Enquanto o Vasco SAF entrou forte no processo de licitação do Maracanã, o clube trabalha para conseguir recursos para reforma de São Januário. Há conversas em andamento desde o início do ano com a Prefeitura do Rio de Janeiro, e a direção aguarda o fim das eleições, neste domingo, para avançar na negociação.

Foi um pedido do prefeito Eduardo Paes para que as conversas sobre a transferência do potencial construtivo de São Januário aguardassem a votação de domingo. O Vasco espera, mas tem pressa e planeja resolver a questão o quanto antes, embora não haja prazo para o início das obras. O projeto de reforma está pronto.

Um dos motivos de tanta pressa é que o Vasco entende que São Januário não comporta mais sua torcida. Hoje o estádio tem capacidade para 22 mil torcedores. Todos os jogos na Série B, desde a 7ª rodada, contra o Bahia, tiveram ingressos esgotados em pouco tempo.

Nas últimas partidas em casa, inclusive para o jogo de quinta contra o Sampaio Corrêa, a demanda foi quatro vezes maior do que a capacidade de São Januário, no sistema de vendas. Ou seja, cerca de 80 mil torcedores tentaram comprar ingressos, e apenas uma pequena parte conseguiu. Os canais de comunicação do clube ficaram sobrecarregados com gente de todo Brasil tentando adquirir bilhetes.

Quem está à frente da negociação com a prefeitura é o presidente Jorge Salgado e dirigentes da cúpula do Vasco. Embora o futebol tenha sido negociado com a 777 Partners, o clube associativo segue como proprietário de São Januário.

A negociação com a Prefeitura prevê que o potencial construtivo de São Januário seja transferido para o clube, que poderia negociá-lo com investidores privados interessados em construir em outras áreas do Rio de Janeiro. Algo semelhante ao que aconteceu no Porto Maravilha, no Centro da cidade. Com os recursos arrecadados, o Vasco teria a obrigação de investir na modernização de seu estádio.

A 777 está ciente e aprova a negociação. Para a empresa seria vantajoso ter um estádio reformado e com maior capacidade, sem a necessidade de investir seus próprios recursos. Nesse caso, o valor do aluguel para o grupo americano aumentaria.

O acordo com a 777 prevê o pagamento de um aluguel anual de R$ 1 milhão. O contrato, no entanto, aponta que, caso o clube reforme São Januário com seus próprios recursos, o valor será reajustado.

A grande demanda por ingressos e a provável reforma de São Januário são motivos, entre outros, que levaram o Vasco SAF a entrar no processo de licitação do Maracanã.

A 777 Partners deixou claro, desde o início das negociações com Vasco, que jogar no estádio seria uma das prioridades da empresa. Foram feitas tentativas de aproximação com Flamengo e Fluminense. Sem sucesso, o clube se aliou a W.Torre e Legends para entrar na disputa para assumir o controle do estádio, como informou PVC. A entrega dos envelopes com propostas acontece na sexta-feira.



Fonte: ge