morte de Isabel, 62 anos, foi uma síndrome respiratória aguda (Sara). Ela chegou a ser internada no Hospital Sírio-Libanês ontem, mas sofreu uma parada cardíaca nesta madrugada e não resistiu.
No último fim de semana, dois dos filhos de Isabel conquistaram medalhas na etapa de Uberlândia do Circuito Mundial de vôlei de praia: Carol e Pedro Solberg. Maria Clara, a outra filha e também jogadora, mora e joga atualmente nos Estados Unidos.
Carioca de nascimento, Isabel iniciou a carreira no vôlei no Flamengo e rapidamente se transformou em um dos grandes nomes de uma geração. Disputou duas edições de Jogos Olímpicos, em 80 (Moscou) e 84 (Los Angeles), em um período ainda amador do vôlei brasileiro. Também foi uma desbravadora, sendo a primeira jogadora brasileira a atuar na Europa, pelo Modena, no início dos anos 80. Voz ativa por melhorias e na busca pela profissionalização, Isabel marcou época por conta da posições fortes.
Após encerrar a carreira nas quadras, foi jogar vôlei de praia. Também foi uma das pioneiras da modalidade, formando dupla com Jackie Silva, ex-companheira de Seleção. Foi treinadora nas quadras (dirigido o time do Vasco no início dos anos 2000) e nas areias, sempre ao lado dos filhos.
Na segunda-feira, Isabel foi indicada para a pasta do esporte na equipe de transição do presidente Lula, ao lado de Ana Moser.
Fonte: Web Vôlei (texto), Superesportes (foto), O Globo (foto), Jornal do Brasil (foto)
Isabel Salgado, um dos ícones do vôlei brasileiro, morre aos 62 anos
Uma das maiores referências do vôlei brasileiro, Maria Isabel Barroso Salgado, a Isabel, morreu nesta quarta-feira no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A ex-jogadora, que tinha 62 anos, morreu de pneumonia provocada por infecção bacteriana na madrugada desta quarta-feira, mas o hospital ainda não confirmou a causa. Ela será velada e cremada nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, onde morava.
Isabel disputou duas Olimpíadas (Moscou 1980 e Los Angeles 1984) no vôlei de quadra e depois, no início dos anos 1990, migrou para o vôlei de praia, em que foi uma das pioneiras mundiais da modalidade. Deixa cinco filhos e cinco netos. Na última segunda-feira, havia sido anunciada como integrante do grupo técnico de esportes para a transição de governo do presidente Lula, que assumirá o país em janeiro.
Isabel fez parte da seleção feminina de vôlei que abriu as portas para a modalidade, nos anos 1980, ao lado de Vera Mossa e Jaqueline. Embora não tenha ganho medalha nas Olimpíadas que disputou, em Moscou 1980 e Los Angeles 1984, aquela equipe foi a primeira da história do país a disputar grandes competições. Foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1979, em San Juan, Porto Rico. Foi, também, a primeira jogadora brasileira de vôlei a atuar numa liga estrangeira, na Itália, em 1980, no Modena, quando viajou para a Europa com sua filha Pilar, recém-nascida.
No início dos anos 1990, com a popularização do vôlei de praia, esporte viria a estrear no programa olímpico em Atlanta 1996, Isabel migrou de modalidade. Jogou diversas etapas do Circuito Mundial e brasileiro entre 1993 e 2001, inclusive com ouro na etapa de Miami, nos EUA, em 1994. Suas parceiras foram Roseli , Jerusa, Tatiana Minello e Jaqueline.
Três dos filhos de Isabel fizeram carreira vitoriosa no vôlei de praia. Pedro Solberg, que disputou as Olimpíadas da Rio 2016 e ficou em nono lugar, Maria Clara Solberg e Carol Solberg. Carol, ao lado da medalhista Bárbara Seixas, está entre as melhores do mundo atualmente. No último fim de semana, a dupla ficou com o bronze na etapa de Uberlândia do Circuito Mundial. Além deles, Isabel deixa Pilar e Alison, filho que adotou em 2015.
Jogadora oriunda das categorias de base do Flamengo, Isabel estreou pelo clube em 1973, quando tinha 13 anos. Três anos depois foi convocada para a seleção brasileira juvenil pela primeira vez, graças a titularidade que já tinha no time adulto do Flamengo. Em 1978 e 1980, foi campeã brasileira pela equipe rubro-negra.
Uma das cenas mais icônicas da carreira veio em 1982, em um torneio amistoso da seleção brasileira no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O jogo era contra o Japão, tinha mais de 20 mil pessoas na arquibancada. O público estava sendo hostil com as nipônicas, que venciam o jogo. Isabel, então com 22 anos, pediu o microfone oficial do evento e fez um discurso forte, dizendo que se os torcedores não parassem de xingar as asiáticas, não teria mais jogo. A partida seguiu, o Brasil foi derrotado, mas o público se comportou.
Fonte: ge