Andrey Santos projeta 2023: 'Vai ser um ano de bastante entrega, vamos brigar no topo'
A história de Andrey Santos no Vasco começou a ser escrita quando o volante tinha apenas seis anos. Mas foi no dia 24 de julho deste ano que o garoto passou a marcar de vez o seu nome na trajetória do clube. Após o primeiro jogo como titular, a vitória por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, ele não saiu do time. Mais que isso, alcançou marcas expressivas e chamou atenção do mundo todo.
- Lembro até hoje do primeiro jogo como titular. Teve um jogo contra a Chapecoense, complicado, com chuva, que terminou empatado. A gente vinha de três empates, pressionado e, três dias antes do jogo contra a Ponte Preta, o Zé Ricardo chegou em mim, falou para eu ser feliz em campo, fazer o que sei. Já me emocionei ali, tinha 17 anos, cheguei em casa e contei pros meus pais, e meu pai falou: "Chegou sua hora de brilhar". Desde então pude contribuir e ajudar - contou Andrey ao ge.
Aos 18 anos, Andrey é o principal ativo do clube hoje. E a dúvida de todo mundo é até quando ele vestirá a camisa vascaína. Com ofertas do futebol europeu, o volante assegura que a cabeça está em São Januário e que ainda não há nada certo para deixar o Vasco.
- Feliz por tudo que está acontecendo, fruto de muito trabalho, tudo acontecendo naturalmente. Meus pais e meu empresário me filtram, sei que tudo vai caminhar no momento certo para os meus sonhos se realizarem. Mas não tem nada por enquanto - disse o volante.
- Vai ser um ano de bastante entrega, vamos brigar no topo, fazer de tudo para sairmos vencedores e que seja uma temporada brilhante. Espero continuar ajudando - acrescentou.
Apenas dois dias. Foi esse o período que Andrey teve para descansar e comemorar o acesso do Vasco após a vitória sobre o Ituano, no último domingo. Com o elenco de férias até 8 de dezembro, o volante não terá folga. Ele já voltou aos treinos esta semana para se apresentar à seleção brasileira sub-20 no próximo domingo para dois amistosos contra o Chile em novembro.
- Comemorei dois dias viajando, mas já tenho que virar a chave. Já voltei a treinar para chegar à Seleção em forma. Um jogador que quer estar no mais alto nível tem que estar sempre trabalhando, fico feliz por não ter férias, porque é uma causa boa, representar meu país - afirmou Andrey.
Além dele, o meia Marlon Gomes e o atacante Erick Marcus, também do Vasco, se apresentarão ao treinador Ramon Menezes. Os amistosos visam o Torneio Sul-Americano Conmebol 2023, previsto para ser realizado entre os dias 19 de janeiro e 12 de fevereiro de 2023, na Colômbia.
Leia o papo com Andrey:
ge: qual avaliação você faz da sua primeira temporada no time profissional, com a titularidade garantida desde a quarta rodada da Série B?
Andrey Santos: Fico feliz pela minha primeira temporada como profissional e, já na primeiro ano, me fixando e me mantendo como titular desde o primeiro jogo que comecei jogando. E feliz pela fase que estou vivendo, foram oito gols, terceiro jogador em roubadas de bola, o volante com mais gols entre as Séries A e B. E o mais importante aconteceu, que foi conquistar o acesso. O carinho do torcedor é sem palavras, feliz de poder retribuir isso dentro de campo.
Você foi vice-artilheiro do time na Série B e superou marcas importantes, como a de Paulinho, atacante criado no clube e que fez sete gols em 35 jogos pelo Vasco. Fale mais sobre essa veia artilheira.
Na base eu sempre fiz muitos gols, sempre deixei minha marca desde pequeno e no profissional não foi diferente nesse primeiro ano, pude manter a regularidade e espero continuar assim. Eu tinha uma meta de bater esse número do Paulinho. Cheguei até falar com minha mãe que estava difícil, mas ela me acalmou, disse que tudo na minha vida aconteceu naturalmente e que não seria diferente agora. Isso me passou segurança para eu bater essa marca.
A sua segurança em campo chama muita atenção. Em algum momento sentiu o peso de estar no profissional?
Quando você sonha em ser jogador, desde pequeno tem que lidar com bastante responsabilidades. Eu tenho essa reponsabilidade de vestir a camisa do Vasco, representar o torcedor, estou aqui desde os seis anos de idade, joguei muitos clássicos, sofri muita pressão e isso facilitou meu processo.
A torcida deu um show à parte nesta temporada. Como foi para você, tão jovem, entrar em São Januário com as arquibancadas sempre lotadas?
Qualquer lugar que o Vasco joga a torcida lota, mas em São Januário era um sentimento inexplicável. Cada vez que eu entrava em campo, ali na hora do Hino Nacional, olhar a torcida fazendo festa, apoiando em todos os momentos, ganhando ou perdendo, fico muito feliz em jogar num clube como esse. A torcida nos ajudou muito na caminha até o acesso.
Qual foi o pior momento da temporada para você?
Não bateu na gente a dúvida sobre o acesso, mas o momento mais difícil foi depois do jogo contra o Sampaio Corrêa. Estava tudo planejado, era o sonho de subir em São Januário com um gol meu. Sofremos a virada e ficamos muito baqueados, mas tivemos que virar a chave em seguida para a final que teríamos pela frente contra o Ituano.
E, tirando o acesso contra o Ituano, qual foi o melhor momento?
O jogo contra o Operário ficou marcado, aquela virada. Muitos não acreditavam na gente, que poderíamos virar, achavam que depois daquele jogo seria só decadência. Mas foi o contrário, tiramos força e mostramos a união do grupo. Os três gols que fizemos vieram do banco de reservas. Ali foi o divisor de águas, ali falamos "nós subimos", aquele jogo foi fundamental para a sequência.
O que passou pela sua cabeça quando o jogo contra o Ituano terminou e o Vasco subiu?
Foi um sentimento de dever cumprido, um objetivo que a gente almejava desde o início do ano e chegou na última rodada, com um pouco a mais de emoção. Infelizmente fui expulso, mas meus companheiros deram conta do recado. O Vasco ter levado os funcionários só mostra o que é um pouco desse clube, sem palavras, todo mundo no mesmo propósito, fiquei feliz pela maioria ter ido apoiar a gente no último jogo e por podermos comemorar todos juntos.
Além de você, outros crias tiveram destaque no Vasco em 2022. Fale sobre essa parceira com os garotos ao longo da temporada.
Desde pequeno sempre vi o Vasco usar muito a base, fui mentalizando isso e é um prazer estar no profissional com meus companheiros de base. Joguei com Zé Vitor e Marlon, fiz um jogo com o Eguinaldo, joguei a Copinha com o Figueiredo. Não joguei com o Pec, mas é sem palavras. Feliz por tê-los caminhando junto comigo.
No lado dos experientes, Nenê é sempre um personagem citado. Qual a participação dele no dia a dia?
Nenê me apoiou desde que eu subi, sempre falando para eu me divertir com responsabilidade. E isso que eu passei também para o Marlon Gomes e o Eguinaldo, para eles se divertirem porque a gente estaria ali para ajudar e correr por eles.
A sua renovação com o Vasco demorou, mas saiu. Como foi o processo?
Sempre fiquei tranquilo, sabia que tudo se resolveria, o meu desejo era ficar e subir com o Vasco. Mas deixei tudo para meus empresários e meus pais e foquei dentro de campo.
Você viveu dois momentos diferentes no Vasco, um antes e um depois da SAF. O que mudou?
Ajudou muito, ainda mais na reta final, depois que tudo se concretizou. Desde o início sempre falaram que queriam levantar o Vasco da Gama. Agora que estamos de volta à elite com investimento, isso vai ajudar muito tanto o profissional quanto a base.
Qual a expectativa para esses dias com a Seleção sub-20 e o Sul-Americano em janeiro?
- Vou me apresentar na Seleção sub-20 dia 13 de novembro, graças a Deus não tive férias (risos). Fico feliz pelo momento que estou vivendo. Uma geração muito boa, muito amigos, entrosados, gostamos de estar juntos. Tem Vitor Roque, Marcos Leonardo, Ângelo, Sávio, Matheus Martins, Marlon Gomes, uma geração repleta de jogadores bons e craques. Perspectiva é que a gente vá bem nesses amistosos e, que em janeiro, a gente conquiste o título do Sul-Americano.
Fonte: ge